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Programas – de 30 de agosto a 6 de setembro

Programas – de 30 de agosto a 6 de setembro

*O quase total silêncio das mídias continua cúmplice da sequência de perversidades dos militares do Estado de Israel. No caso, ordenando que civis deixassem regiões de Deir Al-Balah, no centro de Gaza, dia 25 último, forçando os palestinos deslocados a fugirem novamente – para onde? Nesse exato momento, a ONU se preparava para vacinar mais de 640 mil crianças contra a poliomielite em meio a preocupações com a propagação da doença, que, como se sabe, é altamente contagiosa.

*No início de agosto, autoridades de saúde das Nações Unidas confirmaram o primeiro caso de poliomielite em Gaza, nos últimos 25 anos, após amostras de esgoto recolhidas em junho apontarem resultado positivo para o vírus. O alerta da Organização Mundial da Saúde sobre uma possível epidemia: “É apenas uma questão de tempo” até que o referido vírus venha a infectar milhares de crianças.

*Mas à última hora, como o escárnio era tão escandaloso, o exército de Israel e o Hamas concordaram em fazer pausas separadas de três dias, nos combates, para permitir a dita vacinação, anunciou uma alta autoridade da OMS. A campanha deve se iniciar domingo, dia 1º de setembro.

*Por outro lado, um comboio do Programa Mundial de Alimentos anunciou que suspenderá a movimentação dos seus funcionários em Gaza até novo aviso, após tropas israelenses abrirem fogo, mais uma vez, dias atrás, contra um de seus veículos identificados com licenças das autoridades israelenses e atingido com cerca de dez tiros.

*Já na Cisjordânia, ocupada ilegalmente por Israel desde 1967, o que se vê agora, segundo a ONU, com uma recente e violenta operação militar deflagrada, é a “violação do direito internacional”. Há preocupação com uma possível evacuação das cidades atacadas. “Ação que poderia resultar em novo deslocamento forçado de milhares de palestinos como ocorre na Faixa de Gaza desde o início do conflito”, considera em nota oficial o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

*O programa é ler a edição revista e ampliada do livro-almanaque Para Seguir Minha Jornada, da jornalista Regina Zappa, retrato do personagem Chico Buarque de Hollanda, documentado com manuscritos, reportagens, entrevistas, relatos e fotos. São registros de época, as histórias — de Chico e do Brasil — que se entrelaçam. O prefácio é da cantora Mônica Salmaso, que acompanhou Chico em recente turnê. O lançamento é hoje, dia 31 de agosto, no Teatro Riachuelo, às 16h. O segundo lançamento será na Livraria Travessa do Leblon, dia 3 de setembro, a partir das 19h (Editora Nova Fronteira/2ª edição).

*Sessenta anos após sua morte, é tempo de relembrar o mito, o político e a pessoa de Getúlio Vargas, que volta a ser o tema de publicações de todos os tipos — livros, ensaios, artigos, palestras e debates em universidades e em grupos de estudos. Como sugestão para leitura, A Era Vargas – Desenvolvimentismo, Economia e Sociedade, da Editora Unesp, organização de Pedro Cesar Dutra Fonseca e Pedro Paulo Zahluth Bastos. Reúne ensaios que retratam o contexto e o significado histórico do projeto varguista. Primeira edição de 2012.

*Leitura sugerida: O Começo do Fim da Era Unipolar: Literatura e Indústria Cultural (Editora Digital Terried), de autoria do professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Espírito Santo, Luis Eustáquio Soares. Do mesmo autor, A Sociedade do Controle Integrado (Editora Alegrete).

*Dia 4 de setembro, às 19h, os críticos Carlos Alberto Mattos e Leonardo Luiz Ferreira contarão ao público a história da Mostra Faróis do Cinema, lembrando casos, conversas e filmes exibidos desde a sua primeira edição, em 2010. As sessões de filmes e os encontros da atual edição de Faróis de Cinema são todos gratuitos. Na Caixa Cultural Rio de Janeiro, Rua do Passeio, com entrada pelo antigo hall do Cinema Palácio. As sessões vão até o dia 8 de setembro. Programação completa no site da Caixa Cultural.

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*Outra leitura sugerida para setembro é Tendo o Sol por Testemunha, de André Luiz Cavazzani. O tema é a imigração em massa de portugueses atravessando o Atlântico, na virada dos setecentos para os anos oitocentos. Momento em que não eram mais agricultores que viajavam com a intenção de continuar vivendo no Brasil com essa ocupação. O comércio atraía novos protagonistas, em especial para a região do porto paranaense de Paranaguá. O autor é doutor em História pela Universidade de São Paulo e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (Editora Alameda).

*Lançamento recente da mesma editora, o volume Tsimane, da fotógrafa Aline Vieira, registra a capacidade do grupo dos tsimane de atuar com a natureza, trocar saberes entre si, sua relação com os poucos visitantes a quem seu território é franqueado, e os planejamentos de rotas explorando rios e matas, caçando, colhendo e pescando com arco e flecha. O registro fotográfico de Aline Vieira revela a beleza do modo de viver e pensar desse povo.

*O livro mostra que os tsimane são indígenas habitantes de vasto território na Bolívia, especialmente ao longo do rio Beni, que nasce no norte de La Paz e atravessa toda a Amazônia boliviana antes de afluir no rio brasileiro Mamoré. Sua população é estimada em nove mil pessoas que falam duas línguas declaradas patrimônio nacional boliviano.

*O programa, dia 2 de setembro, é o lançamento do livro Por Trás das Chamas – um Livro de Intervenção, na Biblioteca Central da Bahia, no bairro Barris, em Salvador, das 17 às 20h. Os autores são Nilmário Miranda, Carlos Tibúrcio e o poeta Pedro Tierra. O tema é o desaparecimento de militantes assassinados durante a ditadura civil-militar cujos corpos foram incinerados em uma usina; prática reconhecidamente nazista.

*Bitucas assassinas: é como estão sendo apelidados os incendiários das matas, no interior do Estado de São Paulo. Serão personagens de uma comédia sinistra ou de uma farsa, ambas combinadas? Alguns incendiários são pagos por quem? Agem e são pagos por qual tipo de mandante?

*Dois livros em destaque, esta semana, nas estantes das principais livrarias da Zona Sul do Rio de Janeiro. O primeiro, de Paul Auster, intitulado Baumgartner, última obra escrita pelo autor de Trilogia de Nova Iorque. Foi lançada nos Estados Unidos em novembro de 2023, pouco antes de o escritor falecer, aos 77 anos, em abril último. Narra a pungente trajetória de um professor de filosofia de 71 anos à beira da aposentadoria, que pretende viver dali por diante “sem incomodar ninguém”. Acaba de ser colocado à venda (Editora Companhia das Letras).

*Outro volume nas estantes principais de livrarias cariocas é para quem está interessado em conhecer em detalhes o pensamento da candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, ex-promotora geral da Califórnia. O livro, de autoria de Kamala, é As Verdades que nos Movem (Nova edição da Intrínseca, de 2021).

*Uma série de registros dos processos de restauração das obras de arte vandalizadas nos ataques criminosos de 8 de janeiro de 2023, nas sedes dos Três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, faz parte da exposição Oito de Janeiro: Restauração e Democracia, que acaba de ser inaugurada em Brasília, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

*A restauração das obras foi realizada pela comunidade acadêmica do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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