Lula se reunirá com Yamandú Orsi, presidente eleito do Uruguai, nesta sexta

Lula se reunirá com Yamandú Orsi, presidente eleito do Uruguai, nesta sexta

RELAÇÕES INTERNACIONAIS: URUGUAI

Pouco depois de ser eleito presidente do Uruguai, Yamandú Orsi viajará ao Brasil para se encontrar com Lula. O encontro ocorrerá nesta sexta-feira (29), menos de uma semana após a vitória da Frente Ampla no segundo turno.

O principal tema da reunião será a construção da ponte sobre o rio Yaguarón, que conectará os dois países, mas também serão discutidos temas bilaterais e questões do Mercosul. Orsi busca uma aliança sólida com o Brasil e uma relação harmônica com Javier Milei, com quem pretende tratar de pontos em comum. Por isso, anunciou a intenção de se reunir com o líder libertário durante a cúpula do Mercosul na próxima semana, a convite do atual presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou.

Lula, por sua vez, busca uma aliança com Orsi e Peña para isolar Milei, considerando incluir acordos com governos de centro-direita, e uma nova dinâmica regional, em contraste com a estratégia unilateral de Lacalle Pou nos últimos cinco anos (La Política Online).

RELAÇÕES INTERNACIONAIS: EUA

O presidente Lula afirmou que adotará uma postura pragmática nas relações com os Estados Unidos, garantindo firmeza na defesa dos interesses do Brasil, mesmo com a posse de Donald Trump. “Eu não quero saber se o presidente é o Trump, Biden, Obama. Eu quero saber o seguinte: o Brasil tem interesses soberanos, eles têm interesses soberanos e os nossos interesses têm que convergir. Naquilo que houver diferença, a gente tranca a cara e não faz negócio”, pontuou, durante um evento em Brasília.

O presidente também relembrou sua experiência nos mandatos anteriores, quando manteve boas relações com líderes estadunidenses, e reafirmou a intenção de seguir nesse caminho, mesmo diante de divergências ideológicas (Ámbito).

BRASIL NA PRESIDÊNCIA DO BRICS

A Rússia passou a presidência do Brics para o Brasil durante a reunião final de especialistas do grupo, segundo a agência Sputnik. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Riabkov, entregou o martelo simbólico ao secretário brasileiro de Ásia e Pacífico, Eduardo Paes Saboia, formalizando a transição para 2025.

Riabkov destacou o comprometimento do Brasil com as responsabilidades do cargo. Com a entrada de cinco novos membros em janeiro de 2024 – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã –, o Brics agora abrange quase metade da população global, 40% da produção mundial de petróleo e 25% das exportações de bens (Prensa Latina).

COMPROMISSO FISCAL

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (27), um pacote de medidas para reduzir os gastos do governo. Em pronunciamento em cadeia nacional, ele afirmou que as ações devem gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e reforçam o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal.

Entre as principais medidas estão a limitação ao crescimento do salário mínimo, subsídios salariais restritos a quem ganha até R$ 2.640, redução de altos salários no setor público, aumento de impostos para rendas acima de R$ 50 mil e isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil. Apesar dos ajustes anunciados, o índice Bovespa caiu 2,5%, fechando em 124.531 pontos, e o dólar ultrapassou os R$ 6 pela primeira vez.

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Haddad garantiu que o salário mínimo continuará crescendo acima da inflação, mas de forma mais equilibrada. Ele também destacou que a criação ou ampliação de benefícios fiscais será proibida em anos de déficit primário, reforçando o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. O ministro ainda ressaltou que as mudanças terão impacto limitado, com maior contribuição dos mais ricos e sem aumento dos gastos públicos, em conformidade com padrões internacionais (Ámbito, La Nación).

BOLSOGOLPE

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recebeu a denúncia enviada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, acusadas de planejar um golpe de Estado em 2022. O grupo, que teria Bolsonaro como líder, é apontado como responsável por um plano frustrado para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e Moraes.

Gonet destacou que a análise do caso levará tempo: “Estamos falando de mais de mil páginas. Isso não se resolve em dois ou três dias.” A decisão sobre a denúncia é esperada para o início de 2025. Já o ministro Gilmar Mendes enfatizou a gravidade dos fatos e defendeu reformas para evitar a repetição de episódios como a militarização da administração pública.

Além do ex-presidente, entre os indiciados estão o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. No total, 25 dos suspeitos são militares. Bolsonaro, já declarado inelegível pelo TSE até 2030, também responde por outros inquéritos envolvendo joias e certificados falsos de vacina (Público).

FUJÃO

Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista ao portal Uol nesta quinta-feira (28), que consideraria pedir refúgio em uma embaixada estrangeira caso enfrentasse risco de prisão. “Embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir pra lá”, declarou, afirmando que, caso se considerasse culpado de algo, não teria retornado ao Brasil e permaneceria nos Estados Unidos, onde esteve antes de encerrar seu mandato (La Nación).

O ex-presidente ainda admitiu que considerou a possibilidade de aprovar um decreto para ordenar uma intervenção militar em 2022, mas afirmou que a medida não foi colocada em prática e que, se tivesse sido executada, estaria amparada pela Constituição. “Minuta do golpe é baseada na Constituição. Para que serve a Constituição? É a nossa lei máxima. Eu entendo que ali é um norte para você seguir. Se tem um remédio ali, por que não discutir? Discutir um dos artigos da Constituição é algum crime? Foi levada avante alguma dessas possíveis propostas?”, questionou (El Tiempo).

*Imagem em destaque: Reprodução/X/@OrsiYamandu

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