Após operação com 64 mortos, governador do Rio liga para Gleisi, admite exagero e pede desculpas a Lula

Após operação com 64 mortos, governador do Rio liga para Gleisi, admite exagero e pede desculpas a Lula

Depois de acusar o governo federal de “abandonar” o Rio de Janeiro nas operações policiais, o governador Cláudio Castro (PL) resolveu dar um passo atrás. Ligou para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pediu desculpas e jurou que não teve a intenção de criticar o presidente Lula. Faltou apenas completar com o clássico “foi mal, tava doidão”.

Segundo o blog de Valdo Cruz, no g1, Castro explicou que havia solicitado blindados para a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, mas que seus pedidos não foram atendidos. Ouviu do governo federal que, sem um pedido formal de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), não havia como liberar o apoio das Forças Armadas.

A ofensiva do governo estadual terminou com 64 mortos, incluindo quatro policiais, e 81 presos, tornando-se a mais letal do Rio. Na tentativa de se justificar, Castro alegou que o Rio estava “sozinho” no combate ao crime e que o governo federal havia cruzado os braços.

O Ministério da Justiça reagiu lembrando que todos os 11 pedidos de renovação da Força Nacional foram atendidos desde 2023 e estão garantidos até 2025. A narrativa de abandono, portanto, não se sustenta.

Para o Planalto, a crítica de Castro foi puro cálculo político: uma tentativa de se descolar do caos na segurança pública fluminense. Assessores de Lula dizem que o governador não avisou sobre a dimensão da operação, o que impediu o governo federal de se preparar para oferecer apoio.

Além disso, o pedido de blindados nunca chegou oficialmente ao Exército. Para decretar uma GLO, o governador teria que admitir que suas próprias forças falharam, algo que, claro, Cláudio Castro evitou a todo custo.

(+) Publicado originalmente na Folha da Paraíba

(++) Imagem em destaque: Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (Wikimedia Commons)

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