Fome recua no país: 8 milhões saem da insegurança alimentar

Fome recua no país: 8 milhões saem da insegurança alimentar

Confira as principais notícias sobre o Brasil na imprensa internacional nesta sexta-feira, 10 de outubro de 2025

POR TATIANA CARLOTTI

O Brasil atingiu o menor patamar histórico de pessoas em situação de fome, segundo a PNAD Contínua relativa ao 4º trimestre de 2024. Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10) mostram que, em apenas um ano, a fome nas áreas rurais e urbanas recuou em todas as regiões do país, tirando dois milhões de brasileiros da insegurança alimentar grave, uma queda de 4,1% para 3,2% no total de domicílios afetados. O índice é o mesmo obtido pelo país em 2013, período considerado referência em políticas de combate à fome.

Além disso, 8,8 milhões de brasileiros saíram da insegurança alimentar, uma tendência observada tanto em áreas rurais quanto urbanas, com destaque para avanços no Nordeste e no Norte, regiões historicamente mais vulneráveis. Em 2024, o Brasil retomou os avanços interrompidos durante o período de desmonte de políticas sociais do governo Bolsonaro, levando a uma melhora em todas as faixas de insegurança alimentar: leve, moderada e grave.

As desigualdades, no entanto, persistem: um em cada quatro domicílios brasileiros apresenta algum grau de insegurança alimentar em 2024, o que representa 18,9 milhões de lares. Cerca de 16% enfrentaram insegurança leve, 4,5% moderada e 3,2% grave, correspondendo a 2,5 milhões de famílias sob privação alimentar, destaca o angolano O Guardião.

Censo 2022

O veículo angolano também divulgou os dados do IBGE relativos ao Censo de 2022 sobre os rendimentos dos trabalhadores brasileiros. Naquele ano, cerca de um terço dos trabalhadores recebia até um salário mínimo, R$ 1.212. Segundo o IBGE, 31,3 milhões de pessoas (35,3% do total) se enquadravam nessa faixa de renda, enquanto apenas 7,6% ganhavam mais de cinco salários mínimos. Em 2010, 36,4% dos trabalhadores ganhavam até um salário mínimo e 9,6% recebiam mais de cinco. A persistência da desigualdade reflete a elevada informalidade no mercado de trabalho, que alcançava 38% em 2022.

As desigualdades raciais e de gênero também se evidenciam no Censo de 2022: os homens recebiam em média R$ 3.115 reais, enquanto as mulheres ganhavam R$ 2.506, uma diferença de 24,3%. Trabalhadores brancos tinham rendimento médio de R$ 3.659 reais, contra R$ 2.061 reais entre negros e R$ 1.683 reais entre indígenas.

7 milhões de estrangeiros visitaram o Brasil em 2025

Sete milhões de estrangeiros visitaram o Brasil entre janeiro e setembro de 2025, superando a marca anual de 2024. Segundo dados da Embratur, a Argentina lidera o envio de turistas (2,7 milhões), seguida do Chile (604 mil) e dos Estados Unidos (564 mil). França, Portugal e Alemanha somam juntos mais de meio milhão de visitantes, confirmando a recuperação do turismo europeu no país. O volume representa um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2024 e supera a meta estabelecida no Plano Nacional de Turismo 2024-2027. Apenas em setembro, o aumento foi de 28% em relação ao mês no ano anterior, destaca a cubana Prensa Latina

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Golpistas

O ministro Alexandre de Moraes (STF) destituiu os advogados Eduardo Kuntz e Jeffrey Chiquini, que representavam Marcelo Câmara e Filipe Martins, ex-assessores de Jair Bolsonaro, acusados de envolvimento em tentativa de golpe em 2022. Moraes alegou que os defensores descumpriram prazos e adotaram “manobras dilatórias” para atrasar o processo. A decisão determina que a Defensoria Pública Federal assuma a defesa dos réus para garantir a continuidade do julgamento. Os advogados, no entanto, contestaram a medida e afirmaram estar no prazo legal para apresentar as alegações finais, previsto até 23 de outubro, informa Prensa Latina

Rússia importa carnes do Brasil

As exportações brasileiras de carne para a Rússia cresceram 25% entre janeiro e setembro de 2024, totalizando US$ 400,4 milhões, segundo dados oficiais divulgados pela agência Sputnik. O aumento foi impulsionado principalmente pelas vendas de carne bovina. O valor das exportações de carne bovina subiu 60%, atingindo US$ 323,9 milhões — o maior nível desde 2017. Também houve alta nos subprodutos bovinos, de US$ 25,4 milhões para US$ 33,8 milhões no período. Em contrapartida, as exportações de carne de aves e suínos recuaram: as vendas de frango caíram 50%, para US$ 40 milhões, e as de carne suína diminuíram 2,8 vezes, chegando a apenas US$ 2,7 milhões. O desempenho reflete a crescente dependência do mercado russo das exportações brasileiras de proteína bovina, especialmente em meio às sanções ocidentais e à reconfiguração das cadeias globais de abastecimento, aponta a cubana Prensa Latina

UNILA

O Conselho Universitário da UNILA aprovou a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao presidente Lula, reconhecendo seu papel na criação da instituição e na formação acadêmica latino-americana. O título, segundo o Conselho Universitário, reflete o compromisso histórico do presidente com a educação pública e a valorização das identidades culturais latino-americanas. A instituição reafirma o papel da UNILA como espaço de intercâmbio e produção de conhecimento voltado à realidade regional. A homenagem celebra também os 15 anos da universidade, consolidando sua missão de promover inclusão, diversidade e formação crítica em um território simbólico da integração entre povos, informa Le Monde Diplomatique Brasil

Azul

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) ingressou na Justiça contra o acordo entre a Azul Linhas Aéreas e as empresas portuguesas EuroAtlantic e HyFly, que terceirizaram voos entre Brasil e Portugal. A ação questiona a legalidade da operação e a aprovação concedida pela ANAC. Segundo o presidente do SNA, comandante Tiago Rosa, a medida fere a legislação trabalhista brasileira e o Código de Defesa do Consumidor, pois o modelo de “wet leasing” não garante direitos aos tripulantes nem proteção aos passageiros. O sindicato argumenta ainda que a aprovação da terceirização partiu apenas de uma superintendência da ANAC, sem passar por negociação coletiva nem autorização legislativa. O caso tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, informa o português Público

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