Entre o discurso e a realidade

Entre o discurso e a realidade

Por Breno Raigorodsky*

Dever-se-á, temem os que não acreditam no Temer, tecer loas ao discurso de posse deste Mota, que citou à exaustão U. Guimarães como seu timoneiro, no mar democrático, que insiste deixar o Brasil tão longe dos princípios defendidos pela Constituição de 1988.

Ao mesmo tempo, temer-se-á aquele que sabe que aquela que andou tendo visões, lá trepada na goiabeira, deverá assumir o posto de diretora mór da Comissão de Direitos Humanos do Senado, bem ela, que andou perseguindo Brasil afora, menina de 10 anos, que precisava abortar fecundada que estava por ato de estupro. É a raposa da falsidade, botada a cuidar do galinheiro da moralidade, veja só.

Tão ruim ou pior, teremos o tal do Flavio, filho do indizível, cuspidor de Ustra móveis, assassino torturador, como, imaginem só, diretor da Comissão de Segurança Pública: o homem que compra com dinheiro vivo palacetes por aí; o homem que defende com unhas e dentes os milicianos, que os contrata, a eles e suas famílias, que os defende contra a lei, bem ele, ele mesmo, terá o cargo de comissionar o Senado num assunto que ele é réu reconhecido por todos, menos por ele mesmo, ao menos em voz alta e em público.
Isso, meu filho tem nome.

Chamar-se-ia Correlação de Forças, coronelismo parlamentar, na sua disputa direta com as forças progressistas.
O discurso do Mota deve ser aplaudido, de A a Z, mas vamos ver como o discurso comportar-se-á na prática.

*Filósofo, publicitário, bebedor de vinho de qualquer cor ou gradação alcóolica

Na imagem, Hugo Motta (Republicanos-PB), eleito presidente da Câmara dos Deputados / Mário Agra / Câmara dos Deputados

Tagged: , ,