Programas – de 31 de janeiro a 7 de fevereiro

Programas – de 31 de janeiro a 7 de fevereiro

*Esta semana (30/01), grande manifestação em Paris, diante do Ministério de Relações Exteriores, no Quai D’Orsay, solicitando a libertação imediata do famoso médico palestino Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Advan, em Gaza, e da sua equipe de médicos e enfermeiros, pelas forças militares do estado de Israel. Um grupo de assinantes do documento, originários de diversas partes do mundo, solicitava recepção pelo embaixador de Israel na França para tratar do assunto e exigem a libertação do Dr. Safiya (CAPJO-Europalestine).

*O massacre de palestinos na Cisjordânia parece ser uma compensação perversa ao cessar fogo em Gaza. Vem rodando o mundo o vídeo de um adolescente caminhando pela rua, na cidade de Tulkarem, alvejado pelas costas por soldado israelense e largado caído na rua, ensanguentado. O garoto, resgatado por passantes palestinos, se encontra em estado crítico.

*Resposta sinistra ao cessar fogo em Gaza, a “campanha de expulsão de palestinos da Cisjordânia seguindo o seu projeto da Grande Israel e a expansão de assentamentos judaicos”: avaliação do professor de direito internacional da Fundação Getúlio Vargas, Salem Nasser, especialista em Oriente Médio, Islã e mundo árabe. E há poucos dias, segundo a Agência Brasil, foi decretada pela corte suprema de Tel-aviv a legalidade da compra de terras de palestinos por parte de israelenses.

*O programa é refletir sobre o que escreveu o jornalista Jamil Chade sobre a atual onda de deportação de imigrantes dos Estados Unidos. “Junto com o fechamento da fronteira e as deportações, Trump passou a desumanizar o outro. Iniciou um desmonte sem precedentes das garantias de direitos de minorias. Diz ele, cinicamente, que não se olhará para a cor e que os esforços de promoção da diversidade dividiram um país. Num ato de crueldade, o desmonte foi assinado no dia de Martin Luther King, uma espécie de segundo assassinato. Para muitos que estão vendo as conquistas cívicas de décadas erodirem, prisões não precisam ser erguidas. Sem direitos, eles já estão em uma”. (UOL)

*Para refletir: o chamado “grande público”, grupos de professores, alunos, cientistas sociais, pesquisadores e pensadores norte-americanos vêm consultando com frequência cada vez maior alguns dos principais marxistas do país sobre a virada política do governo dos Estados Unidos. Alguns deles: os economistas Richard David Wolff, da Universidade de Massachusetts Amherst, considerado o economista mais importante dos EUA pelo jornal New York Times; senador socialista Bernie Sanders; Mike Davis, da Universidade da Califórnia; Fredric Jameson, da Universidade de Duke; Erik Wright; Mike Burawoy; Paul Buhle, historiador, professor universitário e militante, autor do livro A History of the American Left: Remapping the History of the American Left, traduzido para o português pela Editora Verso, em terceira edição, em 2014.

*Novidade: lançamento da segunda edição ampliada e revista do livro Para seguir minha jornada, da jornalista Regina Zappa, um retrato completo de Chico Buarque de Holanda como músico, escritor e dramaturgo em atividade há seis décadas. Nele, a vida de Chico é documentada com manuscritos, reportagens, entrevistas, relatos e fotos, verdadeiros registros de época. O prefácio é da cantora Mônica Salmaso, que acompanhou Chico em sua mais recente turnê. (Ed. Nova Fronteira).

*A ler e a reler. O livro clássico do historiador, escritor e cientista social Jacob Gorender, O escravismo colonial, da Fundação Perseu Abramo em parceria com a Editora Expressão Popular. A primeira edição, de 1978, era da Editora Ática. Essa quinta edição é de 2011, na qual foram mantidos os textos de apresentação, de Flávio Jorge e de Mário Maestri, com os temas O negro como sujeito histórico da construção do Brasil e O entendimento da formação social brasileira e das “etapas” da Revolução no país. Como destacada liderança histórica do marxismo no Brasil, e insurgente desde 1935, Jacob Gorender, baiano, sobreviveu à prisão e à tortura. Morreu em São Paulo, em 2013.

