Ampliar parceiras comerciais está na mira de Lula em visita ao Japão
O presidente Lula inicia uma visita de estado de quatro dias ao Japão nesta segunda-feira, acompanhado por uma delegação empresarial de 100 pessoas. Em meio às tarifas dos EUA, crescem as pressões para os países a cultivarem laços comerciais em outros lugares.
Espera-se que Lula e o primeiro-ministro Shigeru Ishiba discutam o desenvolvimento conjunto de biocombustíveis antes da cúpula climática da ONU COP30, em novembro, na Amazônia. Nas conversas que serão realizadas na quarta-feira, os líderes reafirmarão seu compromisso com o livre comércio após as taxas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o aço e outras importações. “Todos que falavam sobre livre comércio agora estão praticando o protecionismo”, disse Lula, 79 anos, antes de sua partida. “Acho que esse protecionismo é absurdo”, disse ele à mídia japonesa. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, depois do Canadá, respondendo por 4 milhões de toneladas métricas em 2024. Abrir novos mercados também está na mira do Brasil.
Lula e Ishiba devem acertar visitas regulares entre os líderes de ambos os países e com o estabelecimento de um diálogo estratégico sobre segurança e outros assuntos, informou a mídia japonesa. Os dois também poderão afirmar a importância da ordem internacional baseada em regras, uma frase frequentemente usada para fazer uma crítica velada à política externa chinesa. (Japan Times / El Mercurio / Prensa Latina)
GOLPE DE 64
O site do bloco de Esquerda de Portugal, intitulado “Esquerda” traz reportagem com o título “O filme da CIA que preparou o golpe de 64 no Brasil”. Informa que “antes dos documentos agora revelados nos arquivos do assassinato de Kennedy, já possuíamos uma prova eloquente da preparação do golpe no Brasil. Refiro-me ao filme documentário “Brazil: The Troubled Land”.
Nesta semana, com a abertura dos arquivos sigilosos do assassinato de John F. Kennedy, temos as provas documentais de que São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre abrigavam bases secretas da CIA na década de 1960, para fazer espionagem no território brasileiro. Durante a Guerra Fria, entre o mundo socialista e o imperialismo norte-americano, esses documentos mostram o envolvimento do governo dos Estados Unidos no golpe e ditadura militar que ocorreram no Brasil. Mas antes dos documentos agora revelados, já possuíamos uma prova eloquente da preparação do golpe no Brasil. Refiro-me ao filme documentário “Brazil: The Troubled Land”. Ele interpretava a luta pela terra em Pernambuco, e foi realizado para a rede de televisão norte-americana ABC, com imagens de 1961. The Troubled Land havia sido visto nos Estados Unidos, onde alcançara grande repercussão, mas nunca passou nos cinemas ou na televisão brasileira. (Esquerda)
GUERRA COMERCIAL / MEIO AMBIENTE
O risco de uma guerra comercial global é “uma preocupação muito grande” que prejudicaria a capacidade do mundo de enfrentar o aumento das temperaturas ao limitar o acesso a tecnologias cruciais, alertou o executiva-chefe da cúpula climática COP30 da ONU deste ano.
O Brasil deve sediar as negociações ambientais mais importantes do mundo em novembro, mas a secretária do clima do país, Ana Toni, admitiu que elas ocorrerão em “circunstâncias muito difíceis”. Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente Donald Trump lançou um ataque abrangente às políticas climáticas nos EUA, incluindo a retirada do país do acordo histórico de Paris pela segunda vez, enquanto suas ameaças de tarifas provocaram temores de uma guerra comercial global.
“A guerra comercial é uma preocupação realmente grande porque alguns países têm tecnologia para descarbonização que outros países precisam”, disse Toni em uma entrevista ao Financial Times. “Não podemos desacelerar o processo por causa das guerras comerciais em termos de troca de tecnologias, produtos e assim por diante.”
