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PF deflagra operação contra o tráfico internacional de mulheres

PF deflagra operação contra o tráfico internacional de mulheres

OPERAÇÃO PERFÍDIA

A Polícia Federal (PF) brasileira, com o apoio do FBI, desencadeou nesta terça-feira (20) a Operação Perfidia, com o objetivo de combater um esquema de tráfico de mulheres para exploração sexual na Europa. Seis mandados judiciais emitidos pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso foram cumpridos nas cidades de Várzea Grande (MT), Uberlândia (MG) e Rio de Janeiro (RJ).

As investigações revelaram que a quadrilha aliciava mulheres em situação de vulnerabilidade em estados como Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina, atraindo-as com promessas de emprego na Europa. Ao chegarem ao destino, eram levadas para apartamentos superlotados, onde tinham seus documentos confiscados e eram forçadas a se prostituir. Os criminosos lucravam com 60% das comissões geradas pelos programas e ainda cobravam das mulheres despesas impagáveis, mantendo-as em uma situação de exploração contínua.

A quadrilha anunciava as vítimas em sites de prostituição europeus, garantindo a visibilidade necessária para sustentar o esquema criminoso. Durante a operação, a PF apreendeu celulares e outros materiais que serão usados para aprofundar as investigações.

A PF alerta que outras pessoas podem ter sido recrutadas e orienta a quem recebeu propostas de trabalho no exterior a ficar atento (Prensa Latina).

REGULAMENTAÇÃO DA IA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso destacou a necessidade urgente de regulamentar a inteligência artificial (IA) durante a abertura do evento “Os impactos da inteligência artificial no constitucionalismo contemporâneo”, nesta segunda-feira (19). Barroso ressaltou os perigos das deepfakes, que permitem manipular digitalmente vídeos, comprometendo a liberdade de expressão e representando um risco significativo para a sociedade, e alertou sobre outros impactos negativos da IA, como a disseminação de desinformação, o uso bélico e a propagação de fake news nas redes sociais, especialmente no contexto eleitoral.

O ministro destacou ainda a transformação profunda trazida pela inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, capaz de criar conteúdos de forma autônoma, mas lembrou que a IA opera sem discernimento moral ou ético, baseando-se apenas nos dados fornecidos pelos humanos. Segundo ele, quando decisões importantes passam a ser tomadas por sistemas externos, um dos pilares fundamentais da sociedade é abalado.

O evento contou ainda com o pré-lançamento do documentário “JurisMáquina”, dirigido por Tainá Aguiar Junquilho e promovido pelo STF em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, além das comemorações do Bicentenário das Relações Diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto isso, o Senado brasileiro discute uma proposta de regulamentação da IA, que ainda precisa passar por comissões e pela votação em plenário (Prensa Latina).

HIDROVIA DIGITAL

O governo brasileiro anunciou a construção de uma “hidrovia digital” para levar internet a pequenas comunidades da Amazônia, com a instalação de 620 quilômetros de fibra óptica, dos quais 490 serão submersos nos rios da região. A iniciativa beneficiará cerca de 450 mil habitantes, conectando Boa Vista, em Roraima, a Vila de Moura, no distrito de Barcelos, Amazonas, passando por municípios de difícil acesso como Santa Maria do Boiaçu e Caracaraí.

O ministro das Comunicações Juscelino Filho explicou que o projeto visa proporcionar às comunidades remotas as mesmas condições de conectividade disponíveis nos grandes centros urbanos. A infraestrutura inicial atenderá 40 escolas, três prefeituras, duas unidades do Conselho Nacional de Justiça, quatro postos de saúde e quatro escritórios de advocacia.

O projeto representa a quarta hidrovia digital instalada pelo governo na Amazônia, sendo parte de um plano mais amplo de construção de 28 infovias em todo o país, aumentando a capacidade de tráfego de dados e a disponibilidade de banda larga em regiões de difícil acesso (Confirmado.net).

