Na COP29, Marina Silva responde ao Azerbaijão: Petróleo é ‘presente de Deus’, mas deve ser usado com moderação

Na COP29, Marina Silva responde ao Azerbaijão: Petróleo é ‘presente de Deus’, mas deve ser usado com moderação

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, que organiza a atual conferência climática das Nações Unidas em Baku (COP29), defendeu com fervor o direito de usar seus recursos petrolíferos. A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, respondeu nesta quarta-feira que os países prejudicados pela criação não devem abusar do consumo.

Se o petróleo é uma “dádiva de Deus”, como disse o presidente do Azerbaijão na abertura da COP29, então os países que foram mimados pela criação não devem abusar do seu consumo, respondeu a ministra brasileira do Meio Ambiente na quarta-feira. Marina Silva, que está participando da conferência climática da ONU em Baku, reagiu à declaração de Ilham Aliev no dia anterior aos chefes de Estado reunidos para a cúpula anual que deve resolver a crise climática causada pela ganância da humanidade por combustíveis fósseis. Todos os recursos naturais, incluindo petróleo e gás, são “um presente de Deus” e “os países não devem ser censurados por possuí-los e fornecê-los aos mercados, porque os mercados precisam deles”, declarou o presidente autoritário do Azerbaijão, anfitrião e presidente da conferência, na terça-feira. “Deus nos dá presentes, mas sempre nos pede muito cuidado”, respondeu a ministra brasileira Marina Silva em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, usando o seguinte exemplo: ”Se comermos muito açúcar, certamente nos tornaremos diabéticos. (Le Parisien)

COMUNICAÇÃO/ ENCONTRO

O primeiro Fórum de Mídia do Sul Global e Laboratório de Ideias foi realizado esta semana (11 a 12/11) em São Paulo, Brasil, e contou com a participação de cerca de 350 representantes de 170 meios de comunicação, centros acadêmicos, agências governamentais e outras instituições de mais de 70 países. O fórum, organizado conjuntamente pela Agência de Notícias Xinhua e pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), buscou estimular laços que permitissem aos países do sul global fortalecer seus caminhos de desenvolvimento e revitalizar suas ideias no debate global. “Diante da evolução acelerada de grandes mudanças não vistas em um século, a mídia e os think tanks do sul global devem garantir que suas vozes sejam ouvidas, defender a multipolarização global igualitária e ordenada e a globalização econômica inclusiva, apoiar a paz, a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade dos países do sul global e trabalhar juntos no caminho da modernização”, afirma a declaração final da reunião. (Nodal / ElDiarioAr / Xinhua)

MERCOSUL / UNIÃO EUROPEIA

O acordo impossível finalmente romperá o impasse? Em 23 de outubro, em um fórum econômico em Faro, Portugal, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, declarou que a União Europeia (UE) estava “muito próxima de concluir” o acordo de livre comércio com os países do Mercosul (Argentina, Paraguai, Brasil, Uruguai e Bolívia). Ele também prometeu “trabalhar” para fechar o acordo em duas “datas-chave”: a “cúpula do G20”, a ser realizada em 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, e a “cúpula do Mercosul”, no Uruguai, em 5 e 6 de dezembro. Negociado desde 1999, o acordo prevê a abolição gradual das tarifas alfandegárias sobre 90% das mercadorias comercializadas entre os dois blocos, criando um mercado de 720 milhões de consumidores. Embora tenha sido assinado por ambas as partes em junho de 2019, a chegada ao poder do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (2019-2022) esfriou os europeus. (Le Monde)

Ao contrário do que se poderia se pensar na Europa, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) também é uma questão polêmica no Brasil. À medida que as discussões se intensificaram nos últimos meses, as vozes dissidentes se tornaram ainda mais fortes. O presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, espera que o acordo seja anunciado antes do final do ano. Os defensores do acordo estão impacientes, pois o veem como uma oportunidade de ouro para estimular o crescimento. Concluído em 2019 após vinte anos de negociações, ele foi reaberto após a política de desmatamento da Amazônia liderada pelo ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que foi fortemente criticada pelos europeus, liderados pela França. Os apoiadores brasileiros do acordo o aguardam com impaciência ainda maior desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e as ameaças protecionistas às suas exportações no mercado. Mas, no Brasil, os sindicatos alertam sobre o risco de desindustrialização que vem da Europa. (Le Figaro)