No ano passado, um estudo da London School of Economics informou que as tarifas prometidas por Trump “afetariam significativamente a acessibilidade dos veículos elétricos” somente nos EUA. “Ter um comércio fluido e livre para produtos especificamente de baixo carbono é realmente importante”, disse Toni. “Portanto, as guerras comerciais não nos ajudam. Elas realmente dificultam nossa vida para o processo que precisamos enfrentar, que é a descarbonização global.”
BOLSONARO / RÉU
O Supremo Tribunal Federal decide na terça-feira se o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários de seus aliados serão julgados por cinco acusações, incluindo tentativa de golpe de Estado. O líder da extrema direita foi acusado em fevereiro de planejar um golpe após perder a eleição de 2022 para seu oponente e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem traz um roteiro sobre o julgamento.
Bolsonaro foi acusado em fevereiro pelo procurador-geral do país de tentar um golpe para permanecer no cargo após sua derrota nas eleições de 2022. A acusação foi baseada em uma investigação policial e acusou Bolsonaro de cinco crimes. Se o painel determinar que há provas suficientes para sugerir que o acusado cometeu os supostos crimes, será iniciado um processo criminal. Os juízes também podem rejeitar a acusação, embora isso seja considerado improvável.
No front político, Bolsonaro e congressistas aliados tentaram alterar uma lei que impede criminosos condenados de concorrer a cargos públicos. Eles também pressionaram por um projeto de lei que perdoaria os condenados por uma insurreição em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do líder de extrema direita invadiram prédios do governo em Brasília, capital do Brasil, imitando os tumultos no Capitólio dos EUA. (Independent)
CONTAS PÚBLICAS
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o governo está mantendo a meta de superávit primário para o próximo ano, mesmo que seja um desafio, enquanto se prepara para apresentar sua proposta de meta fiscal para 2026 ao Congresso.
Alcançar o superávit primário “não será fácil, mas vamos persegui-lo”, disse Haddad em um evento promovido pelo jornal Valor, quando perguntado se ele formalizaria a meta de superávit primário projetada anteriormente de 0,25% do produto interno bruto (PIB). Ele acrescentou que o plano teve a aprovação do presidente Lula. Por lei, o governo deve apresentar sua proposta de meta fiscal para o ano seguinte ao Congresso até 15 de abril. (Reuters)
EUA / OVOS
Os Estados Unidos quase dobraram as importações de ovos brasileiros que antes eram usados apenas para ração animal e estão considerando flexibilizar as regulamentações para ovos postos por galinhas criadas para carne, à medida que o governo do presidente Donald Trump busca reduzir os preços altíssimos causados pela gripe aviária.
Embora nenhum dos ovos de galinhas brasileiras ou de frangos de corte fosse parar nas prateleiras dos supermercados, eles poderiam ser usados em alimentos processados, como misturas para bolo, sorvete ou molho para salada, liberando mais ovos frescos para os compradores. Para permitir o uso de ovos de galinha de corte, seria necessário alterar as regulamentações, e alguns especialistas em segurança alimentar advertiram que isso poderia causar a contaminação de produtos alimentícios com bactérias nocivas.
Em todo o país, persiste a tensão econômica causada pelo vírus que dizimou quase 170 milhões de galinhas, perus e outras aves desde o início de 2022. Os compradores de supermercados examinam as prateleiras com poucos estoques, os restaurantes aumentaram os preços dos cardápios e os preços dos ovos no atacado subiram 53,6% em fevereiro, antes de diminuir um pouco em março.
A escassez de ovos alimentou a inflação de alimentos, mesmo com as disputas comerciais de Trump ameaçando interromper as cadeias de suprimentos e aumentar os custos de produtos frescos e outros bens. (Reuters)
Na imagem, o presidente Lula chega ao Japão nesta segunda-feira acompanhado por Rodrigo Pacheco, Davi Alcolumbre, Hugo Motta e Arthur Maia, além de ministros e parlamentares / Ricardo Stuckert
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.