1º de maio: Lula defende fim da jornada 6×1 e punição para quem lesou aposentados do INSS

1º de maio: Lula defende fim da jornada 6×1 e punição para quem lesou aposentados do INSS

Na semana do 1º de Maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso de seu governo com a classe trabalhadora e fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para celebrar o Dia Internacional do Trabalhador, no qual expôs realizações do governo e defendeu o fim da jornada 6×1 e a punição de quem lesou os aposentados do INSS.

Na véspera. em publicação nas redes sociais, ele destacou o encontro com lideranças sindicais em Brasília e a entrega do documento Pauta da classe trabalhadora: prioridades para 2025. “Estive com dirigentes das principais centrais sindicais do Brasil na semana em que celebramos o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. […] Nosso governo tem raízes nessa luta e estará sempre com as portas abertas para o diálogo com aqueles que fazem a roda da economia girar”, escreveu.

O documento, entregue por sete centrais, reúne reivindicações históricas, como o fim da jornada 6×1, a redução da carga horária sem corte de salários, a valorização da negociação coletiva, o combate ao trabalho precário e a ampliação de políticas públicas voltadas ao emprego decente. A pauta também marca o início da mobilização eleitoral das entidades para 2026.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, defendeu a continuidade do atual governo, afirmando que “nenhum direito que a classe trabalhadora tem caiu do céu ou foi benefício dado por alguém, foi com muita mobilização e com muita luta”. Nobre classificou Lula como “o grande pai da classe trabalhadora no Brasil”.

Embora não esteja presente fisicamente nas mobilizações deste ano, Lula gravou um pronunciamento especial para o 1º de Maio, que será transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão (Prensa Latina).

FRANCISCO E O DIREITO SOCIAL

Lula também recebeu em Brasília, nesta terça-feira (29), uma delegação de juízes argentinos liderada por Eugenio Raúl Zaffaroni, em visita marcada pela valorização do legado do Papa Francisco na defesa da justiça social. O encontro, no Palácio do Planalto, contou com representantes do Comitê Pan-Americano de Juízas e Juízes pelos Direitos Sociais e pela Doutrina Franciscana (COPAJU), criado por Francisco para promover práticas judiciais centradas na dignidade humana.

A comitiva participou ainda da inauguração da sede do Instituto Frei Bartolomeu de Las Casas (IFBC), braço acadêmico do COPAJU, na Universidade Católica de Brasília. O evento reuniu autoridades do Judiciário, do meio acadêmico e religioso, com aula magna de Zaffaroni sobre inteligência artificial, justiça e democracia, e a exibição de um vídeo em que o Papa convoca magistrados a enfrentarem com firmeza os modelos desumanizantes (NODAL).

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SAIA JUSTA NO PLANALTO

A citação do ministro Carlos Lupi (PDT) na operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias no INSS, provocou o primeiro desgaste por suspeita de corrupção no atual mandato do governo Lula. Embora o foco da investigação seja a gestão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, Lupi nega envolvimento e mantém o respaldo do PDT.

O partido reagiu com a ameaça de deixar a base governista caso o ministro seja afastado. O deputado Mário Heringer, líder da legenda na Câmara, afirmou que a eventual demissão de Lupi seria interpretada como um rompimento com o próprio partido. O episódio pressiona o governo a administrar o equilíbrio entre o discurso anticorrupção e a coesão de sua base no Congresso (La Política Online).

AVANTE, BRICS

O Brasil sediou nesta semana dois encontros estratégicos do BRICS que reforçaram o protagonismo do Sul Global e o papel do país como articulador de uma agenda multilateral alternativa às estruturas dominadas pelas potências ocidentais. As reuniões, realizadas em Brasília e no Rio de Janeiro, reuniram os países-membros e, pela primeira vez, nove nações parceiras recém-incorporadas ao bloco.

Na terça-feira (29), Brasília recebeu a Reunião de Alto Nível sobre Segurança Nacional, com foco na estabilidade internacional. O assessor especial Celso Amorim afirmou que “a defesa da ordem multilateral é condição indispensável para a paz e a prosperidade global” e defendeu a mediação como saída para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Em mensagem por vídeo, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergey Shoigu, alertou para tentativas de reescrever a história da Segunda Guerra Mundial e agradeceu o apoio à resolução da ONU contra manifestações contemporâneas de nazismo e intolerância.

No mesmo dia, chanceleres se reuniram no Palácio do Itamaraty. O chanceler Mauro Vieira afirmou que houve consenso contra práticas protecionistas e guerras tarifárias: “O firme repúdio ao ressurgimento do protecionismo e à guerra tarifária global foi unânime”. Embora não tenha havido declaração conjunta, o Brasil propôs que o posicionamento do grupo seja formalizado na cúpula de julho.

A China defendeu a coesão do Sul Global como fator de estabilidade. Rússia e Cuba assinaram declaração contra sanções unilaterais. A agenda incluiu ainda cooperação em saúde, alertas sobre risco nuclear e defesa da reforma da OMC (Prensa Latina, South China Morning Post, Prensa Latina, TASS, teleSUR, Prensa Latina).

*Imagem em destaque: Lula, durante reunião com centrais sindicais sobre a Pauta da Classe Trabalhadora – Prioridades para 2025, no Palácio do Planalto – 29/04/2025. Foto: Ricardo Stuckert

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