Evento do INP em Montevidéu reúne núcleo dirigente do novo governo Uruguaio com representantes do Brasil e do Chile

Evento do INP em Montevidéu reúne núcleo dirigente do novo governo Uruguaio com representantes do Brasil e do Chile

Instituto Novos Paradigmas reuniu o alto escalão do novo governo Orsi para debater com intelectuais, quadros políticos e lideranças sociais do Uruguai, Brasil e Chile, em um esforço de pensar os caminhos para a integração regional. Confira a parte 1 e a parte 2 do debate.

Por Daiane Roldão e Tatiana Carlotti
De Montevideu

O Instituto Novos Paradigmas realizou na quinta-feira (27), em Montevidéu – Uruguai, mais uma atividade do 3º Ciclo de Discussões: Democracia, Equidade e Enfrentamento ao Autoritarismo, tendo como principal eixo “O papel dos governos progressistas: a experiência da Frente Ampla e progressismo no Uruguai e a integração da América do Sul”, reunindo Brasil, Uruguai e Chile.

Os principais dirigentes do novo governo da Frente Ampla que tomou posse no sábado, 1º de março, foram destaque na programação. A abertura conduzida pelo presidente do Conselho do INP, ex-governador Tarso Genro, coube à vice-presidenta do Uruguai, Carolina Cosse, e ao Secretário-Geral da Presidência do Uruguai (equivalente ao Ministro-Chefe da Casa Civil no Brasil), Alejandro Sánchez. Também foi palestrante o presidente da Câmara de Deputados, Sebastian Valdomir, Deputado da Frente Ampla uruguaia.

A Diretora Executiva e de Comunicação do INP, Sandra Bitencourt, iniciou os trabalhos da manhã ressaltando a alegria da vitória progressista no Uruguai, falando da importância do 3º ciclo, que integra países que buscam por unidade aos caminhos da democracia. Ela citou um trecho de discurso de Tabaré Vásquez: “Não seremos arbitrários, tampouco seremos neutros. Não se pode ser neutro, nem indiferente a pobreza, ante o desamparo, a desigualdade, a violência, a corrupção, a intolerância (…)”, reafirmando o compromisso que devemos ter com a democracia e a participação cidadã.

Jorge Branco, Conselheiro do INP, falou sobre o caminho percorrido até o evento em Montevidéu. “Estamos num um percurso de colaboração muito estreito com a Open Society Foundations, e desde 2021 desenvolvemos projetos em defesa da democracia. Iniciamos discutindo o tema das fakenews; em seguida abordamos a questão da segurança, do ponto de vista da democracia e dos direitos humanos; e mais recentemente junto ao G20 Social, apresentamos um documento de 20 propostas para os líderes globais”.


MESA DE ABERTURA

Abrindo os debates, o ex-ministro Tarso Genro destacou que “a vitória da Frente Ampla não é uma vitória pequena, é a vitória no país mais democrático, mais civilizado e mais organicamente constituído com um sistema jurídico que se fez cada vez mais valente e importante na política latino-americana”.

Ao observar a emergência no continente, e no mundo, de “tendências de extrema-direita, fascistas e protofascistas”, um processo que acontece em momentos de crise do capital global, ele alertou:

“Os olhos do sistema imperial colonial vão mirar para a América Latina quando estiverem em condições de abandonar a influência sobre a Europa Unificada, sobre a União Europeia. Quando terminarem a tarefa de desmobilizar o que há de liberdade, de espírito público, o que resta de social-democracia global, este território será essencial para o desdobramento do poder imperial colonial”. A saída? Em sua avaliação é a integração a partir de uma “Tríplice Aliança do Bem, composta por Uruguai, Chile e Brasil.

“A tecnologia e a ciência têm avançado muito,
mas a desigualdade tem avançado muito mais”

Engenheira e ex-prefeita de Montevidéu, a vice-presidenta do Uruguai Carolina Cosse carrega uma marca de gestora competente e realizadora, com uma obsessão: aproximar o desenho de políticas públicas da vida concreta das pessoas, estar presente nos territórios e avançar com uso da ciência e da tecnologia. Em sua fala, ela abordou os desafios do novo governo frente às transformações em curso, partindo das origens democráticas do país.

Cosse contou que já no século XIX, o Uruguai conseguiu promover uma reforma educacional e conquistar uma educação pública, laica e gratuita. No começo do século XX,  destacou, “o sistema de educação pública se conservou e se transformou em uma verdadeira política de Estado”, espalhando-se pelos rincões do país e forjando a “alma progressista de seus processos sociais, sindicais e estudantis”.

