Lula está de olho no segundo turno do Equador

Lula está de olho no segundo turno das eleições do Equador, em 13 de abril, e decidiu enviar seus assessores de campanha para participar da eleição. A candidata de esquerda Luisa González lidera as pesquisas e sua equipe está confiante de que, desta vez, conseguirá obter os votos necessários para derrotar o presidente Daniel Noboa. O Equador está imerso em uma crise profunda há quase uma década que o transformou em um paraíso para os cartéis de drogas, violência e insegurança em um país que costumava ser o mais seguro do continente. Luisa é herdeira política de Rafael Correa e disputa segundo turno da eleição contra atual presidente equatoriano em abril. O Equador é fundamental para o plano do Brasil de voltar a ser a sede da Unasul. É por isso que os estrategistas da campanha de Lula em 2022, que estavam sob o comando de Edinho Silva, desembarcaram em Quito para participar da campanha. Em uma das reuniões que precederam a posse de Yamandú Orsi no Uruguai, o presidente Lula se encontrou no sábado com Luisa González. (La Politica Online)
TRUMP CITA BRASIL ENTRE PAÍSES COM TARIFAS RECÍPROCAS
Os países visados por Trump em seu longo discurso ao Congresso na terça-feira à noite foram o Panamá, a Groenlândia e o Brasil. O presidente dos EUA insistiu na anexação da Groenlândia, justificando-a como uma questão de segurança nacional; ele também prometeu recuperar o controle do Canal do Panamá e anunciou tarifas recíprocas contra vários países, incluindo o Brasil. “Isso é recíproco”. Donald Trump defendeu novamente sua política protecionista, explicando que as tarifas “servem não apenas para proteger os empregos americanos, mas também a alma do nosso país”, embora tenha admitido que “haverá alguns pequenos transtornos”. Com planos de implementar uma série de outros impostos, ele citou o Brasil como um dos países que, segundo ele, sempre “usou tarifas contra os EUA” e prometeu responder da mesma forma. “Outros países usaram tarifas contra nós durante décadas e agora é nossa vez de começar a usá-las contra esses outros países. Em média, a União Europeia, a China, o Brasil, a Índia, o México e o Canadá. Você já ouviu falar deles? E muitas outras nações estão nos cobrando tarifas tremendamente mais altas do que as que cobramos deles, o que é extremamente injusto.” Ele disse que esses e outros países tributam os produtos dos EUA em mais de 100%, ou duas ou até quatro vezes mais do que as tarifas médias dos EUA.
Trump disse que tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA entrarão em vigor em 2 de abril. “No dia 2 de abril, entram em vigor tarifas recíprocas, e qualquer tarifa que nos impuserem, nós também imporemos a eles… qualquer imposto que nos cobrarem, nós os taxaremos. Se usarem barreiras não monetárias para nos manter fora de seus mercados, então usaremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado”. (La Nación)
*O Brasil tem respondido de maneira moderada às ameaças de Trump e neste caso mais recente, do discurso de terça-feira no Congresso dos EUA, ainda não houve uma reação.
MEIO AMBIENTE / COP 30
O Brasil usará sua presidência das negociações climáticas globais anuais das Nações Unidas para pressionar pelo multilateralismo e pelo respeito à ciência, disse o presidente designado da COP30, André Aranha Correa do Lago, na quarta-feira, em uma réplica ao presidente dos EUA, Donald Trump, sobre questões climáticas. Em seu primeiro discurso formal como o novo líder da COP30, Correa do Lago falou à Assembleia Geral da ONU em Nova York, enfatizando a necessidade de colaboração internacional na cúpula de novembro na cidade amazônica de Belém.
“O Brasil tem a firme convicção de que não há progresso futuro para a humanidade sem uma cooperação profunda, rápida e sustentada entre todos os países”, disse Correa do Lago, sem mencionar explicitamente as políticas climáticas de Trump. “As instituições multilaterais podem e devem apresentar resultados proporcionais à escala do desafio climático”, disse. Correa do Lago disse na semana passada que, à luz do afastamento dos EUA da liderança climática, a China teria um papel importante a desempenhar. Seu discurso ocorre durante um período tumultuado na política climática dos EUA, com Trump retirando o país do acordo climático de Paris, entre outras medidas. (Reuters)
BOLSONARO NA MIRA DO STF
As defesas do ex-presidente Bolsonaro e de outros 33 acusados de tentativa de golpe farão os ajustes finais nesta quarta-feira antes de enviar suas declarações sobre as acusações ao Supremo Tribunal Federal amanhã. O prazo de 15 dias para responder à acusação começou a contar a partir da data de notificação aos advogados, determinada em 19 de fevereiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira turma do STF analisará as apresentações da equipe jurídica para decidir se há elementos suficientes para receber a denúncia da Procuradoria Geral da República. A defesa montou forças-tarefa para analisar o arquivo do caso e preparar seus argumentos. Os advogados criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi, que representam Bolsonaro, apresentarão questões preliminares de ordem processual e entregarão o rol de testemunhas a serem ouvidas caso a notificação seja recebida, segundo a Prensa Latina, que cita o Estadão.
OEA
Os governos do Uruguai, liderado por Yamandú Orsi; do Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva); da Bolívia (Luis Arce); do Chile (Gabriel Boric) e da Colômbia (Gustavo Petro), emitiram uma declaração na terça-feira expressando seu apoio à candidatura do ministro das Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, para servir como secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o período de 2025-2030, cargo atualmente ocupado pelo ex-ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro. (UYpress / La Diaria)
Na imagem, Lula e a candidata às eleições do Equador Luisa González em encontro no sábado / Ricardo Stuckert

Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.