Política na Europa, um panorama

Política na Europa, um panorama

A Europa atravessa um período de transformações políticas complexas, marcado por acontecimentos que redesenham o cenário geopolítico do continente. As principais potências europeias enfrentam pressões que vão desde movimentos populistas de extrema direita até tensões geopolíticas internacionais, especialmente após a pandemia de COVID-19 e o conflito na Ucrânia.

Por outro lado, a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos terá impacto na Europa, especialmente em áreas como comércio, economia e segurança. A Europa espera para ver.

França

Emmanuel Macron tem enfrentado um período crítico de sua presidência. Após os protestos dos “coletes amarelos” em 2018/2019 e as disputas sobre reformas previdenciárias, ele busca reposicionar sua agenda política. A ascensão da extrema direita, liderada por Marine Le Pen, e a vitória das esquerdas nas últimas eleições legislativas representam uma ameaça constante à sua base política de centro.

Embora não esteja no governo, o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen, ganhou força nas duas últimas eleições e tenta influenciar a política nacional.

A sociedade francesa está profundamente dividida em questões como imigração, identidade nacional e modelo econômico. Macron tenta equilibrar uma agenda progressista com demandas por segurança e preservação de valores tradicionais, um equilíbrio difícil de manter.

Alemanha

Após 16 anos da liderança de Angela Merkel, a Alemanha vive um período de transição política no governo de Olaf Scholz. A coalizão entre social-democratas, verdes e liberais tem sido uma experiência políticasem estabilidadenum momento de crise econômica e energética.

A guerra na Ucrânia forçou uma revisão da política externa alemã, com aumento nos gastos de defesa e uma postura mais agressiva em relação à Rússia. Internamente, o país enfrenta pressões inflacionárias, crise energética e debates sobre o modelo econômico.

Reino Unido

O Reino Unido enfrenta os efeitos do Brexit, com sucessivas trocas de primeiro-ministro evidenciando a fragilidade do cenário político. Após Boris Johnson e Liz Truss, RishiSunak tentou estabilizar um governo conservador desgastado, enfrentando problemas econômicos que eclodiram com a saída do país da comunidade europeia.

O Reino Unido perdeu prestígio no cenário internacional e tem necessidade de reconstruir as relações com a União Europeia.

KeirStarmer, o primeiro-ministro trabalhista contestado e sem carisma pessoal que assumiu em 2024, enfrenta alta inflação, lento crescimento econômico e elevado custo de vida. Os ingleses pedem uma reforma urgente na saúde pública, que sofre com o subfinanciamento, longas filas de espera e falta de profissionais.

Há tensões na Escócia e na Irlanda do Norte, ambos os países discutem a ideia de independência e cresce o apoio popular aos movimentos separatistas.

Desde que assumiu o cargo, Starmer viu sua popularidade cair drasticamente. Pesquisas indicam quea maioria da população está descontente com seu governo, associando-o à desonestidade e à falta de conexão com as necessidades do povo. Também não estaria cumprindo suas promessas eleitorais.

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A questão da Escócia e da Irlanda do Norte, as tensões com a União Europeia e os movimentos separatistas continuam sendo pontos críticos na política britânica. A crise econômica e o aumento do custo de vida têm alimentado o crescente descontentamento com o governo.

União Europeia

A União Europeia vive um momento de redefinição, pressionada por tensões com governos de direita ou extrema direita, pelos desafios migratórios e pela necessidade de uma resposta unificada a conflitos externos.

A presidência de Ursula von der Leyenbusca maior integração nas áreas de defesa e política energética, mas as divergências nacionais e os movimentos populistas de direita representam obstáculos para uma verdadeira unidade continental. Vários governos de extrema-direita estão em posição de poder na Europa, refletindo uma tendência crescente de nacionalismo e políticas anti-imigração.

Os governos de Extrema-Direita:

  • Itália: O governo é liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, do partido Fratelli d’Italia,  no poder desde 2022. Meloni obteve mais de 30% dos votos nas últimas eleições
  • Hungria: O primeiro-ministro Viktor Orbán e seu partido Fidesz mantêm um governo de direita radical, com uma forte agenda nacionalista e autoritária.
  • Polônia: O partido Lei e Justiça (PiS) lidera o governo, promovendo políticas reacionárias, conservadoras e nacionalistas, há quase uma década.
  • Finlândia: O partido nacionalista Os Finlandeses, que adota uma postura anti-imigração, integra o governo após negociações que se seguiram às últimas eleições.
  • Suécia: Os Democratas Suecos, um partido de extrema-direita, apoia o governo de centro-direita liderado por Ulf Kristersson, embora não faça parte oficialmente da coalizão.
  • Holanda: Um novo governo que tomou posse recentemente inclui partidos de extrema-direita, refletindo uma crescente influência napolíticado país.
  • Eslováquia: O partido de extrema-direita Smer-SD está surgindo como força política, especialmente depois dasúltimas eleições.
  • Croácia: O partido de extrema-direita Movimento da Pátria (Domovinski pokret) participa do atual governo e exerce forte influência.

Na Grécia, vários partidos de extrema-direita conseguiram representação no Parlamento.

Em Portugal, o Chega, partido de extrema direita,tornou-se a terceira força política no Parlamento, embora não faça parte do governo.

*Imagem em destaque: Needpix

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