Pesquisa: maioria vê Lula fortalecido após encontro com Trump
Pesquisa Quest divulgada nesta quarta-feira mostra que 49% dos entrevistados acreditam que o presidente Lula saiu politicamente mais forte após o encontro com Donald Trump na sede da ONU. Para 27%, Lula saiu mais fraco, enquanto 10% consideram que não houve mudança significativa. A maioria defende postura amigável de Lula diante das ações dos EUA, apesar das tensões comerciais. A pesquisa foi realizada antes do telefonema entre os dois e revelou que 46% dos entrevistados acham que Lula deveria se esforçar para se reunir com Trump, enquanto 44% preferem que o presidente brasileiro seja mais cauteloso. Outros 10% não souberam ou não responderam. A expectativa sobre a reunião é majoritariamente positiva, embora 36% acreditem que os dois não vão se entender. A pesquisa mostra que a aprovação ao governo Lula voltou a empatar, dentro da margem de erro, com a desaprovação: 49% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 48%, aprovam. Esta é a primeira vez, desde janeiro, que há empate entre os dois indicadores. No início do ano, 49% desaprovavam Lula, já a aprovação era de 47%. A diferença de um ponto é a menor desde dezembro de 2024, quando a aprovação era maior que a desaprovação (52% a 47%). (Sputinik / G1)
LULA-TRUMP
A repentina cordialidade de Trump em relação a Lula intrigou os observadores, que veem o primeiro como um demagogo agindo por lealdade a Bolsonaro. Isso é parcialmente verdade, mas, visto no contexto econômico, a repentina suavidade de Trump parece menos magnanimidade e mais um reconhecimento da diminuição da influência dos EUA. Talvez não seja uma mudança de opinião, mas um último esforço para recuperar a influência sobre a maior economia da América Latina — influência desperdiçada ao longo de anos de unilateralismo errático. Ao tentar disfarçar o declínio, Trump apenas expôs o que menos quer admitir: os Estados Unidos perderam o controle sobre o Brasil. (Jacobin, em longo artigo)
MAIS CARNE E SOJA PARA A CHINA
As exportações de carne bovina do Brasil para a China aumentaram 38,3% em setembro em relação ao ano anterior, atingindo 187.340 tonelada, segundo a Abrafrigo, ajudando a elevar as exportações mensais totais a um recorde histórico. A China é o maior mercado para a carne bovina brasileira e aumentou as compras como parte de sua estratégia mais ampla para evitar produtos agrícolas dos Estados Unidos em meio a uma disputa comercial em curso.
A demanda global por carne bovina ajudou o Brasil a compensar o impacto das tarifas dos EUA sobre suas exportações, afirmou a Abrafrigo. Em agosto, os EUA impuseram uma tarifa de 50% sobre as remessas de vários produtos brasileiros, incluindo carne bovina, que já tinha uma taxa de 26,4%.
A maior economia da América Latina vem expandindo suas exportações para mercados novos e tradicionais em meio a uma reorganização do comércio global provocada pelas tarifas dos EUA, com tendências semelhantes também observadas nas exportações de soja, que também atingiram volumes recordes. (Reuters)
As exportações brasileiras de soja devem atingir 102,2 milhões de toneladas até o final de outubro, superando os volumes anuais de 2024 e 2023, refletindo a ausência de concorrentes norte-americanos atendendo aos importadores chineses, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo grupo exportador de grãos Anec.
O recorde anterior para embarques de soja do Brasil, maior produtor e exportador global, foi estabelecido em 2023, com 101,3 milhões de toneladas, de acordo com números da Anec. (Reuters)
BRASIL-INDIA
A Índia e o Brasil realizaram discussões em Nova Délhi sobre formas de impulsionar a cooperação econômica e o investimento bilateral. Os membros do BRICS, que foram ambos atingidos por tarifas de 50% impostas por Washington, realizaram a sétima reunião do Mecanismo de Monitoramento Comercial Índia-Brasil (TMM) na terça-feira. O mecanismo fornece uma plataforma para que os dois lados discutam questões relacionadas ao comércio, identifiquem áreas de cooperação e resolvam preocupações comerciais. (RT)
CICLISTAS DO CLIMA
Um grupo de ativistas do clima está pedalando até a maior cúpula climática do mundo — e fazendo isso sem entrar em um avião. Centenas de ciclistas pedalaram pela Europa nas últimas semanas, convergindo para Portugal, onde um grupo embarcou em um veleiro com destino ao Brasil. Seu destino: Belém, a cidade amazônica que sediará as negociações climáticas da COP30 da ONU em novembro. A cúpula deve atrair dezenas de milhares de negociadores, cientistas e ativistas, com os governos sob pressão para concordar com medidas mais fortes para proteger a Amazônia e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. (Independent)
CAPITAL BELÉM
Para a cúpula climática da ONU, o Brasil transferirá sua capital para Belém. A COP30 é uma das grandes apostas de Lula. Será realizada em Belém, na Amazônia, e será a primeira vez na história que o evento ocorrerá em uma região selvagem. (Página 12)
METANOL
Uma mulher de 30 anos tornou-se a terceira pessoa a morrer por envenenamento por metanol no estado brasileiro de São Paulo, enquanto as autoridades investigam a origem das bebidas contaminadas que se acredita estarem causando o mal-estar nas pessoas. Bruna Araújo de Souza morreu após consumir uma bebida à base de vodca em um bar há mais de uma semana, de acordo com autoridades da cidade de São Bernardo. Isso aconteceu depois que autoridades de saúde anunciaram a morte de dois homens.
Até o momento, houve um total de 225 casos confirmados de envenenamento por metanol no Brasil, de acordo com a última atualização do Ministério da Saúde. A maioria deles ocorreu em São Paulo. Pelo menos 11 estabelecimentos foram fechados e mais de 10.000 garrafas de álcool foram apreendidas pelas autoridades. (BBC)
Portugal doa ao Brasil antídoto para evitar mortes por intoxicação com metanol
OPERAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS
As Forças Armadas do Brasil concluíram a fase final da Operação Atlas 2025, principal exercício militar conjunto do país, que mobilizou mais de 10.000 efetivos da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Coordenada pelo Ministério da Defesa, a operação foi realizada nos estados de Roraima e Pará, com o objetivo de fortalecer a interoperabilidade entre as três forças e consolidar a presença militar na Amazônia, considerada uma área estratégica para a defesa e a soberania nacional. O lançamento da fase final ocorreu no dia 3 de outubro na Base Aérea de Boa Vista (BABV), no estado de Roraima, onde o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, supervisionou pessoalmente as atividades junto aos comandantes das três forças. (El Tiempo)
Na imagem, o presidente Lula em visita às obras de urbanização do Canal da União, em Belém (03/10) / Ricardo Stuckert / PR
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.