Brasil reduz pobreza ao menor nível desde 2012

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira que o Brasil encerrou 2023 com os menores níveis de pobreza e extrema pobreza registrados desde que esse trabalho foi realizado, em 2012. Apesar da queda, dados publicados nesta quarta-feira e reportados pela Agência Brasil indicam que 58,9 milhões de pessoas ainda são pobres, enquanto nove milhões e meio de brasileiros sobrevivem na extrema pobreza. Até 2023, os dados mais recentes indicam que a população total do Brasil será de 216,4 milhões. Para determinar esse limite, a análise do IBGE usou o critério do Banco Mundial, que indica que uma pessoa precisa de pelo menos US$ 2,15 para não estar em extrema pobreza e menos de US$ 6,85 por pessoa por dia para ser considerada pobre. De acordo com os dados, a porcentagem de pessoas vivendo em extrema pobreza no final de 2023 era de 4,4%. Essa taxa era de 6,6% em 2012 e 5,9% em 2022. Entre os dois últimos anos, 3,1 milhões de pessoas deixaram de ser extremamente pobres, ou seja, passaram a ter o equivalente a pelo menos US$ 2,15 por dia.
Em números absolutos, cerca de três milhões de pessoas foram retiradas da pobreza extrema no Brasil em 2023, quando Lula sucedeu o líder de extrema direita Jair Bolsonaro como presidente do Brasil e retomou os programas sociais que haviam sido suspensos ou reduzidos durante o governo anterior.
(La Diaria, EFE vídeo, Clarín / Prensa Latina)
PM JOGA HOMEM DE PONTE EM SP
Indignação no Brasil. De acordo com as autoridades, o incidente ocorreu após uma perseguição iniciada quando duas pessoas em uma motocicleta desobedeceram a um mandado de prisão da polícia. A perseguição terminou na Rua Padre Antônio de Gouveia, na Vila Clara, com a captura dos dois indivíduos. Durante a operação, um deles foi jogado da ponte enquanto estava sob custódia policial. Os vizinhos da área indicaram que a operação policial tinha como objetivo dispersar uma festa funk na via pública. “Eles estavam tentando combater o baile funk. Eles vieram e invadiram o baile funk. O número de pessoas na rua foi reduzido, mas todos estavam na avenida, e foi aí que aconteceu”, disse uma testemunha que preferiu manter o anonimato. O pai do jovem jogado no córrego identificou a vítima como Marcelo, um entregador de 25 anos sem registro policial. “Ele era muito trabalhador, um rapaz que sempre correu atrás do que era dele. Sem envolvimento, sem multa, sem nada. Eu queria uma explicação desse policial e por que ele fez isso”, disse Antônio Donizete do Amaral ao Jornal Nacional. Apesar da queda, Marcelo sobreviveu e foi ajudado por moradores de rua nas proximidades. Depois de ser levado ao hospital, ele recebeu alta. O Departamento de Assuntos Internos está atualmente tentando localizá-lo para incluir seu depoimento na investigação. (El Tiempo / Clarín / Página 12 / La Nación)
MERCOSUL / UNIÃO EUROPEIA
O Mercosul se reunirá no Uruguai na quinta-feira com a possibilidade de o grupo usar o evento para anunciar o acordo comercial com a União Europeia, há muito adiado, após negociações de última hora para que o acordo fosse concluído. O acordo, apoiado pela maioria dos países sul-americanos e pressionado pela Alemanha e pela Espanha, enfrentou forte oposição da França devido ao receio de que as importações agrícolas para a Europa atingissem o poderoso setor agrícola do país. Negociadores de todos os lados se reuniram no Brasil na semana passada, disseram à Reuters fontes diplomáticas e governamentais sênior, com planos de que as delegações possam viajar para Montevidéu se um acordo for fechado durante as negociações virtuais que continuam nesta semana. Isso poderia até mesmo fazer com que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajasse para a cúpula de 5 a 6 de dezembro na capital uruguaia, disseram duas fontes europeias, embora a maioria tenha advertido que provavelmente nada será assinado. Uma fonte disse que a chefe da UE havia reservado uma passagem de avião por precaução.
