Meta de inflação passa a ser contínua em 3%, a partir de 2025

Meta de inflação passa a ser contínua em 3%, a partir de 2025

“Não nos cabia, neste momento, uma alteração que pudesse para baixo implicar em um aperto monetário ainda maior, e para cima sinalizar um descompromisso com o combate à inflação, em um momento que a inflação demonstra uma trajetória consistente”, afirmou o ministro Fernando Haddad (Fazenda). (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Reunião do Conselho Monetário Nacional decidiu, no final da tarde desta quinta-feira (29), mudar o regime de metas de inflação que será contínua em 3%, a partir de 2025. “Não nos cabia, neste momento, uma alteração que pudesse, para baixo implicar em um aperto monetário ainda maior, e para cima sinalizar um descompromisso com o combate à inflação, em um momento que a inflação demonstra uma trajetória consistente”, afirmou o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Em entrevista ontem (28) à Globonews, Haddad havia adiantado a proposta, apontando que “metas de inflação que têm o ano-calendário como marco temporal causam “pressão desnecessária”, conforme destacou a Reuters hoje cedo. Para 2024 e para 2025, a meta permanece em 3%. O CMN é formado pelo ministro da Fazenda (Haddad), do Planejamento (Simone Tebet) e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto que também havia sinalizado ser favorável à medida, uma ´melhoria interessante´ segundo estudos do BC realizados desde 2017, como também informou a Reuters.

Em outra reportagem da agência sobre o Brasil, nesta quinta-feira, o destaque foi a melhora da previsão de crescimento do PIB para 2023 do Banco Central brasileiro. Em seu relatório trimestral de inflação, o BC projetou uma expansão de 2,0%, acima da estimativa de 1,2% em março. “O número ficou um pouco abaixo do crescimento de 2,18% esperado por economistas privados em pesquisa semanal do banco e segue mais fraco do que a expansão de 2,9% do PIB no ano passado”, destacou a reportagem.

BOLSONARO INELEGÍVEL

Com três votos pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro e um contrário, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento. A expectativa contaminou o noticiário internacional, como atestam as reportagens de L´Humanite, a cobertura em tempo real do colombiano El Tiempo. Até agora, três ministros do TSE votaram pela condenação de Bolsonaro, o relator Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques Neto, André Ramos Tavares; e apenas um o absolveu, o ministro Raul Araújo. A votação será retomada amanhã, ao meio-dia, com os ministros Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes, presidente da Casa.

Sob a manchete “Tribunal eleitoral do Brasil perto de encerrar a carreira política de Bolsonaro”, a Reuters destacou que “eleito em 2018, em meio a uma onda de líderes de direita que incluía seu ídolo político, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, Bolsonaro recebeu críticas globais por sua administração medíocre da floresta amazônica, sua abordagem laissez-faire às restrições da COVID-19 e suas evidências-ataques gratuitos ao sistema eleitoral brasileiro”. Já a Agência Lusa trouxe as declarações de Bolsonaro, que vem se apoiando em uma possível anistia via Congresso, a chamada “PL da anistia” que poderia, inclusive, salvar da cassação o ex-deputado Deltan Dallagnol, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

FORO DE SÃO PAULO

Logo mais, às 19h, o presidente Lula abrirá o XXVI Encontro do Foro de São Paulo que acontece até o próximo domingo (2), com a presença de 150 representantes de 23 países, como informa a Prensa Latina e o Nodal. Após anos sem agendamentos, devido à pandemia de Covid-19, os encontros anuais voltam a ser presenciais e desta vez em Brasília. Na pauta temas como a integração regional, as redes sociais e fake news, a guerra na Ucrânia, a soberania latino-americana entre outros. A edição também homenageia Marco Aurélio Garcia, falecido em 2017. Um dos fundadores do Foro, Garcia foi assessor especial para Assuntos Internacionais durante os governos Lula e Dilma. Confira o documento base do encontro e sua programação.

