Aliança de Combate à Fome proposta por Lula é aprovada pelo G20, com Argentina

Aliança de Combate à Fome proposta por Lula é aprovada pelo G20, com Argentina

O presidente Lula abriu a reunião do G20 no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (18) com o lançamento de uma aliança para combater a fome, que ele descreveu como o “símbolo máximo de nossa tragédia coletiva”. O Brasil ocupa a presidência rotativa do grupo e está sediando a reunião nesta segunda e terça-feira, com a presença de todos os 19 países membros, com exceção de dois – Rússia e Arábia Saudita. Em seu discurso, Lula lembrou que participou da primeira reunião do G20 nos EUA em 2008:“Dezesseis anos depois, lamento dizer que o mundo está pior”, disse ele. Em uma ladainha dos problemas atuais do mundo, o líder de esquerda incluiu o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial, o maior deslocamento de pessoas já registrado, fenômenos climáticos extremos e o aprofundamento das desigualdades sociais, raciais e de gênero.

Na abertura da cúpula anual do G20 no Brasil os líderes de 19 países membros, juntamente com a União Africana e a União Europeia, prometeram trabalhar para combater a pobreza global e pressionaram pela reforma das instituições globais. A reunião – que reúne nações que representam 85% do PIB mundial, três quartos do comércio internacional e dois terços da população global – ocorre em meio a um período de estresse global.  O anfitrião da cúpula, o presidente Lula, enfatizou que a reunião deste ano estava ocorrendo em meio ao “maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e o maior número de deslocamentos forçados já registrados”. Ele também destacou as crescentes desigualdades sociais, raciais e de gênero, acrescentando que “o símbolo máximo da nossa tragédia é a fome e a pobreza”. Destinada a ser um destaque diplomático do terceiro mandato de Lula, a agenda enfrentou obstáculos. A reunião resultou em um acordo para criar uma aliança global contra a fome, com o ambicioso – e quase inatingível – objetivo de “erradicar a fome e a pobreza” até 2030. As outras prioridades de Lula, incluindo um imposto global sobre os bilionários, a abordagem da mudança climática e o esforço para tornar o Conselho de Segurança da ONU, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio mais representativos, enfrentam águas turbulentas com a eleição de Donald Trump e sua agenda protecionista “America first”.

O ministro Sergey Lavrov, que está representando a Rússia na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, falou na primeira sessão plenária dedicada à luta contra a pobreza e a fome. O chefe da delegação russa apoiou a iniciativa do Brasil de criar uma aliança global para combater a fome e a pobreza e falou sobre os esforços de nosso país para garantir a segurança alimentar em países em desenvolvimento.

Oitenta e um países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 organizações não governamentais e de caridade já aderiram”, disse ele na abertura da cúpula do Grupo dos Vinte no Rio de Janeiro.

Após o término do G20, o líder chinês Xi Jinping viajará para a capital Brasília para uma visita de Estado, algo que teria sido oferecido a Biden, mas que ele recusou.

(Guardian/South China Morning Post / Tass / Tass 2 / Diario El Mercurio)

“O jogo de equilibrista do Brasil, anfitrião do G20”.  O Brasil tem boas relações com todos: com o Ocidente, mas também com a China, a Rússia e outros países do “Sul Global”. O presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que está recebendo seus colegas na cúpula do G20 no Rio de Janeiro na segunda e terça-feira, espera que essa política de boas relações resulte em uma declaração conjunta no final da cúpula. Mas nada é certo, com dois grandes conflitos emperrados e a perspectiva do retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro pairando sobre a reunião. Originalmente dedicadas a questões econômicas, as cúpulas do G20 foram superadas por preocupações de segurança. Na reunião anterior em Nova Délhi, em setembro de 2023, o texto referente à situação na Ucrânia já havia sido objeto de negociações amargas. A declaração final fez referência a esse fato, mas não condenou a invasão da Rússia. (Le Figaro)

“Lula, ou as ambições frustradas de um Brasil no centro do jogo”. Adepto do compromisso e do não alinhamento, o presidente brasileiro, que desfruta de uma aura inegável no Sul global, será o anfitrião da cúpula do G20 no Rio de Janeiro em 18 e 19 de novembro. Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, que provavelmente perturbará o equilíbrio global de poder, Brasília está poupando Moscou e se aproximando de Pequim. (Le Monde)

