Em jantar com deputados, Lula sinaliza candidatura à reeleição

EM 2026, FAZ O L DE NOVO
Durante um jantar com deputados na casa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), realizado nesta quarta-feira (23), o presidente Lula reafirmou sua intenção de disputar a reeleição em 2026. De acordo com líderes presentes no evento, Lula teria dito que “se alguém pensa que ele não é candidato, está errado”, destacando estar com a saúde em dia e pronto para viver “120 anos”.
O encontro foi descrito como amistoso e teve como pauta central a liberação de emendas represadas desde decisões do STF, cobrança reforçada por Motta. A proposta de anistia, considerada prioridade pela oposição, foi tratada superficialmente. Lula avaliou que o momento não é adequado para avançar na discussão e criticou a ausência de um limite temporal no texto, sendo apoiado por líderes da base aliada (CNN Brasil, TASS)
MUTIRÃO CLIMÁTICO
Também na quarta (23), durante a Cúpula Virtual do Clima — organizada como parte dos preparativos para a COP30 de Belém — Lula defendeu o multilateralismo e a cooperação internacional como respostas centrais à crise climática. O presidente alertou que negar o aquecimento global “não fará com que ele desapareça” e destacou a importância do Acordo de Paris na reversão de previsões mais alarmantes.
Lula usou o termo “mutirão”, de origem indígena, como símbolo da mobilização coletiva necessária e criticou a paralisia provocada por guerras, corridas armamentistas e cortes em financiamento ambiental. O governo brasileiro quer transformar a COP30 em referência na implementação concreta de compromissos climáticos (Telesur).
FRAUDE NO INSS
O presidente Lula determinou a demissão de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS após ser informado por autoridades da CGU e da Polícia Federal sobre seu envolvimento em um esquema de descontos ilegais em aposentadorias. A fraude, que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, consistia em registrar beneficiários como associados de entidades sem autorização, permitindo cobranças diretas nos contracheques.
A investigação apontou que o esquema se intensificou no governo Bolsonaro e atingiu seu pico após uma instrução normativa de 2022 que facilitou os descontos associativos. Na operação deflagrada na quarta-feira (23), foram cumpridos mais de 200 mandados em 13 estados, com apreensão de carros de luxo, joias e dinheiro vivo. Stefanutto e outros cinco servidores foram afastados por decisão judicial (BBC Brasil).
INTIMADO
O estado de saúde de Jair Bolsonaro piorou nesta quinta-feira (25), segundo boletim do Hospital DF Star, em Brasília. Internado há 11 dias na UTI após cirurgia para tratar uma obstrução intestinal, o ex-presidente apresentou aumento da pressão arterial e piora nos exames do fígado, e permanece em jejum absoluto, recebendo nutrição parenteral, além de seguir com fisioterapia e medidas contra trombose.
Na terça-feira (23), mesmo sob orientação médica para restringir visitas, Bolsonaro recebeu o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e participou de uma live com os filhos Flávio e Carlos. Na segunda (22), deu entrevista ao SBT, diretamente do leito.
Na quarta-feira (24), o ex-presidente foi intimado pessoalmente por uma oficial de Justiça enviada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no processo em que é réu por tentativa de golpe. A entrega, feita na UTI, contrariou as restrições do hospital e causou resistência da equipe e familiares. O STF considerou que sua participação em transmissões e entrevistas indicava plena capacidade de comunicação.
Após 15 minutos de discussão, Bolsonaro assinou a intimação, exaltado; ele registrou o momento em vídeo divulgado na internet e classificou a ação como típica de um “regime nazista”, acusando Moraes de perseguição política. Mesmo hospitalizado, o ex-presidente segue ativo nas redes e mobilizando apoiadores. Em entrevista à CNN Brasil, garantiu que não deixará o país (Correio da Manhã, Prensa Latina, La Nación, Nodal, Independent).
IPO DA JBS
Aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a listagem da JBS na Bolsa de Nova Iorque gerou forte reação de ambientalistas. Organizações como Greenpeace e Global Witness acusam a empresa brasileira de ligação recorrente com o desmatamento da Amazônia e de práticas ambientais irregulares. A abertura de capital, prevista para junho, foi classificada como um retrocesso climático, apesar de a empresa alegar que o IPO fortalecerá seu compromisso com a sustentabilidade e segurança alimentar global (The Guardian).
*Imagem em destaque: Brasília, 02/02/2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (c) reunido com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (d), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (e) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