Ao longo das décadas, “os partidos tradicionais da esquerda, o partido socialista e o partido comunista desenvolveram uma tarefa importante no âmbito político, ensaiando experiências de unidade da esquerda em diversos momentos”. É deste processo histórico que surge a Frente Ampla em 1971. “No marco das conquistas dos movimentos sociais, dos sindicados, do movimento estudantil que uniram forças em torno de uma única central de trabalhadores e uma única central de estudantes”. Hoje, “muitas uruguaias e muitos uruguaios sentem-se frenteamplistas sem saber muito bem de qual setor são. É muito mais do que uma coalizão”, é um processo que “tem como chave a diversidade”, observa.

Com essa natureza democrática, o Uruguai se vê diante de “uma realidade mundial cada vez mais crítica”, em que os meios de comunicação e a globalização chegam a todos os rincões, com capilaridade nas redes e um processo de massificação cada vez maior. “Nunca antes na história, o desenvolvimento científico e tecnológico esteve tão presente nos esquemas diversos de dominação. Nunca tivemos tantos dispositivos técnicos espalhados pelo mundo nas mãos de tantas pessoas”, apontou, ao citar o crescente ambiente de negação da política e de desinformação.

Ao mesmo tempo, apontou, a ciência vem explorando uma enorme quantidade de caminhos na biologia, biofísica, biomatemática. Estes avanços, porém, “não chegam a toda a humanidade e nem a todos os uruguaios”. Em sua avaliação, “o desafio de se chegar ao governo é entender essa distância” e “a realidade mais crua e diversa nos distintos bairros e rincões do país”.

Para a vice-presidenta do Uruguai, a questão “o que fazer quando formos governo” é muito importante, mas sobretudo “o que vamos fazer como partido político?” e “qual será nossa relação com as organizações sociais?” O desafio, apontou, é cultural, “as decisões humanas respondem a uma construção cultural, portanto, nosso desafio é cuidar para que nada retroceda”.

“A tecnologia e a ciência têm avançado muito, mas a desigualdade tem avançado muito mais. A esperança existe e é por ela que nos movemos. Temos de fortalecer, respaldar e potencializar o melhor da condição humana. A direita apela sempre para o pior”, destacou. Confira também entrevista exclusiva de Cosse à Sandra Bitencourt, diretora de Comunicação do INP.

Sánchez: “Devemos nos juntar para inovarmos melhor”

O Secretário Geral da Presidência do Uruguai, Alejandro “Pacha” Sánchez, falou sobre os desafios da transição na construção de um novo governo que representa “um novo ciclo de transformações progressistas no Uruguai”. Sánchez é líder da “turma jovem” do MPP, partido que integra a Frente e conquistou 70% das cadeiras da FA nesta próxima legislatura.

Em sua fala, ele trouxe a experiência da Frente Ampla a partir da confluência dos setores da esquerda tradicional e dos setores progressistas dos partidos tradicionais, que “entenderam que ou nós nos juntávamos em torno de um programa comum de transformações ou seguíamos sozinhos com nossas ideias maravilhosas e perfeitas, mas sem mudar a realidade”.

Sánchez também frisou o papel da diversidade. “Se não há cultura da diversidade, nós apenas juntamos aqueles que pensam iguais”, apontou. Não é um processo fácil juntar em uma mesma força política quem tem visões e valores comuns, mas propostas divergentes. “É necessário construir um mínimo denominador comum que nos permita transformar a realidade, porque as esquerdas surgiram para transformar a realidade”.

Citando os grandes desafios em curso – mudanças climáticas, revolução tecnológica e a emergência da ultradireita –, ele destacou que precisamos “construir uma democracia muito mais forte e mais sólida: não é apenas o direito de votar, que é muito importante, mas o direto de votar de mãos dadas com o direito de comer, o direito de pensar, o direito de ter uma vida digna e uma vida em termos de recursos necessários para poder viver”.

“Nosso mandato é governar para os que não têm nada. Governar para os que necessitam de tudo. Governar e construir políticas públicas para o conjunto da sociedade avança”, complementou.

Frente a este mundo “cheio de complexidades”, onde “os interesses geopolíticos golpeiam com muita força os recursos naturais da América Latina”, é preciso defender o progressismo e uma política onde exista espaço para o centro e direitas democráticas. E isto, salienta, “não implica abandonar nenhuma bandeira”.

Ele também destacou a necessidade de integração regional para combater a irrelevância da região no mundo, citando a reunião entre os presidentes Lula, Gustavo Petro, Gabriel Boric e Yamandu Orsí, para realizarmos um trabalho verdadeiramente pela democracia e o multilateralismo e contra os extremismos. O grande desafio é como fazer que a América Latina tenha uma voz comum. Neste sentido, a relevância da CELAC é total, porque o bloco é “o espaço onde podemos construir o diálogo dos 33 países da América Latina e do Caribe, que nos permite acordos mínimos para irmos aos foros globais e defender algo”.

