Governo anuncia R$ 500 bi para inovação e sustentabilidade no campo

NOVA INDÚSTRIA BRASIL
O presidente Lula anunciou nesta terça-feira (3) o lançamento de mais de R$ 500 bilhões em investimentos como parte da primeira etapa do programa Nova Indústria Brasil (NIB), com metas para fortalecer a agroindústria e a segurança alimentar até 2033. O foco está na criação de cadeias sustentáveis e digitais, além de incentivar práticas mais tecnológicas e ecológicas no campo.
O programa quer aumentar a participação da agroindústria no PIB agropecuário de 23% para 50% e expandir a mecanização da agricultura familiar de 18% para 70%. Entre as ações estão a adoção de máquinas agrícolas, biofertilizantes e tecnologias de precisão. Também há metas de melhorar a tecnificação da agricultura familiar de 43% para 66% e a mecanização agroindustrial de 28% para 35%.
Com mais de R$ 2,1 trilhões em investimentos, sendo R$ 405,7 bilhões do governo e o restante do setor privado, o plano prevê ajustes no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), incentivo à agroecologia e apoio à infraestrutura e compras públicas. Cerca de R$ 200 bilhões em recursos públicos já foram liberados para impulsionar o setor. O objetivo é promover sustentabilidade, modernizar o campo e garantir a segurança alimentar do país.
O Banco do Brasil oficializou sua participação como financiador do Plano Mais Produção (P+P), parte do NIB. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o banco destinará R$ 101 bilhões ao programa por meio de linhas de crédito (Prensa Latina, CNN Brasil).
MAIS 0,9%
A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. A indústria avançou 0,6% e os serviços, 0,9%, enquanto a agricultura recuou 0,9%.
Na demanda, o consumo das famílias aumentou 1,5%, o do governo subiu 0,8% e as investimentos cresceram 2,1%. O PIB atingiu R$ 3 trilhões, sendo R$ 2,6 trilhões de valor agregado e R$ 414 bilhões em impostos líquidos de subsídios.
Comparado ao mesmo período de 2023, o PIB teve alta de 4%, e o crescimento acumulado em quatro trimestres é de 3,1%. O FMI prevê que o Brasil ocupará o oitavo lugar no ranking global em 2024 (Prensa Latina).
DÉFICIT DENTRO DA META
O Brasil deve registrar um déficit primário de 20 bilhões de reais (US$ 3,3 bilhões) em 2024, abaixo do limite de 29 bilhões de reais, conforme meta fiscal do governo. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o governo busca zerar esse déficit, excluindo os juros da dívida, com uma margem de 0,25% do PIB. Ceron também destacou que o pacote fiscal recente, apesar de reações negativas iniciais no mercado, está sendo melhor compreendido e que o ajuste fiscal continua.
O pacote inclui contenção de gastos e uma reforma do imposto de renda que aumenta as isenções para a classe média. Essas medidas geraram desvalorização do real e aumento nos juros futuros. O secretário-adjunto de Dívida Pública, Otávio Ladeira, ressaltou que o Tesouro usa estratégias como a redução de emissões e a recompra de títulos, caso necessário, para mitigar volatilidade, o que ainda não é uma prioridade.
Ceron também mencionou que o pacote fiscal dará ao governo mais flexibilidade para gerenciar o orçamento em 2024, em resposta às críticas sobre o foco no limite de tolerância neste ano. Em outubro de 2023, o governo central registrou superávit primário de 40,8 bilhões de reais, o que ajudou a reduzir o déficit acumulado no ano para 64,4 bilhões de reais. O déficit dos últimos 12 meses corresponde a 1,9% do PIB (Reuters).
BRASIL E CHINA
O mercado automotivo mundial enfrenta transformações, com as marcas chinesas ganhando destaque nesse processo. Um exemplo é a ampliação da atuação da BYD, que terá uma planta na Bahia capaz de produzir até 150 mil veículos por ano até 2025, e o dobro disso em 2026.
Além disso, a fábrica vai produzir um sistema híbrido flex, integrando eletricidade, gasolina e etanol. O projeto promete gerar milhares de empregos e consolidar o Brasil como um centro estratégico para atender o mercado sul-americano.
A expansão chinesa preocupa montadoras tradicionais, que veem um aumento na competitividade nos próximos anos. O presidente da Toyota Argentina destacou que o desafio imposto pelos carros chineses é global, destacando desafios enfrentados nos mercados americano e europeu e sua rápida ascensão na América do Sul. Essa mudança deve moldar o futuro do setor automotivo na região (Ámbito).
TURISMO INTERNACIONAL
O Brasil planeja superar os 7 milhões de turistas internacionais até 2025, de acordo com o ministro do Turismo, Celso Sabino. Grandes eventos, como a COP30, prevista para novembro de 2025 em Belém, terão papel essencial nesse avanço. A cidade está sendo preparada com um investimento de R$ 4 bilhões em infraestrutura, como novas avenidas e centros de convenções, além de projetos da iniciativa privada para ampliar a capacidade de hospedagem, incluindo hotéis, alojamentos locais e navios.
A COP30 colocará o Brasil em evidência, reunindo 150 delegações estrangeiras e mais de 50 mil participantes de várias partes do mundo. Será uma oportunidade única de apresentar as belezas do país, principalmente a Amazônia, para lideranças globais e seus representantes (Público).
*Imagem em destaque: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento e implementação da Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil (NIB), no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
