Alckmin sugere cotas de importação para aço e alumínio como reação a tarifas de Trump

O vice-presidente Geraldo Alckmin pediu “cautela” nesta quarta-feira e disse que o país buscará o diálogo com os Estados Unidos após a decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Falando a repórteres em Brasília, Alckmin disse que o Brasil está aberto ao diálogo e que entraria em contato com o governo Trump. Ele sugeriu que as cotas poderiam ser uma boa alternativa. O país sul-americano é uma das maiores fontes de importação de aço dos EUA, mas Alckmin destacou que, em geral, os EUA têm um superávit comercial com o Brasil, dizendo que isso significava que a maior economia da América Latina “não era o problema”.
“No passado, quando as tarifas aumentavam, eram estabelecidas cotas. Esse é um mecanismo inteligente”, disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os Estados Unidos têm mantido um superávit comercial com o Brasil desde 2008, que alcançou US$ 253 milhões no ano passado em mais de US$ 80 bilhões de comércio bilateral. (Reuters)
O governo brasileiro garantiu que não tem intenção de entrar em uma guerra comercial com os Estados Unidos em função das tarifas do aço e alumínio de 25%. O ministro da Economia, Fernando Haddad, descreveu as medidas tomadas por Donald Trump como “medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global”. De acordo com Haddad, as decisões dos Estados Unidos afetam o comércio mundial devido a “essa retração, essa desglobalização que está ocorrendo”. Em relação à decisão de Trump, o ministro brasileiro garantiu que o aumento das tarifas “não é uma decisão contra o Brasil”, mas “uma coisa genérica contra o mundo inteiro”. (Ambito)
LULA E O PT
O presidente Lula afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) chega hoje ao seu 45º aniversário, mais vivo e forte do que nunca. “Hoje é o dia de comemorar o aniversário do partido que nasceu para mudar o Brasil e a vida do povo brasileiro. O Partido dos Trabalhadores chega ao seu 45º aniversário cada vez mais vivo e mais forte”, escreveu Lula na rede social X na segunda-feira, 10 de fevereiro. Ele ressaltou que nunca “renunciou aos valores que nos trouxeram até aqui, seja no governo ou na oposição: a defesa intransigente da democracia e da soberania do Brasil, a busca do desenvolvimento econômico com inclusão social, o combate à fome e a todas as formas de desigualdade”. (Nodal)
INIMIGO NA CÂMARA
Com o título, “Hugo Motta, o falsário que preside a Câmara dos Deputados do Brasil”, o Centro Latino Americano de Análise Estratégica traz análise de Fernando de La Quadra, doutor em Ciências Sociais e editor do site. Destaca a declaração de Motta de que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro e cita a possibilidade de votação da anistia aos que depredaram a Praça dos três Poderes. Afirma ainda que, com o apoio do ex-deputado Eduardo Cunha, o jovem deputado Motta passou a assumir funções importantes dentro da Câmara, consolidando-se como um astuto operador do grupo que comandava o Centrão na época. Ou seja, desde aquela época Motta tem sido o rosto de um parlamento fisiológico e chantagista, preferencialmente interessado em seus próprios interesses e no fortalecimento dos currais eleitorais dos diversos caciques que o compõem. Com a atual presidência de Motta, o governo Lula está enfrentando um cenário difícil, no qual terá de dar andamento aos projetos que interessam ao país nos próximos dois anos.
A extrema direita retoma sua ofensiva contra Lula contando com a participação ativa da mídia. Ela sabe que, se não destruir a imagem de Lula, não tem chance de voltar ao governo. É por isso que ela está jogando todas as suas cartas em insinuações de todos os tipos contra Lula, para o que conta com a mídia, que diariamente se encarrega de levantar a questão da imagem de Lula. (Página 12)
CALOR EXTREMO
Em maio passado, durante as enchentes históricas que deixaram mais de 180 mortos no Rio Grande do Sul, a água subiu até o teto da escola Olindo Flores, na cidade de São Leopoldo, destruindo móveis, livros e parte de sua infraestrutura. Quando as aulas foram retomadas, mais de um mês depois, os 500 alunos tiveram que ser transferidos para outra escola por meses.
Na segunda-feira, eles deveriam ter iniciado o novo ano letivo, mas não puderam fazê-lo – desta vez devido a uma intensa onda de calor que afetou o estado. O início do ano letivo foi adiado após uma decisão judicial a favor de um sindicato de professores, que argumentou que as salas de aula não tinham ventilação e abastecimento de água adequados para os alunos.
Nos últimos dias, as temperaturas mais altas registradas nas cidades brasileiras foram todas no Rio Grande do Sul, um estado que normalmente é mais ameno do que outras regiões brasileiras mais próximas do equador.
*O Brasil terá uma semana marcada por condições climáticas extremas, com calor intenso e tempestades severas, segundo o portal de meteorologia Metsul. Na região sul do país, as temperaturas podem chegar a 43°C, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a sensação térmica pode chegar a 50°C. No Sudeste, o calor se intensificará ao longo da semana e as temperaturas máximas deverão ultrapassar os 40°C em várias cidades. (Guardian / La Nación)
ALIMENTOS /PREÇOS
O Le Monde Diplomatique publica a análise “Como os preços dos alimentos afetaram o salário mínimo no Brasil (2023-2024)” e indica que a solução para a questão alimentar no Brasil requer uma abordagem que integre políticas de desenvolvimento rural e urbano. A estrutura fundiária brasileira, historicamente marcada por uma profunda concentração de terras, representa um dos principais obstáculos à democratização do acesso aos alimentos. O modelo de desenvolvimento agrário adotado no país privilegiou a formação de grandes propriedades voltadas à exportação, em detrimento de uma estrutura produtiva diversificada e orientada para o mercado interno.
ESCOLAS SEM CELULAR
Depois de um ano sem telefones celulares nas escolas do Rio de Janeiro, os alunos dizem que voltaram a brincar “como antigamente” e que sua concentração nas aulas melhorou. E os alunos do Brasil começaram o ano letivo com telefones celulares banidos das salas de aula e do recreio, graças a uma nova lei assinada em janeiro pelo presidente Lula.
O Brasil, que tem mais telefones celulares do que habitantes, junta-se a um número crescente de nações que recorrem a essas restrições para tirar os aparelhos das mãos de crianças e adolescentes, que muitas vezes são viciados. (El Tiempo)
Na imagem, o vice-presidente Geraldo Alckmin durante entrevista coletiva nesta quarta-feira em Brasília / Marcelo Camargo / Agência Brasil

Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.