Diálogos AMSUR: Inflação – Efeitos Sobre a População e Interesses do Capital Financeiro

A inflação oficial, medida pelo IPCA, em fevereiro de 2025, atingiu o patamar de 1,31%, com um acumulado de doze meses que atingiu a marca de 5,06%, o que gerou um movimento de pânico divulgado pela mídia corporativa, provocando especulações sobre o comportamento futuro da inflação e dos juros básicos da economia. É fundamental entender-se o quadro em suas diferentes nuances, bem como os interesses políticos e econômicos que estão em jogo.
Do lado dos preços, é importante entender a composição da cesta que compõe o cálculo da inflação, as causas da variação de preços dos componentes diferenciados dessa cesta, o rebatimento de cada um desses preços nas diferentes faixas de renda da população e nos diferentes territórios do País. Do lado do enfrentamento a essa variação dos diferentes preços, é necessário mapear os distintos instrumentos a serem utilizados em cada caso, pois as variações de preços de cada componente da cesta de consumo indicam distintos “remédios” a serem utilizados, seja porque os preços foram pressionados pela variação dos custos, seja porque houve variação de oferta de cada produto, seja ainda, porque houve variações na pressão de demanda dos mesmos. No caso da inflação de alimentos, que tem grande incidência sobre a população de menor renda, vários fatores de oferta e de especulação estão ocorrendo e que precisam ser bem compreendidos para um melhor enfrentamento por parte do governo.
A resposta fácil de que se deve enfrentar a inflação através dos mecanismos da política monetária do Banco Central, fundamentalmente da variação dos juros básicos da economia (taxa Selic), encobre outros interesses, como é o caso do rebatimento desses mesmos juros na manipulação da dívida pública por parte do chamado “mercado”, expressão que é um eufemismo para o jogo do capital financeiro e especulativo.
Para buscarmos verter um pouco de luz a esse debate, contamos com as participações de:
*Ricardo Carneiro, economista, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, foi Diretor Executivo, pelo Brasil e Suriname, do Banco Interamericano de Desenvolvimento
*José Lourenço Pechtoll, Jornalista e especialista em abastecimento alimentar e segurança alimentar, Presidente do CEAGESP, ex-diretor da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André
Assista:
*Diálogo AMSUR, uma realização do Instituto Sulamericano para a Cooperação e a Gestão Estratégica de Políticas Públicas em parceria com Fórum 21 e Rede Estação Democracia
**Transmitido ao vivo no dia 17/03/2025, às 20h00

Instituto Sulamericano para a Cooperação e a gestão estratégica de políticas públicas. Acompanhe as atividades em amsur.org