Brasil avança cinco posições no IDH e supera nível pré-pandemia
O Brasil subiu cinco posições no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), alcançando o 84º lugar entre 193 países e superando, pela primeira vez, o nível anterior à pandemia. Com nota 0,786, o país permanece na faixa de “Alto Desenvolvimento Humano”, acima da média mundial e da América Latina. O avanço foi impulsionado pela alta na expectativa de vida, que chegou a 75,85 anos, e pela recuperação da renda per capita, mas os indicadores educacionais seguem estagnados desde 2021.
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alerta, porém, para o ritmo mais lento de progresso no IDH global em 35 anos e para o aumento das desigualdades entre países de baixo e muito alto desenvolvimento. Na América Latina, apesar de alguns avanços, persistem desigualdades internas que reforçam a necessidade de políticas inclusivas e proteção social. Como resposta, o PNUD propõe uma abordagem centrada nas pessoas para o uso da inteligência artificial, com foco em novas oportunidades em saúde, educação e trabalho (Evrim Ağacı, Portugal Pulse, UNDP, BBC Brasil).
MAIS MÉDICOS
O Ministério da Saúde anunciou a abertura de 3.174 novas vagas no programa Mais Médicos, com o objetivo de ampliar o acesso à saúde para mais de 63 milhões de brasileiros. Do total, 3.066 vagas serão destinadas a 1.620 municípios e 108 a 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, com foco no atendimento em regiões remotas e socialmente vulneráveis. A iniciativa busca fortalecer a atenção primária e ampliar a presença de profissionais em áreas com menor oferta de serviços de saúde (Granma).
LULA VAI À RÚSSIA
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai se reunir com o presidente Lula na próxima sexta-feira (9), em Moscou, informou o assessor do Kremlin, Yury Ushakov. Segundo ele, o encontro com Lula será o primeiro de uma série de reuniões bilaterais marcadas para aquele dia. Ushakov ressaltou que o Brasil, que assumiu a presidência rotativa do BRICS após a Rússia, é visto como um parceiro prioritário do país na América Latina (TASS).
ARCABOUÇO
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, sugeriu que o limite de gastos do governo seja ampliado em 2027 para incluir as dívidas judiciais, conhecidas como precatórios. A medida ainda não foi decidida, mas ele defende que o ajuste cubra apenas esses valores, que devem chegar a até R$ 40 bilhões por ano (Reuters).
SELIC
O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) iniciou nesta terça (6) mais uma reunião para decidir sobre a taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano. Economistas preveem uma elevação para 14,75% — o maior patamar desde 2006 — ainda nesta semana. Se confirmado, o novo aumento reforça a estratégia conservadora do BC, mesmo com críticas sobre os efeitos negativos dos juros altos no consumo, crédito e investimentos (Brasil de Fato).
‘NÚCLEO 4’
O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus, por unanimidade, os sete acusados do chamado “núcleo 4” da tentativa de golpe contra a democracia brasileira após as eleições de 2022. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, aponta ações coordenadas de desinformação, divulgação de fake news sobre o processo eleitoral e ataques virtuais contra autoridades e instituições. Parte das acusações também envolve o uso indevido da ABIN com fins golpistas.
Com a decisão da Primeira Turma, os réus — entre eles militares da reserva, um agente da Polícia Federal e o presidente de uma entidade ligada à fiscalização eleitoral — responderão a processo penal por crimes como tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e dano ao patrimônio público. O julgamento marca mais um passo no esforço institucional para responsabilizar os envolvidos nas ações antidemocráticas que buscaram impedir a posse de Lula. Outros 12 acusados, integrantes do “núcleo 3” — que inclui militares da ativa e da reserva —, serão julgados a partir do próximo dia 20 de maio (CNN Brasil, Prensa Latina).
CONSEQUÊNCIAS DO TARIFAÇO
A nova escalada da guerra comercial entre EUA e China reacendeu o otimismo entre produtores de soja no Brasil, especialmente no Mato Grosso, onde o setor comemora o aumento da demanda chinesa. A decisão de Donald Trump de aplicar novas tarifas a produtos chineses levou Pequim a retaliar, reduzindo drasticamente as compras de soja dos EUA. Com isso, o Brasil — que já respondia por mais de 70% das exportações de soja para a China em 2024 — se consolida como líder no mercado global, com potencial de lucrar até US$ 7 bilhões a mais, segundo análise da revista Exame.
Enquanto agricultores brasileiros agradecem a conjuntura criada pelo confronto entre as duas maiores economias do mundo, produtores estadunidenses acumulam perdas, dívidas e incertezas, sem perspectivas claras de recuperar espaço no mercado (The Washington Post).
*Imagem em destaque: Wikimedia Commons
