FATOFLIX: “Para Onde Foram as Andorinhas?”
A natureza dá sinais que a COP30 não pode deixar de considerar.
por TATIANA CARLOTTI
Em novembro deste ano, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Belém, no Pará, a COP30, e os povos indígenas estarão em peso na conferência.
Segundo reportagem do jornalista Mario Osava, da IPS, publicada no Fórum 21, cerca de 4 mil indígenas vão participar do evento para levar sua mensagem de proteção e convívio harmonioso com a natureza, além da denúncia de sua devastação.
O documentário “Para Onde Foram as Andorinhas?” é uma potente ferramenta para iniciarmos as discussões sobre a COP30. São 22 minutos que podem ser usados por professores, ativistas, formadores de opinião em diferentes ações de formação política.
Dirigido por Mari Corrêa, o curta-metragem foi produzido em 2015, em uma parceria do Instituto Catitu e do Instituto Socioambiental (ISA), para ser exibido na Conferência do Clima de Paris (COP-21).
Ele oferece um olhar sensível sobre a vida dos povos indígenas que habitam o Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Eles relatam como o aumento do calor, a escassez de chuvas e o desmatamento têm afetado o seu cotidiano.
Sinais naturais, como o desaparecimento das andorinhas e o silêncio das cigarras, indicam alterações nos ciclos ambientais que antes guiavam suas práticas agrícolas e culturais.
O título do filme simboliza a perda desses indicadores naturais que eram essenciais para a organização da vida nas aldeias. As andorinhas, que costumavam anunciar a chegada das chuvas, desapareceram, deixando as comunidades sem referências para suas atividades tradicionais.
Além disso, o documentário destaca a preocupação dos indígenas com o futuro de seus descendentes, diante das mudanças que ameaçam sua subsistência e cultura.
Não deixem de ver e de divulgar esse pequeno tesouro disponível no catálogo da Fatoflix.
Fotos: cenas do documentário “Para Onde Foram as Andorinhas?“
Repórter do Fórum 21 desde 2022, com passagem por Carta Maior (2014-2021) e Blog Zé Dirceu (2006-2013). Tem doutorado em Semiótica (USP) e mestrado em Crítica Literária (PUC-SP).