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BRASIL / LAÇOS

“O equilíbrio global do Brasil está mais complicado do que nunca” noticia o Financial Times e diz que o presidente Lula procurou manter laços com os EUA, a China e a Rússia. Mas mesmo antes da reeleição de Donald Trump, esse espaço diplomático estava encolhendo. (Financial Times)

CHINA / BRASIL

O site Kaos En La Red traz o artigo “Brasil-Sul Global-China-Nova Rota da Seda. Quem é contra?”, por Eduardo Vasco. Maior projeto de integração econômica da história global, a Nova Rota da Seda é o principal impulsionador econômico do Sul Global e da integração latino-americana. 

LAVROV, MODI e Xi / G20

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, participará da cúpula do G20 a ser realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro, informou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma coletiva de imprensa. Zakharova observou que Lavrov está programado para falar em 18 de novembro em sessões plenárias sobre desigualdade, fome e pobreza, bem como sobre a reforma das instituições globais. Além disso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia realizará uma série de conversas e reuniões bilaterais à margem da cúpula. “Nos dias 18 e 19 de novembro, o Rio de Janeiro, Brasil, sediará a próxima cúpula do G20. Por instrução do presidente [Vladimir Putin], Lavrov chefiará a delegação de nosso país no evento”, disse. (Tass)

O primeiro-ministro Narendra Modi fará uma viagem por três nações de 16 a 21 de novembro, com visitas programadas à Nigéria, ao Brasil e à Guiana para fortalecer os laços bilaterais e multilaterais. Essa turnê marcará marcos históricos, pois o Primeiro-Ministro Modi se tornará o primeiro Primeiro-Ministro indiano em 17 anos a visitar a Nigéria e o primeiro desde 1968 a fazer uma visita de Estado à Guiana. “A visita ao Brasil é para a 19ª Cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro. Esta é a terceira visita oficial do primeiro-ministro ao Brasil. Ele já visitou o país em 2014 e, posteriormente, em 2019. Ambas as ocasiões foram para a Cúpula do BRICS, que foi sediada pelo Brasil naqueles anos. Essa Cúpula do G20 em particular também será uma cúpula especial porque será a primeira vez que a União Africana ocupará seu lugar no Grupo G20 como membro”, disse o secretário de relações exteriores Vikram Misri sobre a visita do Primeiro-Ministro Modi ao Brasil. (Times of India)

O presidente da China, Xi Jinping, chega ao Peru na quarta-feira para reunião da APEC e ao Brasil no domingo para a cúpula do G20. (El Tiempo)

CRIME / AEROPORTO

A polícia que investiga um assassinato na área de desembarque do principal aeroporto do Brasil está seguindo pelo menos três linhas de investigação em sua tentativa de rastrear os assassinos – e os possíveis mentores do crime chocante. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38 anos, estava saindo do aeroporto internacional de São Paulo na tarde de sexta-feira quando dois homens encapuzados saltaram de um carro e dispararam uma saraivada de balas. O ataque descarado, capturado por câmeras de segurança, marcou uma escalada dramática da violência criminosa no país. Gritzbach, ex-integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi atingido por 10 balas e morreu no local. “Execuções públicas não são novidade para o PCC”, disse Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “O que se destacou desta vez foi a audácia de cometer tal crime em uma área altamente monitorada: o segundo maior aeroporto da América Latina, onde várias agências de aplicação da lei estão presentes.” (Guardian)

Na imagem, a ministra Marina Silva discursa em evento no pavilhão brasileiro da COP29, em Baku, no Azerbaijão / Fernando Donasci/Apex/divulgação

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