Eleições 1⁰ turno – MiniCurso Fatoflix: E QUANDO O ATAQUE VEM DO PODER PÚBLICO?

Eleições 1⁰ turno – MiniCurso Fatoflix: E QUANDO O ATAQUE VEM DO PODER PÚBLICO?

Três filmes pra você:

São Vito: A REFORMA QUE VIROU DEMOLIÇÃO
Parque Oeste: POLÍCIA VS. CIDADÃOS EM GOIÂNIA
Quem mora lá?: A LUTA DE UMA OCUPAÇÃO NO RECIFE

Mais de 80 mil pessoas vivem nas ruas na cidade de São Paulo. No país, o número ultrapassa 300 mil pessoas. Esse imenso contingente se soma à maioria da população residente nas cidades brasileiras, que habita territórios ocupados sem lei e sob contínua ameaça de despejo, apesar do direito à moradia estar garantido pela Constituição de 1988.

Às vésperas de uma eleição que poderá definir o destino de milhares de pessoas, em particular na capital paulista, onde Guilherme Boulos, uma das lideranças da luta pela moradia, concorre contra dois representantes da extrema-direita, nada melhor do que o debate sobre o impacto do poder público e de suas forças de repressão na guerra por moradia travada nas nossas cidades.

A questão da habitação e a demanda por políticas públicas, efetivamente capazes de aplicar esses direitos constitucionais, acenam como um dos maiores desafios às futuras gestões do campo democrático e progressista, e para os milhares de vereadores que farão o corpo a corpo com essa população no território.

Por isso, o minicurso FATOFLIX desta semana, com base nos documentários da mostra Cidades e Cidadania – Eleições Municipais, busca dar voz a essas pessoas e mostrar o desvirtuamento do poder público que as atacam, em vez de protegê-las, à serviço das forças do capital.

Os três filmes aqui indicados, gratuitamente disponíveis na nossa plataforma, contam experiências que se repetem em São Paulo, no Recife e em Goiânia, permitindo reflexões, debates, cursos e outras ações de formação do campo democrático e progressista, em torno dos seguintes temas:

  • O impacto das mudanças de governo na interrupção de acordos firmados junto à população.
  • A violência policial através de uma das mais brutais desocupações ocorridas no país.
  • As formas de luta e organização social durante o planejamento e execução de uma ocupação no centro urbano.

MINICURSO FATOFLIX: E QUANDO O ATAQUE VEM DO PODER PÚBLICO?

SÃO VITO: A REFORMA QUE VIROU DEMOLIÇÃO

Foto: Thomas Hobbs – Wikipedia

São Vito
Camila Mouri e Pedro Caldas, Brasil, 2017
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Prédio icônico da cidade de São Paulo, o edifício São Vito, mais conhecido como “Treme-Treme”, localizava-se na Avenida do Estado, na Baixada do Glicério, antes de ser demolido. Construído na década de 1950, com 27 andares, o prédio chegou a abrigar mais de 600 moradores, em apartamentos de 28 a 30m2.

Neste documentário, Camila Mouri e Pedro Caldas filmam o interior do edifício e conversam com seus moradores, às vésperas da desocupação em 2004, para a realização de uma necessária e urgente reforma, estimada em R$ 8 milhões pela então gestão Marta Suplicy.

Com a troca de governo e a posse do tucano José Serra, a reforma do prédio não apenas foi suspensa, mas o compromisso da prefeitura com os moradores desalojados, firmado durante a gestão de Marta, foi completamente ignorado. Em 2011, durante o governo Kassab, o São Vito foi demolido, custando aos cofres públicos R$ 20 milhões.

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Um exemplo cabal de como a especulação imobiliária vem sendo priorizada na capital paulista, à revelia dos custos e, sobretudo, dos direitos da população que se viu, mais uma vez, enganada pelo poder público.

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POLÍCIA VS. CIDADÃOS EM GOIÂNIA

Cenas do documentário Parque Oeste.

Parque Oeste
Fabiana Assis, Brasil, 2018
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Em 2005, milhares de pessoas foram arrancadas de suas casas no Parque Oeste Industrial, em Goiânia, em meio a uma brutal desocupação que levou à morte de duas pessoas.

Com imagens chocantes da violência policial e depoimentos da aguerrida resistência dos moradores do Parque Oeste, o documentário de Fabiana Assis traz imagens de uma verdadeira guerra, covarde e desigual, das forças de repressão da polícia contra a sociedade civil.

O documentário foca na trajetória de uma das moradoras desta ocupação, em sua luta para reconstruir a vida após a violência sofrida. “13 mil pessoas foram retiradas em menos de uma hora. Eles pensavam que iam entrar aqui, derrubar, matar e que cada um ia para um canto. Não foi”, ela conta.

Um alerta para todos os eleitores que terão a chance, neste ano, de escolher representantes do campo progressista efetivamente comprometidos com a luta pela moradia e suas garantias constitucionais.

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A LUTA DE UMA OCUPAÇÃO NO RECIFE

Cena de Quem mora lá?

Quem mora lá?
Conrado Ferrato, Rafael Crespo e César Vieira, Brasil, 2018
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Neste longa-metragem, produzido em parceria com a ONG internacional Habitat para a Humanidade, Conrado Ferrato, Rafael Crespo e César Vieira contam a história dos moradores da pequena comunidade do Pocotó, no bairro de Boa Viagem, em Recife.

Frente à especulação imobiliária e aos prédios que avançam sobre o terreno espremido entre um túnel e um córrego, moradores com quinze anos de permanência no território se veem diante de uma ordem de despejo.

O documentário dá voz a esses moradores, enquanto eles se organizam para participar da ocupação Marielle Franco, em um prédio abandonado, em Recife.

Um registro contundente de uma verdadeira guerra pela moradia em curso no país. E uma aula fundamental para os futuros gestores e vereadores do campo progressista que terão de fazer valer, nos próximos quatro anos, os direitos constitucionais desse imenso contingente da população brasileira.

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Foto de capa: Cena do documentário Quem Mora Lá.

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