29 MIL CASOS DE DENGUE

O Brasil registrou 29.423 novos casos de dengue em apenas uma semana, liderando o número de infecções na América Latina, seguido pela Argentina, com 15.252 casos, e pelo México, com 12.121. No total, 83.967 novos casos prováveis foram contabilizados em 24 países do continente americano.

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Apesar da ligeira redução em relação à semana anterior, o Brasil enfrenta seu pior ano em termos de dengue, com 6,4 milhões de casos suspeitos registrados entre janeiro e 14 de agosto de 2024. O número de mortes também é preocupante, com 5.085 óbitos registrados até essa data, uma média de 22 por dia. Minas Gerais, Paraná e o Distrito Federal são as regiões mais afetadas.

Especialistas apontam que as mudanças climáticas e a urbanização desordenada estão entre as principais causas da proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus, agravadas por condições inadequadas de saneamento e armazenamento de água (Prensa Latina).

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O embaixador de Angola no Brasil, Manuel Bravo, e o ministro da Agricultura e Pecuária brasileiro, Carlos Fávaro, reuniram-se em Brasília na última semana para discutir o relançamento da parceria estratégica entre os dois países no setor agropecuário e do agronegócio. A cooperação tem como foco projetos que promovam a autossuficiência e a segurança alimentar em Angola.

O ministro Fávaro anunciou a intenção de enviar uma missão governamental e empresarial a Angola em dezembro, visando formalizar negócios, firmar acordos e consolidar programas no agronegócio. A parceria é vista como um passo importante para o desenvolvimento mútuo, promovendo a troca de conhecimentos e tecnologias, além de fortalecer a segurança alimentar em ambos os países (O Guardião).

MILEI SOB PRESSÃO

O governo argentino está sob pressão do bolsonarismo para que Javier Milei conceda asilo político a cerca de 100 brasileiros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2022. Apesar do bom diálogo entre os chanceleres e do senso de responsabilidade de Lula manterem as relações entre Brasil e Argentina, o clã Bolsonaro exige que os fugitivos sejam reconhecidos como perseguidos políticos.

Fontes próximas ao ex-presidente brasileiro relatam crescente desconforto entre os aliados de Milei, com um advogado dos fugitivos planejando uma reunião com a chanceler Diana Mondino em Buenos Aires, mas enfrentando dificuldades para coordenar o encontro.

A postura do presidente argentino será decisiva, pois seu apoio ao bolsonarismo pode prejudicar as relações bilaterais com o Brasil, essenciais para a proteção da embaixada argentina em Caracas e de opositores supostamente perseguidos por Nicolás Maduro. Lula não se opõe ao cumprimento das penas na Argentina, mas rejeita a ideia de Milei abrigar os fugitivos (La Política Online).

FINALMENTE UM CESSAR-FOGO?

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que Israel aceitou uma proposta do governo Biden para resolver as diferenças com o Hamas em um acordo de cessar-fogo, considerando esta oportunidade como “provavelmente a melhor, talvez a última” para garantir uma trégua e libertar reféns em Gaza. A declaração foi feita após uma reunião de quase três horas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, onde ele confirmou seu apoio à proposta estadunidense.

O Hamas, no entanto, critica o plano, alegando que ele favorece apenas Israel e alega que Netanyahu tem constantemente adicionado novas condições. Apesar disso, as negociações mediadas pelos EUA com o apoio do Egito e do Qatar devem continuar no Egito, após conversas em Doha sem um avanço imediato. A proposta prevê a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos e a eventual cessação permanente das hostilidades e reconstrução de Gaza. Mas ainda há discordâncias, como a exigência de Netanyahu de patrulhamento israelense na fronteira de Gaza, rejeitada pelo Hamas, que quer a retirada completa das tropas israelenses.

O plano ganhou urgência após a morte de líderes do Hamas e do Hezbollah, elevando a tensão na região. Mesmo com a urgência destacada por Blinken, há ceticismo entre autoridades israelenses sobre um avanço real nas negociações (New York Times).

*Imagem em destaque: Polícia Federal

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