Sánchez também defendeu uma integração não apenas institucional, mas calcada nas lutas e organizações sociais. “Não podemos perder a riqueza das lutas que são globais, estimulando a integração dos trabalhadores dos movimentos sociais, movimentos pelo meio ambiente e pelas causas civis da América Latina. Devemos nos juntar mais para inovarmos melhor”, apontou.


PAINEL POR PAINEL:
Assista à íntegra do evento – parte 1 e parte 2

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O evento é parte do 3º ciclo de atividades do ciclo de discussão “Democracia, Equidade e Enfrentamento do Autoritarismo”, promovido pela Instituição. O ciclo 2 aconteceu no Rio de Janeiro, e o ciclo 3, em Brasília. O INP também apresentou um documento de 20 propostas para os líderes globais”. (Confira o documento).

O GOVERNO PROGRESSISTA DO URUGUAI E SUA RELEVÂNCIA PARA A REGIÃO

Coordenado por Tarso Genro, a mesa contou com a participação de:

Pedro Abramovay, vice-presidente da Open Society Foundation. “O que está se passando nos EUA é uma aliança muito específica de um setor conservador do Partido Republicano com setores ultraconservadores que estão destruindo as capacidades de resistência do Estado ao projeto autoritário. O discurso de que a democracia não tem capacidade de entregar o desenvolvimento através do Estado é falso. A importância do debate no Uruguai é nos ajudar a pensar o papel e capacidade do Estado para entregar desenvolvimento e bem-estar à população”.

Marcela Schenck, Cientista Política, docente da UDELAR. “Existem linhas óbvias de continuidade do ciclo anterior [da Frente Ampla] como a construção e a arquitetura pública do bem-estar social e de políticas específicas, mas é preciso reconhecer que o contexto mudou. O Uruguai não é uma ilha, não estamos fora do que está acontecendo no mundo. Dois grandes temas e desafios: a segurança pública e seguridade social, que necessitam de respostas rápidas”.

Camilo López. “É preciso pensar historicamente, os processos são mais complexos do que a conjuntura. A América Latina está em campo de disputa. O extremismo não democrático tem coordenação e thinks tanks que atuam no Uruguai, Brasil e em outros países”, destacou López.

Carlos Luján
. “O coletivo é apresentado como mal, o que tem a ver com a ideia comunitára é associado ao autoritarismo ou o que combate o hiper individualismo, como algo que vai contra a liberdade”



O PAPEL DOS GOVERNOS PROGRESSISTAS E A INTEGRAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL

Coordenado por Nastasia Barceló, Integrante da Fundação Siembra, docente da UDELAR, o 2º painel contou com as falas de:

José Dirceu, advogado, ex-Ministro da Casa Civil do Brasil. “A integração latino e sul-americana tem de ser pragmática e enfrentar os problemas que estão batendo nas nossas portas. Elon Musk vai à Grã-Bretanha e fala que vai derrotar o Partido Trabalhista. Água, terras e energia, nós seremos cada vez mais cobiçados. Nunca foi tão necessário buscar a integração na América Latina”.

Pepe Vargas, presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. “É preciso ampliar mecanismos de participação o que é fundamental, frente à corrente autoritária que tenta excluir a população dos processos decisórios”.

Daniel Grimaldi, Diretor Executivo da Fundação Chile 21. “Não existem democracias absolutas. Existem esforços importantes a caminhar em países formalmente democráticos. A história não se repete, o que se repete são os processos políticos. A democracia está sempre cada vez mais ameaçada e temos de estar sempre em vigilância”.

Henrique Fontana, ex-deputado federal do PT e Secretário Geral Nacional do PT. “O papel dos governos de esquerda é embalar os sonhos e a esperança de que a esquerda é melhor do que a direita para, garantir condições de vida melhores para a população. Um dos grandes desafios é ampliar o debate de ideias na sociedade”.

Marcela Gorriti, cientista política e docente da UDELAR. “A América Latina e América do Sul têm uma diversidade grande de regimes políticos: democráticos, híbridos e não democráticos. Isso transcende o alcance da integração regional. “As pessoas esperam mais da democracia do que ela está nos dando. Elas esperam que a democracia resolva problemas mais cotidianos: como comer, como ter seguro de saúde, como fazer para viver”.


PAINEL ESPECIAL: “Segurança Continental e Segurança Pública na América Latina e a Questão Democrática”

Coordenado por Sandra Bittencourt, jornalista e diretora executiva do INP, o painel contou com a presença de:

Matheus Gomes, deputado estadual do PSOL. “A maioria da população tem a percepção de que vive em uma situação de insegurança e a extrema-direita tem apresentado respostas muito pragmáticas, mas que ampliam este problema”.

Benedito Mariano – Coordenador do Núcleo de Segurança Pública na Democracia, do IRRE. “A questão da segurança pública continua sendo o calcanhar de Aquiles dos governos de esquerda e do campo democrático. O desafio do campo democrático é enfrentar a narrativa da extrema direita. Linha dura é sinônimo de ser duro contra pobres e negros e ser manso e conivente com as organizações criminosas e as milícias”.

