Lançamento: Heleny Guariba: Destinos Sequestrados

Livro sobre a militante da VPR que foi assassinada e desaparecida política forçada pela Ditadura será lançado no dia 5 de abril, às 10h30, no Memorial da Resistência de São Paulo…
POR FÓRUM 21
No sábado, dia 5 de abril, às 10h30 da manhã, acontece no Memorial da Resistência de São Paulo, o lançamento do livro Heleny Guariba: Destinos Sequestrados.
A obra reúne relatos pessoais de vários amigos, amigas e companheiros que conheceram e conviveram com Heleny Guariba, diretora de teatro e militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização da resistência contra a ditadura militar e empresarial que durou de 1964 a 1985. Em 1971, Heleny foi sequestrada e desaparecida forçada pelos agentes da repressão ditatorial.
Participam do evento, o organizador do livro José Armando Pereira da Silva e duas grandes amigas de Heleny, a diretora de teatro Dulce Muniz e a filósofa Marilena Chauí.
O livro conta a trajetória de Heleny através de uma série de relatos pessoais de amigos e familiares, abordando a sua juventude, a vida familiar, sua passagem pela Escola de Arte Dramática, pelo Grupo Teatro da Cidade de Santo André, pelo Teatro de Arena e sua militância política, seguida da prisão e morte pela ditadura.
O Memorial da Resistência de São Paulo fica no prédio da Pinacoteca, no antigo DOPS, no Largo General Osório, 66.
O evento acontecerá no auditório no 5°andar.

Ao deixar o país
(Do livro Dos Filhos deste Solo – Mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar: a responsabilidade do Estado, de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio, Editora Perseu Abramo e Boitempo Editorial, 1a edição 1999, 2a edição, 2009).
Heleni Telles Ferreira Guariba (13/3/1941 – 12/7/1971)
A responsabilidade do Estado pela morte de Heleni foi reconhecida no Anexo da Lei 9.140/95.
O Dossiê relata o seu caso nos seguintes termos:
Foi casada com Ulisses Telles Guariba Neto de 1962 a 1969 e tiveram dois filhos.
Estudaram juntos na Filosofia da USP, na Rua Maria Antônia, militaram no movimento estudantil e na VPR.
Ela era professora universitária e dirigiu o Grupo de Teatro da Cidade em Santo André. Separaram-se em fins de 1969. Ulisses saiu da VPR. Heleni foi presa em março de 1970.
A Oban obrigou o pai de seu namorado a revelar onde ela se encontrava. Ulisses e seu pai, militar, foram à Oban e ao Dops procurá-la. Após dias de busca, puderam vê-la no gabinete do delegado Romeu Tuma, no Dops. Contou que fora torturada pelo capitão Albernaz, tinha marcas roxas nas mãos e nos braços, que fora hospitalizada por dois dias no Hospital Militar antes de ser trazida ao Dops.
Em abril de 1971 foi solta. Resolveu sair do país e preparava-se para viajar. Em 12 de julho de 1971 foi presa juntamente com Paulo de Tarso Celestino no Rio de Janeiro.
Inês Etienne Romeu informou que ela esteve na “Casa da Morte” de Petrópolis em julho de 1971, tendo sido torturada por três dias ali.
Nascida em 13/3/41 em Bebedouro, São Paulo, filha de Isaac Ferreira Caetano e Pascoalina Alves Ferreira, desaparecida aos 30 anos, deixou os filhos Francisco e João Vicente.