MILEI SURPREENDE E ASSINA ACORDO G20

Javier Milei assinou o documento final do G20, mas se desvinculou dos parágrafos vinculados à Agenda 2030. O governo anunciou que, “sem impedir a declaração dos demais líderes”, o presidente argentino deixou claro que não apoiará vários pontos da declaração conjunta, entre eles, a “limitação da liberdade de expressão nas redes sociais”, a “violação da soberania dos países nas instituições de governança global”, além das iniciativas que promovem “uma maior intervenção do Estado é o caminho para combater a fome”. (La Nación / La Política Online /Àmbito)

Veja Também:  Presidente da COP30, André Corrêa do Lago analisa impacto da retirada dos EUA do Acordo de Paris

A saudação foi gelada. E não houve mais nenhuma troca de palavras ou gestos. Javier Milei chegou à Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e foi recebido pelo presidente anfitrião, Inácio Lula da Silva, na entrada do Museu de Arte Moderna (MAM). Essa é a primeira vez que os dois chefes de Estado se encontram pessoalmente – eles se encontraram na Itália, no G7, mas não há fotos desse encontro – e espera-se que o relacionamento entre os dois não avance muito durante os dois dias de deliberações. (La Nación)

QUEM NÃO SAIU NA FOTO OFICIAL

Joe Biden, Giorgia Meloni e Justin Trudeau não estavam presentes para a foto dos líderes do G20. Justifiacram que estavam em encontros bilaterais durante o evento.

BIDEN / AMAZÔNIA

A visita estratégica de José Biden à Amazônia é importante para Lula, presidente do Brasil e anfitrião da cúpula do G20. Lula pretende consolidar medidas concretas contra as mudanças climáticas durante a cúpula no Rio de Janeiro. Diante da perspectiva de um futuro governo Trump que critica a luta contra a desinformação, desconfia do multilateralismo e é cético em relação às mudanças climáticas, a dupla Biden e Lula está implantando uma estratégia planejada para envolver o resto do mundo. Uma das grandes apostas de Lula é o lançamento de um fundo para combater a desinformação climática, em colaboração com a ONU e a Unesco. Antecipado pela Folha de S. Paulo, o fundo direcionará recursos para pesquisas sobre desinformação, campanhas de denúncia de fake news e ações diplomáticas. A proposta já conta com o apoio do Reino Unido, França, Chile, Marrocos, Portugal e Suécia. (El Diario Es)

JANJA X MUSK

“Vá se foder, Elon Musk”, disse a primeira-dama do Brasil enquanto seu marido se preparava para sediar uma cúpula de alto risco dos líderes do Grupo dos 20. Rosangela da Silva, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atacou o bilionário proprietário da plataforma de mídia social X em um evento no sábado no Rio de Janeiro, enquanto falava sobre a necessidade de regulamentar as redes de mídia social e combater notícias falsas.  A rixa entre a equipe de Lula e o homem mais rico do mundo vem se formando desde antes de o Supremo Tribunal Federal bloquear o acesso à X no início deste ano. Janja, como é conhecida a primeira-dama, no ano passado ameaçou processar a empresa de mídia social após uma aparente invasão de sua conta, acusando Musk de não ter respondido adequadamente. O Brasil – um país altamente on-line com 213 milhões de pessoas – é um dos maiores mercados do X, com estimativas de sua base de usuários que variam de 20 a 40 milhões. Depois, Lula corrigiu a 1a. dama.

(Independent / Japan Times / Le Parisien / La Nación) 

MERCOSUL / UE

O alvo mais recente dos agricultores europeu é o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Após um quarto de século de negociações, o acordo parece estar pronto para ser concluído no próximo mês, dando origem a uma área de livre comércio que abrange 800 milhões de pessoas. Os países do Mercosul dominam o mercado mundial de carne bovina, soja e alguns cereais, contando com terras baratas e climas ensolarados para alimentar continentes inteiros. Os sindicatos agrícolas europeus acreditam que estão sendo sacrificados para que os fabricantes de automóveis alemães possam enriquecer na América do Sul. A França, a rainha da agricultura europeia, está particularmente preocupada. O site Politico traz a manifestação de federações de agricultores, entre outro

Na imagem, no sentido horário, Lula com líderes de Chile, África do Sul, França, Itália, Índia, Reino Unido, Japão e EUA; ao centro, posa sério com o presidente da Argentina / Montagem a partir de fotos de Ricardo Stuckert /PR / Reprodução do UOL

Tagged: , , , ,