“A última rodada de negociações terminou com um progresso importante”, disse Mauricio Lyrio, secretário de assuntos econômicos do Ministério das Relações Exteriores.“Estamos esperançosos. As questões pendentes estão sendo submetidas aos líderes para serem finalizadas.” Bernd Lange, um social-democrata alemão que preside o comitê de comércio do Parlamento Europeu, disse na terça-feira que a situação doméstica na UE era o principal obstáculo para um acordo e que a decisão de viajar esta semana permanecia incerta.
O presidente Lula disse na semana passada, no entanto, que o acordo estava sendo negociado diretamente com Von der Leyen, enquanto uma nova rodada de conversas pessoais ocorria no Brasil. Ele está confiante de que um acordo será finalizado este ano.
As negociações estão quase concluídas e Bruxelas deve anunciar a conclusão do acordo nesta semana, salvo surpresas de última hora, na cúpula do Mercosul no Uruguai. Os principais negociadores das duas partes se reuniram no Brasil na semana passada, e as discussões técnicas foram essencialmente concluídas, disseram pessoas próximas ao assunto ao POLITICO, com algumas questões ainda aguardando aprovação no mais alto nível político.
A Itália quer mudanças nas seções agrícolas do projeto de acordo entre a UE e o Mercosul, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, na quarta-feira. “Somos a favor do acordo com o Mercosul, mas precisamos corrigir alguns pontos em questões agrícolas”, disse Tajani, segundo a agência de notícias italiana ANSA, à margem de uma reunião ministerial da OTAN em Bruxelas. O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, disse no mês passado que a minuta era “inaceitável” e pediu que os países do Mercosul cumprissem as mesmas normas da UE em termos de respeito aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente.
Os quatro membros fundadores do bloco comercial Mercosul apoiam os termos do acordo com a UE, disseram duas fontes à Reuters na quarta-feira, antes da reunião de cúpula do grupo, que será realizada nos dias 5 e 6 de dezembro na capital uruguaia. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai aguardam que a UE concorde com os termos delineados após negociações de última hora para que o acordo seja concluído.
Milei entrará em conflito com Lula em Montevidéu: ele pedirá a cada país do Mercosul que assine seus acordos comerciais. O presidente brasileiro quer manter a estratégia atual de negociar em bloco. O líder libertário, interessado em negociar com os Estados Unidos e a China, poderia defender acordos-quadro conjuntos que permitiriam a cada parceiro abrir sua economia de acordo com suas necessidades. A saída da união alfandegária é descartada porque requer o apoio do Congresso. Expectativas para o tratado com a União Europeia. (El Diario Ar)
ARGENTINA X BRASIL
O governo argentino anunciou que as universidades poderão cobrar de estrangeiros não residentes. A maioria vem de países vizinhos. Em 2022, 16% eram brasileiros, seguidos por 14% do Peru, 9% do Paraguai, 8% da Bolívia, 7% da Colômbia, 7% do Equador, 6% da Venezuela e 3% do Chile. (La Nación)
ENCONTRO DA EXTREMA DIREITA
“Buenos Aires, epicentro da extrema direita global” é o título do longo artigo do sociólogo Álvaro Verzi Rangel no site do Centro Latino-Americano de Análise Estratégica. Alguns dos principais líderes políticos da direita e da extrema-direita mundial estarão reunidos, nesta quarta-feira (04/12), em Buenos Aires, para mais uma edição da CPAC (Conservative Political Action Conference – ou Conferência de Ação Política Conservadora, na tradução em português). Como não pode deixar o Brasil, a fala de Bolsonaro será feita por meio de videoconferência. Participam herdeira de Trump, Steve Bannon e muitos mais.
MEIO AMBIENTE
Um dos pilares da proteção da floresta amazônica – a Moratória da Soja – está sob pressão sem precedentes de organizações do agronegócio brasileiro, políticos e empresas comerciais globais, segundo informações do The Guardian. A soja é uma das culturas mais cultivadas no Brasil e representava uma enorme ameaça de desmatamento para a floresta amazônica até que as partes interessadas concordaram voluntariamente em impor uma moratória e não mais adquiri-la na região em 2006. O acordo voluntário reuniu agricultores, ambientalistas e empresas internacionais de alimentos, como a Cargill e o McDonald’s, e decidiu que qualquer detecção de soja plantada em áreas desmatadas após 2008 resultaria no bloqueio da fazenda nas cadeias de suprimentos, independentemente de o desmatamento ter sido legal no Brasil. (Guardian)
Imagem de Lula em 2022 / Ricardo Stuckert

Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.