*Programa: ler O dia em que conheci Brilhante Ustra, do jornalista Alex Solnik. É mais um trabalho de resgate da memória dos tempos da ditadura civil-militar de 64, esse volume que deve ser conhecido e é indispensável aos pesquisadores e aos jovens. Nas estantes das livrarias, lançado há pouco, em pleno furacão do Ainda estou aqui. Leitura indispensável. (Da Geração Editorial)

*Nesta sexta-feira, 31/01, o cineasta e documentarista paraibano Vladimir Carvalho, falecido no ano passado, completaria 90 anos. O Canal Brasil está relembrando um dos mais importantes profissionais de cinema do país em uma maratona imperdível de hoje: Retratos Brasileiros: Vladimir Carvalho: Um Olhar Solidário, de Walter Carvalho, e o Cinejornal: Vladimir Carvalho, apresentado por Simone Zuccolotto. Também a série Cineastas do Real: Vladimir Carvalho, com Amir Labaki; e os longas-metragens Quando A Coisa Vira Outra, de Márcio de Andrade; O País de São SaruêGiocondo Dias – Ilustre Clandestino e Rock Brasília – Era de Ouro, de Vladimir Carvalho. Início da maratona, a partir das 17h30.

Veja Também:  O grande desafio é retomar o trabalho de base. Ouça o Podcast.

*O ex-deputado e ex-ministro José Dirceu, um dos emblemáticos políticos do país, prepara para o segundo trimestre deste ano o lançamento do segundo volume de suas memórias, com o título provisório de Escritos da prisão. O livro abrange os três períodos em que o ex-ministro-chefe da Casa Civil esteve preso neste século: anos de 2013 e 2014; durante o período 2015/2017, e de 2018 a 2019. Dirceu registrou, em mais de mil páginas de anotações diárias, os detalhes de sua rotina na prisão e reflexões sobre os acontecimentos políticos que marcaram os governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. O primeiro volume de suas memórias foi publicado em 2018. Nesse segundo volume, a Lava Jato ainda estará de fora, mas virá no terceiro volume, ainda sem previsão de lançamento. (Da Geração Editorial).

*Em fevereiro, deve estar nas livrarias Crime Sem Castigo — Como os Militares Mataram Rubens Paiva, da jornalista Juliana Dal Piva. A autora incluiu no seu trabalho inúmeros documentos do processo aberto em 2014 para apurar o homicídio e a ocultação de cadáver do ex-deputado desaparecido após ser levado por um grupo de militares da casa de sua família, no Rio de Janeiro, em 1971.

*O livro de Dal Piva esmiuça as investigações sobre o caso desde os anos 70. Relata, por exemplo, como a ditadura monitorou de perto pessoas interessadas em desvendar o desaparecimento de Rubens Paiva com o objetivo de impedir que elas chegassem à verdade. (Editora Matrix).

*Kasa Branca, de Luciano Vidigal, elogiado em todos os festivais ao qual compareceu, é mais uma estreia de filme brasileiro, hoje, nos cinemas. Trata do protagonista Dé, adolescente negro da periferia da Chatuba, município do Rio de Janeiro, ao receber a notícia da doença de Alzheimer em fase terminal que acomete sua avó. Dé vai contar com a ajuda de seus dois melhores amigos para enfrentar a situação e aproveitar os últimos dias de vida com Dona Almerinda. Comovente, e inspirado em história real, Kasa Branca estreou no Festival de Turim, na Itália, e já recebeu prêmios nos festivais de Recife, Petrópolis, Gostoso e no Festival do Rio e em São Paulo, no ano passado. Boa sugestão de programa.

*Inteligente e bem-humorada, a entrevista do economista (e também cinéfilo) Paulo Nogueira Batista Júnior, na TV, sobre Estilhaços, seu mais recente livro lançado em novembro passado. O autor de dois livros finalistas do Prêmio Jabuti, A economia como ela é e O Brasil não cabe no quintal de ninguém, envereda nesse novo trabalho pela filosofia e pela literatura. (Ed. Contracorrente)

*Entrevistado, Nogueira Batista Júnior comenta sua visita à Rússia, acompanhando a cúpula dos Brics, e a pergunta que fez na ocasião ao presidente Putin, presente em uma das reuniões, sobre as impressões dele a respeito do dólar deixar de ser moeda de negociação mundial. Putin sorriu e respondeu: “Nós não temos medo do dólar; o dólar é que tem medo de nós”.

*O novo filme do diretor Ruy Guerra chega aos cinemas no dia 13 de fevereiro. Aos Pedaços, de 2020, foi premiado com três Kikitos no Festival de Gramado: Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Som. O filme acompanha Eurico Cruz, um homem que vive entre duas casas idênticas – uma no deserto, outra à beira-mar – habitadas por suas esposas, Ana e Anna. Tudo muda com a chegada de Eleno e um bilhete enigmático que prevê a sua morte, assinado por um misterioso “A.”. A partir daí, realidade e obsessão se entrelaçam.

*Silêncio da comunidade internacional diante das notícias de um planejamento secreto de Israel para dividir a Síria e aproveitar para avançar suas fronteiras. Aproveita-se a atenção concentrada do mundo atônito e paralisado com o grau de autoritarismo e audácia imperial do novo presidente dos EUA, e seus comparsas, travestido de dono do universo.

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