Governo argentino deve anunciar nesta sexta decisão sobre extradição de bolsonaristas envolvidos em atos golpistas
Na Bahia, Lula anuncia ampliação do programa Pé de Meia para quatro milhões de estudantes em todo o país e participa de comício com candidato do PT à prefeitura de Camaçari; estes e outros assuntos na edição de hoje do Focos 21
LULA NA BAHIA
O presidente Lula esteve nesta quinta-feira (17) em Salvador, capital da Bahia, para anunciar a ampliação do programa Pé de Meia, que concede bolsas de estudo a alunos do ensino médio. A cerimônia ocorreu no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador, contando com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
O programa, que incentiva a permanência de estudantes da rede pública, foi sancionado em janeiro com o objetivo de reduzir a evasão escolar. Ele oferece uma bolsa de permanência voltada para jovens de baixa renda, e a expansão anunciada hoje deve beneficiar cerca de quatro milhões de estudantes em todo o país.
“Esse programa não tem como objetivo apenas dar dinheiro para os estudantes estudarem. É mais do que isso. É uma demonstração que nós estamos dando para que a gente não veja mais jovens desistirem da escola porque precisam trabalhar para levar comida para casa”, afirmou Lula, em seu discurso.
Após o evento, Lula seguiu para Camaçari, a 50 quilômetros da capital, onde participará de uma cerimônia de campanha ao lado de Luiz Caetano, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura, que disputa o segundo turno das eleições municipais no próximo dia 27 de outubro (Prensa Latina).
EXTRADIÇÃO DE GOLPISTAS
O governo brasileiro formalizou ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina um pedido formal de extradição de dezenas de bolsonaristas acusados de participar dos ataques golpistas em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Segundo o documento, eles estão em solo argentino, residindo como refugiados ou em situação irregular. As investigações indicam que muitos deixaram o Brasil com apoio de grupos bolsonaristas.
A medida faz parte das ações legais para responsabilizar os envolvidos na tentativa de subversão democrática, e a ordem foi emitida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A chancelaria argentina analisa o documento e avalia os próximos passos a serem tomados, e a decisão será anunciada em breve, com o governo argentino preparando-se para divulgar sua posição por meio de coletiva de imprensa, provavelmente nesta sexta-feira (18).
A invasão às sedes do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto foi classificada como tentativa de golpe de Estado. Muitos participantes, após o episódio, fugiram para Argentina, Uruguai e Paraguai. Em território argentino, mais de 60 acusados foram localizados, alguns tentando obter asilo político (Âmbito, Página/12).
TCHAU, QUERIDO
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Jair Bolsonaro se lançou como candidato do Partido Liberal (PL) à presidência em 2026. O ex-presidente expressou indignação com a decisão que o declarou inelegível, afirmando ser alvo de perseguição, e sugeriu que pode abandonar a política se a situação não for revertida.
Na semana passada, Valdemar Costa Neto, líder do PL, reafirmou o apoio a Bolsonaro, mas admitiu que o partido pode apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nas próximas eleições. Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 30 de junho de 2023, por abuso de poder e disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral, ficando impedido de concorrer até 2030 (Prensa Latina).
RELAÇÕES INTERNACIONAIS: BOLÍVIA
Os ministros das Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa, e do Brasil, Mauro Vieira, reuniram-se nesta quarta-feira (16), em Brasília, para avaliar o andamento dos acordos firmados em 9 de julho deste ano, durante encontro entre os presidentes Luis Arce e Luiz Inácio Lula da Silva.
Na reunião, os chanceleres destacaram a importância da cooperação bilateral na prevenção e resposta a desastres naturais, reforçando a necessidade de fortalecer ações nas áreas de assistência humanitária e gestão de riscos. O objetivo é aprimorar a capacidade de resposta a emergências, especialmente em regiões vulneráveis a fenômenos climáticos extremos.
Sosa compartilhou nas redes sociais que, além de revisar os acordos, os diálogos avançaram em áreas como economia, saúde, combate ao narcotráfico, ciência, integração regional, controle de incêndios e programas sociais.
Entre os temas debatidos, esteve o projeto da ponte sobre o rio Mamoré, que conectará Guajará-Mirim (Brasil) e Guayaramerín (Bolívia). Também foi discutida a cooperação para a produção e comercialização de fertilizantes e cloreto de sódio, visando fortalecer a agroindústria, além do desenvolvimento conjunto de biodiesel (Nodal).
AL: QUEDA DA NATALIDADE
A taxa de natalidade global está em queda, refletindo mudanças expressivas nos padrões familiares. De acordo com o Banco Mundial, a taxa de fecundidade mundial era de 5,3 filhos por mulher na década de 1960 e caiu para 2,2 nos dias atuais. Na América Latina, essa redução é ainda mais acentuada, com uma queda de 68,4% na fecundidade entre 1950 e 2024.
Atualmente, países como Chile, Uruguai, Costa Rica e Cuba registram as menores taxas de natalidade da América Latina, com 1,5 filho por mulher. No Brasil e na Colômbia, essa média é de 1,6 e 1,7, respectivamente. A queda na natalidade é explicada por vários fatores, incluindo maior controle da fertilidade pelas mulheres e mudanças nos papéis de gênero, com mais participação feminina no mercado de trabalho e acesso à educação superior.
A postergação da maternidade também traz consequências. No Chile, por exemplo, o número de mães com mais de 30 anos quadruplicou na última década, contribuindo para o aumento da infertilidade. Além disso, fatores como o alto custo de vida e dificuldades de acesso a saúde e educação agravam essa situação.
Por outro lado, a baixa fecundidade desperta preocupações demográficas. Com muitos países da região abaixo da taxa de reposição de 2,1 filhos por mulher, projeta-se um envelhecimento populacional e uma redução na força de trabalho, o que pode afetar tanto a economia quanto a organização social (La Nación).
*Imagem em destaque: Ricardo Stuckert