ALCKMIN

As declarações do vice-presidente Geraldo Alckmin, de que a “eleição do Presidente Lula salvou a democracia brasileira”, concedidas à Agência Lusa, ecoaram na imprensa internacional. Alckmin participou em Lisboa do XI Fórum Jurídico de Lisboa e, segundo ele, de uma reunião “muito boa” e “muito proveitosa” com empresários dos setores da defesa, energia renovável, saúde, aeronáutica, portos, aeroportos e infraestrutura, turismo, petroquímica. “Tenho certeza de que Portugal e o Brasil vão trabalhar juntos para que a gente possa avançar num acordo equilibrado, benéfico tanto para União Europeia quanto para o Mercosul e que terá na geopolítica mundial um grande sinal de que é possível avançar, é possível estabelecer novos mercados e não há ninguém mais próximo culturalmente da Europa do que a América Latina”, afirmou.

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VENEZUELA

Também repercutiram as declarações do presidente Lula durante entrevista à Rádio Gaúcha sobre a Venezuela. Lula criticou a intervenção estrangeira naquele país, comparando a recusa da oposição venezuelana em aceitar a vitória de Nicolás Maduro com a tentativa de golpe de Estado no Brasil, aponta a Agência Lusa. “Não tínhamos aqui um cidadão, um especialista que não queria aceitar o resultado eleitoral? Não tínhamos aqui um cidadãozinho que queria dar um golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado da eleição”, disse em referência ao líder de extrema-direita, apontou o argentino Clarin.

ARGENTINA

Da mesma entrevista à Rádio Gaúcha, El Diario destacou a defesa do presidente brasileiro pela implementação de uma linha de crédito do BNDES para os exportadores que vendem produtos para a Argentina, visando não perder negócios para a China no mercado argentino, seu principal parceiro regional. “O Brasil não pode permitir que, enquanto a China coloca 30 bilhões de dólares em um swap de yuans para a Argentina comprar produtos chineses, o Brasil não faça nada e tendo um comércio de 40 bilhões de dólares com a Argentina deixe os produtos em nossas prateleiras sem serem exportados (…) O Brasil precisa financiar suas exportações e isso não é financiar a Argentina, é financiar as exportações brasileiras”, afirmou.

O portal Patria Latina, por sua vez, trouxe uma análise sobre como a reforma agrária e a união Brasil-Argentina podem ser peças-chave para a industrialização latino-americana. “O Estado nacional, no comando de Lula, está com a faca e o queijo nas mãos para alavancar reforma agrária e tocar a industrialização no Brasil, no momento em que se aproxima efetivamente da Argentina, com reflexos diretos em toda a América Latina; as terras devolutas disponíveis, na verdade, propriedade do povo, são matéria-prima para dinamizar o capitalismo no campo com perfil social, para favorecer desenvolvimento com melhor distribuição da renda nacional a partir da democratização da propriedade”, afirma o texto.

CANADÁ

No Brazilian Report, uma longa reportagem sobre o encontro entre o presidente Lula e a ministra das relações exteriores do Canadá Mélanie Joly, em Brasília, nesta quarta-feira. Eles discutiram o aprofundamento da cooperação entre Brasil e Canadá em diversas áreas, como relações comerciais, segurança internacional e política ambiental. Abordou-se também a possibilidade de o Canadá aumentar seus investimentos no setor de energia renovável do Brasil, assim como o tema de os países ricos contribuírem financeiramente para a proteção ambiental nos países em desenvolvimento, destaca o texto

AMAZÔNIA

Dando sequência à reportagem de ontem sobre o crime organizado na Amazônia, The Guardian traz as declarações de Marta Machado, Secretária Nacional de Assuntos Antidrogas, apontando o impacto do desmantelamento intencional do governo Bolsonaro das agências de proteção ambiental e indígena do Brasil, o que levou a um vácuo perigoso na Amazônia, ocupada por poderosos sindicatos do crime do Rio de Janeiro e de São Paulo, aponta o texto. “A situação do narcotráfico na Amazônia é urgente”, frisa.

Por fim, uma boa notícia. Cientistas russos e sul-coreanos vão fornecer ao Brasil um acelerador de partículas industrial móvel para melhorar a ecologia na Amazônia, promovendo a desinfecção e purificação de rios locais, conforme detalha agência russa Sputnik (republicada pela Patria Latina). O acelerador será usado para experimentos em tratamento e desinfecção de água, viajando para locais com impacto ambiental negativo, inclusive áreas de possível contaminação bacteriana. A instalação também pode ser usada para esterilização por radiação de equipamentos médicos e produtos farmacêuticos, pasteurização, modificação de dispositivos condutores e outras finalidades”, destaca a reportagem.

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