“Maior defensor”: primeiro-ministro reforça apoio de Portugal ao acordo entre União Europeia e Mercosul

“Maior defensor”: primeiro-ministro reforça apoio de Portugal ao acordo entre União Europeia e Mercosul

UNIÃO EUROPEIA E MERCOSUL, BRASIL E PORTUGAL

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reforçou seu apoio ao Acordo entre a União Europeia e o Mercosul durante o Fórum Empresarial Brasil-Portugal em São Paulo, nesta quinta-feira (20). Ao lado do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, Montenegro se declarou “o maior defensor do acordo” entre os líderes europeus, enfatizando que a aliança abrangeria mais de 720 milhões de pessoas. O premiê alertou sobre a possível demonstração de fraqueza da Europa caso não aproveite esta oportunidade comercial, defendendo a simplificação das regras no comércio exterior, com menos burocracia e reciprocidade nas taxas alfandegárias.

Em encontro anterior com o presidente Lula, Montenegro já havia advertido sobre os riscos da não implementação do acordo, indicando que o Mercosul poderia ficar vulnerável à influência de outros blocos comerciais, sob condições menos reguladas e leais (Correio da Manhã).

A agenda bilateral entre Brasil e Portugal teve outro momento significativo nesta quarta-feira (19), quando, ao final da 14ª Cúpula Brasil-Portugal, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, os dois países assinaram 19 acordos em áreas estratégicas como saúde, segurança, turismo e ciência e tecnologia (Prensa Latina).

IMPERADOR TRUMP

Durante entrevista à Rádio Tupi FM nesta quinta-feira (20), Lula acusou Donald Trump de agir como um “imperador do mundo” e enfatizou a importância da soberania das nações e da preservação da democracia internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial. Sem mencionar diretamente as recentes tensões entre Trump e Volodymyr Zelenski, o presidente brasileiro foi enfático ao afirmar que o presidente estadunidense foi eleito para governar os Estados Unidos, não o mundo.

No âmbito comercial, Lula criticou o protecionismo dos EUA, particularmente sobre as tarifas do aço brasileiro. Ao destacar a importância da parceria estratégica entre os países, advertiu sobre possíveis medidas de reciprocidade caso novas barreiras sejam impostas, alertando que “isso poderia aumentar a inflação em todo o mundo” (El Tiempo).

Em entrevista à Fox News na terça-feira (18), Trump já havia reconhecido o aumento da inflação nos EUA, contrariando sua promessa eleitoral de redução imediata dos preços, mas atribuindo a alta aos gastos do governo Biden. Dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) mostram que a inflação ao consumidor registrou sua maior alta mensal desde agosto de 2023, com avanço de 3% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo aumento do preço dos combustíveis e do ovo (Ámbito).

DENÚNCIA DA PGR

Ainda durante sua entrevista à Rádio Tupi FM, Lula fez sua primeira manifestação pública sobre a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, afirmando que, caso as acusações de tentativa de golpe sejam comprovadas, a prisão será o único destino do ex-presidente. O presidente classificou como muito grave a denúncia apresentada, que aponta não apenas a trama golpista, mas também um suposto plano para atentar contra sua vida e a de outras autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Lula criticou ainda a campanha por anistia promovida por apoiadores de Bolsonaro, argumentando que pedir perdão antes do julgamento seria uma admissão de culpa (La Nación).

Apesar da denúncia e de sua condição de inelegível, Bolsonaro mantém seus planos de disputar a presidência em 2026. Segundo a Folha de S.Paulo, sua estratégia inclui mobilizar apoiadores nas ruas e buscar respaldo internacional, enquanto enfrenta um possível julgamento no STF ainda este ano.

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Mesmo com a delação de Mauro Cid, tornada pública por Alexandre de Moraes, tendo agravado sua situação, Bolsonaro resiste em indicar um substituto para o pleito do próximo ano, temendo que isso enfraqueça sua posição e comprometa suas chances de evitar a prisão. Em Brasília, aliados organizaram uma estratégia conjunta que inclui um manifesto contra o que chamam de perseguição política e um ato público em Copacabana, marcado para 16 de março. O evento, inicialmente planejado para pedir o impeachment de Lula, agora terá como foco a anistia aos presos do 8 de janeiro (Sputnik Brasil).

A defesa do ex-presidente classificou a denúncia como “incoerente”, alegando que ele “jamais compactuou” com qualquer tentativa de enfraquecer o Estado Democrático de Direito ou suas instituições. Em entrevista à CNN, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, também criticou a denúncia, dizendo que a PGR se baseia “em um rascunho de projeto de Estado de Sítio”, sem autoria confirmada e que “ninguém sabe quem escreveu” (Esquerda.net via Brasil de Fato).

Em suas redes sociais nesta quarta-feira (19), Bolsonaro escreveu: “O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo: todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”. Citando países como Venezuela, Nicarágua, Cuba e Bolívia, o ex-presidente afirmou que “a cartilha é conhecida: fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder”. Bolsonaro concluiu sua mensagem declarando que “a liberdade triunfará mais uma vez” (O Guardião).

Além da atual denúncia, Bolsonaro pode ser denunciado em outras duas investigações, envolvendo a venda ilegal de joias e a fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19 (Prensa Latina).

O ‘IMPERADOR’ REAGE

Em clara retaliação à denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros 33 acusados, a Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa de mídia de Donald Trump, e a plataforma de vídeos Rumble processaram o ministro Alexandre de Moraes nos EUA. A ação, protocolada em uma corte da Flórida, acusa o magistrado do STF de censura por ordenar a suspensão de contas de direita em redes sociais.

As empresas alegam que as decisões do STF, que incluem multas diárias e ameaças de fechamento de plataformas, extrapolam a jurisdição brasileira. Embora não tenha sido diretamente afetada, a TMTG argumenta possíveis prejuízos por utilizar a tecnologia da Rumble. O processo busca impedir a validade das decisões de Moraes em território americano (La Jornada, Nodal).

BRICS NO RJ

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a próxima cúpula dos BRICS acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho de 2025. O anúncio foi feito em vídeo conjunto com o prefeito Eduardo Paes. O Brasil assumiu em janeiro a presidência rotativa do grupo, que atualmente reúne 20 países. Além dos membros fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o bloco anexou recentemente novos membros plenos como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. O encontro reunirá também os estados associados, que incluem Bolívia, Cuba, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria (Página 12).

*Imagem em destaque: Ricardo Stuckert/PR

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