Lula alerta sobre avanço do extremismo e rejeita anistia a golpistas

DEMOCRACIA, UNIÃO, ANISTIA NÃO!
Tensões na democracia “Estamos vivendo um momento muito complicado na humanidade. A democracia está perdendo respeito para o extremismo, está perdendo espaço para o nazismo, fascismo, para as pessoas mais extremistas e muito irresponsáveis que não falam nada com nada e só sabem desacatar e ofender as instituições”, declarou Lula em entrevista a rádios baianas nesta quinta (6).
Defesa de alianças internacionais O presidente enfatizou a importância das parcerias globais: “Não existe possibilidade de ter um governo que atenda aos interesses da sociedade brasileira ou de qualquer lugar do mundo, se a gente não tiver um regime democrático”. Para ele, o “negacionismo” atual demandará esforços significativos do governo.
Perspectivas eleitorais Sobre as articulações do Congresso pela elegibilidade de Bolsonaro, Lula comentou em rádios mineiras, nesta quinta (5): “Haverá o direito à defesa, algo que nunca aconteceu comigo, mas para ele haverá. E se a Justiça decidir que ele pode concorrer, ele terá essa chance. Se for contra mim, perderá outra vez, porque não há chance de a mentira vencer uma eleição neste país.”
Posição sobre anistia Quanto ao projeto de perdão aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente observou: “Quando as pessoas nem foram condenadas e estão pedindo anistia, é porque estão se condenando. Acham que fizeram exatamente aquilo que a Justiça está dizendo que fizeram” (La Diaria, Sputinik Brasil).
DESDOLARIZAÇÃO
Sem alternativa? O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que os países do BRICS não conseguirão substituir o dólar como moeda de reserva global. Em entrevista à Fox Business nesta quarta-feira (5), ele destacou: “Tenho 30-35 anos de experiência no mercado de câmbio e posso afirmar que não há alternativa ao dólar. Esses países podem falar sobre isso, podem tentar tirar nosso status de moeda de reserva, mas não há outra moeda de reserva no horizonte.”
Avanço das moedas nacionais: A declaração surge em um momento em que China, Rússia e Índia ampliam o uso de suas próprias moedas no comércio bilateral. Os países do BRICS têm buscado reduzir a dependência do dólar e do euro, especialmente após as sanções contra Moscou em 2022, que congelaram reservas russas em instituições financeiras da EU (RT News).
RIVIERA DO ORIENTE MÉDIO
Reassentamento de palestinos O presidente dos EUA surpreendeu ao anunciar na quinta (5) planos para que Washington “tome o controle” de Gaza. Em entrevista coletiva ao lado de Netanyahu, o presidente dos EUA declarou que, após a saída da população palestina, “os Estados Unidos vão assumir o controle da Faixa de Gaza e fazer um grande trabalho ali”. Segundo Trump, a responsabilidade americana incluiria a remoção de explosivos não detonados, aplainamento do terreno e a reconstrução da infraestrutura, criando um ambiente propício para o desenvolvimento econômico. “Isso vai gerar empregos e moradias sem limite”, afirmou o republicano, que antes da política fez carreira no setor imobiliário. A proposta provocou forte reação internacional. Governos e organizações de direitos humanos condenaram a ideia, alertando que ela poderia representar uma limpeza étnica. Netanyahu, no entanto, elogiou Trump por apresentar “ideias inovadoras”.
Inovadoras? A ideia não é nova. Gaza abriga refugiados palestinos de diversas partes do país e, historicamente, sua importância política foi vista como um problema por setores do Estado israelense. Desde 1967, Israel já forçou a saída de 200 mil palestinos para a Jordânia. Em 1971, o então ministro Shimon Peres tentou transferir mais palestinos para o Sinai, e estudos chegaram a considerar reassentamentos em países como Iraque, Canadá e… No Brasil (The Conversation).
COP30
Vida que segue “O Acordo de Paris foi criado para trazer os Estados Unidos de volta às negociações climáticas, mesmo sem terem ratificado o Protocolo de Kyoto. Portanto, sua saída tem um impacto muito significativo. Mas precisamos definir como seguir em frente sem o governo dos Estados Unidos. A COP continua sendo uma oportunidade extraordinária para discutir os impactos e soluções para as mudanças climáticas na presença de todas as partes interessadas”, afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30, em entrevista ao Le Monde. Nomeado por Lula em janeiro, o diplomata liderará a conferência da ONU sobre o clima, que ocorrerá em novembro em Belém, no Pará (Le Monde).
Agenda ESG Durante o evento Brasil pretende reforçar a diversidade como critério-chave para investimentos sustentáveis, mesmo com a resistência de alguns setores a iniciativas de inclusão. Cristina Reis, secretária-adjunta de desenvolvimento econômico sustentável do Ministério da Fazenda, afirmou à Reuters que o governo já inclui igualdade racial e de gênero nos critérios nacionais para classificar investimentos como sustentáveis.
Desafio Global e compromisso O governo vem trabalhando para posicionar o Brasil como destino para investimentos sustentáveis, com a criação de um mercado regulado de carbono e a emissão de títulos soberanos “verdes”. Embora o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA seja visto como um obstáculo às ambições climáticas do país e à cooperação global para reduzir emissões de gases de efeito estufa na COP30, Cristina afirmou que o país segue firme em seu compromisso. “Esse alinhamento internacional enfrenta reveses ao longo do tempo e em diferentes regiões, mas segue uma direção comum que acredito persistir… Porque estamos diante de um desafio inegável e que ameaça a vida: a mudança climática”, afirmou (Reuters).
*Imagem em destaque: Ricardo Stuckert
