Em clima de otimismo, Yamandú Orsi e Lula se encontram em Brasília

Em clima de otimismo, Yamandú Orsi e Lula se encontram em Brasília

POR TATIANA CARLOTTI

“É uma honra ter visitado o presidente Lula. Agradável intercâmbio sobre a agenda global e regional que impacta diretamente o trabalho e a produção”, afirmou o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, nas redes sociais, após encontrar o presidente brasileiro em Brasília.

Principal destino das exportações do Uruguai, “O Brasil e sua economia são muito importantes para o desenvolvimento do nosso país”, acrescentou Orsi, ao agradecer Lula por recebê-lo na manhã desta sexta-feira (29), destaca a Agência Uruguaia de Notícias (Uy.press).

Os presidentes latino-americanos comentaram as boas relações e conversaram sobre as parcerias entre Brasil e Uruguai, além do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cuja cúpula está marcada para os dias 5 e 6 de dezembro. À imprensa, Orsi afirmou estar otimista “como Mercosul e como região na possibilidade de estreitar laços com outras regiões e, fundamentalmente, com a Europa”, complementa a Agência Brasil.

“NINGUÉM VAI PODER NEGAR”

O uruguaio Âmbito traz as declarações do presidente Lula sobre a tentativa de golpe, dadas nesta quinta-feira (28), durante a apresentação do programa Periferia Viva. “Ninguém poderá negar” que a tentativa de golpe foi verdadeira, “tentaram dar um golpe para nos impedir de assumir a Presidência da República”, disse. Lula defendeu a democracia, um sistema que exige “paciência e debate”, e apontou ser necessário construir “uma sociedade civilizada onde todos tenhamos direitos, mas todos respeitem os direitos dos outros”.

O jornal também destaca trechos do inquérito da Polícia Federal: “as provas obtidas pela investigação demonstram inequivocamente que o então presidente Jair Bolsonaro planejou, agiu e teve o controle direto e efetivo de os atos executivos levados a cabo pela organização criminosa que tinha como objetivo a realização de um golpe de Estado e a abolição do Estado democrático, fato que não foi consumado por boas razões de circunstâncias fora de seu controle”. E aponta que as investigações confirmam planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes (STF).

De Lisboa, o jornal Público aborda o tema com o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).

PÁGINA POLICIAL

O Âmbito aponta que o ex-assessor de comunicação do La Libertad Avanza, campanha presidencial de Javier Milei em 2023, Fernando Cerimedo, aparece listado pela Polícia Federal, sob a acusação de difundir notícias falsas sobre urnas eletrônicas durante o processo eleitoral de 2020. O relatório da Polícia o cita como “estrategista digital” por 66 vezes, vinculando-o a assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na época, ele espalhava o boato de que as urnas fabricadas antes de 2020 geraram uma anomalia a favor do número do candidato 13”.

A Reuters comenta as declarações de Bolsonaro publicada no Wall Street Journal nesta quinta-feira: “Trump está de volta e é um sinal de que nós também voltaremos”, ele chegou a afirmar. Segundo o jornal dos EUA, “Bolsonaro está planejando um retorno político, antecipando o apoio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, o que pode incluir o uso de sanções econômicas contra Lula”.  

Veja Também:  Da revolta militar ao autogolpe: entre 1945 e 2000, houve 109 golpes de Estado na América Latina 

Já a argentina Página 12 traz uma análise sobre a entrevista concedida ontem por ele ao portal UOL. Nela, Bolsonaro admite ter estudado a possibilidade de aprovar um decreto para ordenar uma intervenção militar em 2022, mas alega que a medida não foi posta em prática e que estaria protegida pela Constituição.

Sobre a possibilidade de pedir asilo político numa embaixada estrangeira, disse que “uma embaixada, pelo que vejo na história do mundo, qualquer um que se sinta perseguido pode ir para lá”. E logo emendou que se tivesse algo a esconder não teria voltado dos Estados Unidos em 2023, para onde foi, às vésperas da posse de Lula.

E da tentativa de golpe de 8 de janeiro, é bom lembrar.

A CHANTAGEM DO MERCADO

Os jornais argentinos estão preocupados com a alta do dólar no Brasil acima dos 6,10 reais. La Nación vocaliza a chantagem do mercado contra a reforma fiscal proposta pelo atual governo. Porta-voz do neoliberalismo, o jornal argentino aponta que o aumento “é impulsionado pela incerteza em torno do compromisso fiscal do governo Lula. Até os 10 anos, o dólar operou com uma margem de 1,88%, com um valor de 6,1016 reais, mas depois começou a baixar as primeiras mensagens da política sobre o controverso projeto de reforma fiscal”.

Em sua avaliação, as medidas de ajuste fiscal no país encontrarão um “caminho difícil para o projeto [de reforma fiscal] que exime do imposto de renda quem ganha até 5 mil reais (nossos 840 dólares), iniciativa que provocou a desvalorização”. Sobre Haddad, o jornal destaca a flexibilidade em relação ao projeto e sua declaração aos banqueiros da Febraban, em São Paulo. “Se alguma coisa foi surpresa, positivo, incluindo a correção de distorções no pacote. Podemos abrir o ano legislativo com medidas corretivas. Não há arrogância por parte do governo e ninguém pretende vender fantasias”, disse Haddad.

La Nación lembra ainda que o “pacote de medidas também inclui impostos sobre grandes patrimônios, heranças e transações financeiras de alto valor, e contemplam uma redução impositiva para cidadãos de rendimentos médios”.

El Clarín , El Diario Argentino e La Politica Online também reportaram a questão.

EFEITO LULA: ESTÁ CAINDO O DESEMPREGO

Está na Reuters: “Taxa de desemprego no Brasil atinge menor nível da história em meio a preocupações com inflação”.

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego atingiu o menor nível já registrado nos três meses até outubro, chegando a 6,2% no trimestre de agosto a outubro. O número de desempregados no Brasil totaliza 6,8 milhões de pessoas no período de agosto a outubro, uma queda de 8% na comparação trimestral. Os que estão empregados totalizaram 103,6 milhões de pessoas, uma alta de 1,5% na comparação sequencial.


Foto: Ricardo Stuckert / PR