Brasil e China firmam acordo que viabiliza exportação sem o uso do dólar

Brasil e China firmam acordo que viabiliza exportação sem o uso do dólar

Transações comerciais entre os países poderão ser realizadas de forma direta, com compensação em real e yuan, a moeda chinesa. Como principal parceiro comercial do Brasil, a China tem como objetivo minar a hegemonia do dólar norte-americano no comércio internacional; o retorno de Bolsonaro ao país e as 700 mil mortes por COVID-19 também são…

Brasil e China assinaram um acordo sobre comércio em moedas mútuas, abandonando o dólar americano como intermediário, e também planejam expandir a cooperação em alimentos e minerais, reporta a agência RT News. O acordo permitirá que as transações comerciais e financeiras sejam realizadas diretamente em yuan e real, sem a necessidade do dólar americano. A criação de uma câmara de compensação visa facilitar e reduzir o custo das transações entre as partes e acabar com a dependência do dólar nas relações bilaterais. O Banco Popular da China (PBOC) destacou que essa medida impulsionará o uso do yuan nas transações transfronteiriças entre empresas e instituições financeiras nos dois países, além de facilitar ainda mais o comércio e o investimento bilateral. “A China é o maior parceiro comercial do Brasil há mais de uma década, com o comércio bilateral atingindo o recorde de US$ 150 bilhões no ano passado”, diz a reportagem.

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O retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil repercute em grande parte da mídia internacional nesta quinta-feira, 30 de março.

Fãs obstinados de Bolsonaro cumprimentam ex-presidente de extrema-direita em retorno ao Brasil“, noticia o britânico Guardian. O texto diz que depois de três meses em exílio voluntário nos Estados Unidos para evitar a transferência de poder para seu rival político, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente retornou ao Brasil com a esperança de provar que ainda tem uma carreira política ativa.

Reportagem do Financial Times relata que “várias investigações foram abertas contra o ex-líder no Brasil, incluindo alegações de desvio de dinheiro relacionadas a mais de 3 milhões de dólares em joias que teriam sido um presente do governo saudita, e acusações de incitação relacionadas ao ataque de seus apoiadores radicais às instituições políticas em 8 de janeiro” e que seus opositores desejam vê-lo responder pelas acusações perante a justiça.

O Libèration publica análise que questiona o motivo da volta de ex-presidente neste momento, e afirma que, de acordo com observadores, é provável que sua chegada tenha sido premeditada, já Lula estaria viajando para a China e o campo ficaria livre para Bolsonaro atrair a atenção. Mas, devido a uma pneumonia, a viagem foi oficialmente cancelada no domingo.

“Imaginamos que ele queira se tornar a oposição a Lula até as eleições presidenciais de 2026, já que seu partido se tornou em outubro a principal força política do país, com 99 deputados (de um total de 513) e 14 senadores (de um total de 81) e uma série de governadores estaduais. Uma posição difícil de assumir vivendo no exterior”, diz o texto do jornal francês.

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Também de acordo com o Financial Times, a chegada de ex-presidente “desviou a atenção do tão esperado anúncio do governo de uma nova estrutura fiscal na quinta-feira, que se esperava ser um momento marcante para o novo governo”. A publicação também informa que, horas antes de sua partida, a Polícia Federal intimou Bolsonaro a prestar depoimento, no próximo dia 5 de abril, no caso que apura o recebimento de joias da Arábia Saudita.

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O Brasil atingiu na última terça-feira 700 mil mortes por COVID-19. É o segundo maior número de vítimas fatais do vírus depois dos Estados Unidos, reporta a agência AP News. “A vacina que hoje está disponível em todas as unidades de saúde do Brasil poderia ter mudado a vida das famílias que perderam entes queridos na pandemia”, disse o Ministério da Saúde. A ministra da pasta, Nisia Trindade, fez críticas à maneira como o ex-presidente Jair Bolsonaro lidou com a pandemia, desrespeitando as restrições de saúde e se recusando a tomar a vacina contra o coronavírus.

Para Miguel Lago, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Estudos de Políticas de Saúde, o número de mortes pela COVID-19 é um lembrete da responsabilidade do país em punir aqueles que não agiram contra o vírus ou sabotaram os esforços dos que tentavam combatê-lo.

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O Brasil está ameaçando processar a montadora alemã Volkswagen por alegações de uso de trabalho escravo durante a ditadura militar em uma fazenda na Amazônia. As negociações para compensação dos trabalhadores não tiveram acordo. O Ministério Público brasileiro busca indenização para homens que alegam terem trabalhado em condições “humilhantes e degradantes” na Fazenda Vale do Rio Cristalino, propriedade da Volkswagen no estado do Pará, entre 1973 e 1987, sem acesso a água potável e saneamento. A empresa nega as acusações.

Segundo o promotor Rafael Garcia, do Ministério do Trabalho, documentos indicam que a Volkswagen comprou 1.390 quilômetros quadrados de terra na Amazônia e que mais de 500 quilômetros quadrados foram desmatados durante a expansão da fazenda. Acredita-se que centenas de outras pessoas também tenham sido exploradas ao longo dos anos, contratadas para desmatar a floresta tropical. “Graves violações dos direitos humanos ocorreram em uma fazenda de uma das maiores empresas do mundo e as reparações deveriam ser pagas em grande escala”, diz o promotor, em publicação do Guardian.

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