Denise Dora – advogada feminista, pesquisadora e fundadora da ONG Themis. “As forças políticas progressistas estão pulverizadas e não conseguem conformar uma frente unificada para enfrentar o movimento de uma internacional autoritária que cria uma fórmula de desmonte do Estado e de ataques de resistência dentro do estado democrático”.

Miguel Rosseto, deputado estadual do RS. “É necessário um esforço estratégico para se pensar outros mecanismos institucionais que reaproximem a ideia da democracia com a ideia da igualdade. A ideia da liberdade ofertada pela extrema direita é dissociada à ideia da democracia. O que eles buscam é uma liberdade para os poderosos, enfrentada pela agenda da igualdade e da democracia”.

Marco Enríquez-Ominami, fundador do Grupo Puebla e do Partido Progressista, ex-candidato à presidência do Chile. “A democracia latino-americana convive com a violência. A democracia é como uma bicicleta se não pedalar ela cai. A aproximação da violência demanda uma reforma permanente da democracia e abandonamos este processo. É nosso dever confrontar. A confrontação é uma obrigação e não uma opção. Hoje, é preciso confrontar”.

Alberto KoptTike, advogado e ex-diretor do Departamento de Políticas, Programas e Projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. “Dois grandes problemas que devem ser enfrentados. “Precisamos de políticas públicas de segurança de alta intensidade e qualidade, que enfrentem o nazismo que renasceu e as maiores facções da história”.


PAINEL ESPECIAL – Parte 2

A segunda parte da discussão contou com uma mesa 100% uruguaia:

Mônica Xavier, ex-senadora e ex-presidenta da Frente Ampla. “A violência contra as mulheres é um delito que segue crescendo, junto à violência contra crianças e adolescentes que precisamos enfrentar também com uma ação pedagógica. Estamos com agendas em função dos avanços que a ultradireita teve nos últimos tempos no nosso continente. Onde estão as mulheres quando se tomam as decisões? “

Juan Faroppa, ex-vice-ministro do Interior do Uruguai. “O erro é deixar em segundo plano a histórica inclusão de direitos humanos e o desenho das políticas públicas, em particular, na área da segurança, que é a garantia que o Estado deve apresentar à população de não ser vítima de um ato de violência”.

Florência Salgueiro, Docente de Política Exterior Uruguaya na Faculdade de Direito. “Cabe ao Estado enfrentar e cortar as asas dos que estão colaborando para desestabilizar o país”.

Javier Miranda, advogado e ex-ministro uruguaio dos Direitos Humanos. “Os desafios claros que “não são somente o narcotráfico, mas o mercado ilícito e a sua estrutura econômica. O monopólio de luxo da força de segurança desarma a sociedade. A segurança não pode estar nas mãos do poder privado”.



MESA FINAL

A última mesa do evento contou com as participações de:

Paulo Abrão, Diretor Executivo do Washington Brazil Office. “Quando Bolsonaro desmobilizou políticas públicas de 30 anos com uma canetada, a resistência se deu no meio do campo social, com um trabalho de mobilização social e de denúncia internacional. O Estado não está nos territórios, nem os partidos. Quem está nos territórios são as milícias, as igrejas e as ONGs”.

Wilson Ramos Filho. “A política de segurança precisa retomar uma crítica radical ao papel do Judiciário e do MP na sociedade capitalista, em termos nacionais e internacionais”.

Antônio Granado, coordenador da AMSUR. “A correlação de forças futuras passa por um processo de sedimentação de forças coerentes com um projeto de país. Este governo precisa se entender como um governo de transição, o que significa colocar no centro da luta política uma visão de país e de futuro”.

Alfredo Atiée, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de SP. “É preciso reconfigurar o Judiciário para a população sentir que ele pertence à sociedade e não sirva apenas à legitimação do poder”. O Brasil nunca teve uma revolução e isso é extremamente importante. Não se trata de ter uma revolução violenta, uma revolução armada, mas de termos a consciência de que nós jamais fizemos uma verdadeira revisão da nossa história. Nós continuamos a viver e a conviver com pessoas herdeiras de um processo horroroso de exploração, opressão e dominação. E elas ainda têm orgulho de dizer que são herdeiras desse processo”.

Paulo Vannuchi, jornalista e ex-ministro dos Direitos Humanos. “Quando perguntamos aos amigos uruguaios sobre o segredo da Frente Ampla, eles respondem que não há sucesso se ela não for vivida com um profundo sentimento interno de generosidade. A unidade da esquerda e das forças progressistas é um pilar fundamental”.


Fotos: Carlos Lebrato – Instituto Novos Paradigmas.

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