AtlasIntel/Bloomberg: Lula alcança 50,2% de aprovação e cresce 9 pontos entre evangélicos

AtlasIntel/Bloomberg: Lula alcança 50,2% de aprovação e cresce 9 pontos entre evangélicos

Imagem em destaque: O presidente Lula sancionou nesta quarta-feira (30) a lei que proíbe o uso de animais vivos em testes laboratoriais para desenvolvimento de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, em cerimônia no Palácio do Planalto. Durante o evento, Lula classificou a iniciativa como uma lei que “defende a soberania animal” e destacou que “as criaturas que têm como habitat natural o planeta Terra não vão ser mais cobaias de experiências nesse país”. (Agência Brasil). Foto: Ricardo Stuckert/PR

LULA LÁ

A aprovação de Lula superou a desaprovação pela primeira vez em nove meses, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira (31), registrando 50,2% ante 49,7% da pesquisa anterior, há duas semanas. A desaprovação caiu de 50,3% para 49,7% no mesmo período, marcando a primeira vez que Lula registra saldo positivo desde outubro de 2024. O aumento ocorre em meio às tensões com Trump, que anunciou tarifas de 50% alegando perseguição a Bolsonaro, além de impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe.

A proporção de entrevistados que considera o governo Lula bom ou ótimo também melhorou, passando de 43,4% para 46,6%. Entre os evangélicos, a aprovação de Lula disparou de 21,5% em junho para 30,4% em julho, aumento de quase nove pontos percentuais em apenas um mês. Lula voltou a liderar todos os cenários eleitorais para 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno, contra todos os possíveis candidatos da oposição. A pesquisa entrevistou 7.334 adultos brasileiros entre 25 e 28 de julho, com margem de erro de 1 ponto percentual (Reuters, Revista Fórum).

ENFRENTANDO O TERRORISMO DE ESTADO 2.0

O governo brasileiro ativou medidas de contingência para enfrentar o tarifaço de Trump, incluindo linhas de crédito para setores exportadores e estímulos fiscais, com fontes do Planalto confirmando que Lula recebeu propostas concretas de seu time econômico. Nesta quarta-feira (30), o governo Trump anunciou a aplicação de sanções da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e oficializou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com cerca de 700 exceções. Entre os produtos livres da tarifa estão suco de laranja, minério de ferro, combustíveis, além de motores, peças e artigos para aeronaves civis produzidos pela Embraer. Carne bovina e café continuam taxados. Trump também adiou o início da vigência das tarifas, que passam a valer a partir de 6 de agosto.

As sanções contra Moraes incluem bloqueio de bens nos EUA, proibição de entrada no país e restrições a transações em dólar, o que pode afetar o uso de cartões internacionais e serviços de empresas estadunidenses. Trump justificou a decisão alegando “ataques insidiosos às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão”, citando decisões do STF e o tratamento dado a Jair Bolsonaro. Após três dias de reuniões com congressistas e empresários em Washington, a comitiva de oito senadores brasileiros encerrou sua missão. Para o senador Carlos Viana (Podemos-MG), que integrou a delegação, a questão Bolsonaro serve apenas como pretexto; segundo ele, a preocupação americana seria o fortalecimento dos BRICS.

O presidente Lula prestou solidariedade a Moraes e atribuiu as sanções a “políticos brasileiros que traem nossa pátria”, enquanto o STF reforçou que todas as decisões do ministro foram referendadas pelo plenário. Em artigo no argentino Página/12, o jornalista Gustavo Veiga alerta para um novo tipo de intervenção dos EUA, direcionada a quem contraria seus interesses — agora com sanções, pressões e restrições econômicas no lugar dos métodos diretos do passado —, prática que ele classifica como “terrorismo de Estado 2.0” (El Diario AR, CLAE, El Tiempo, El Espectador, Ámbito, El Tiempo, Clarín, Correio da Manhã, Página 12, La Diaria, Sin Embargo, TASS, Prensa Latina).

DESEMPREGO SEGUE EM QUEDA

O desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, segundo dados do IBGE, o menor índice desde o início da série histórica em 2012. O número de desempregados diminuiu 17,4% no trimestre, chegando a 6,3 milhões, enquanto o emprego formal bateu recorde com 39 milhões de pessoas, crescimento de 3,7% no ano, e o índice de informalidade caiu de 38,7% em junho de 2024 para 37,8% no mesmo período deste ano (Prensa Latina, Trading Economics).

BC MANTÉM SELIC EM 15%

O Banco Central brasileiro manteve a taxa Selic em 15% na quarta-feira (30), pausando o ciclo de alta após sete elevações consecutivas, como esperado pelos economistas. O Copom sinalizou que vai manter os juros estáveis por um período prolongado para avaliar os impactos cumulativos dos aumentos recentes e se o nível atual será suficiente para convergir a inflação à meta de 3%. A decisão considera também as tarifas sobre produtos brasileiros, que tornam o cenário global mais adverso e incerto (Reuters).

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