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Programas: de 02 a 09 de março

Programas: de 02 a 09 de março

– Iniciativa da Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, suspendendo as vinícolas Aurora, Salton e Garibaldi- Documentário Memória Sufocada registra a história da ditadura civil-militar e a tortura no Brasil a partir da perspectiva do presente- Mostra Evandro Teixeira, Chile, 1973 entra em cartaz a partir de 21 de março, na…

* O programa central é acompanhar a iniciativa da Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, suspendendo as vinícolas Aurora, Salton e Garibaldi, do Rio Grande do Sul, nas feiras internacionais e em eventos promocionais até que, pelo menos, sejam encerradas as investigações sobre o trabalho escravo praticado nessas empresas com cerca de 200 trabalhadores, e denunciado esta semana.

* Programa com aroma estragado é adquirir vinhos dessas três marcas de propriedade de grupos escravocratas. Aliás, essas garrafas  já começam a permanecer no fundo das prateleiras dos mercados e das adegas. Cedem  espaço para outras marcas, nacionais, e para vinhos argentinos e chilenos que começam promoções.

* E mais: a influente rede carioca de supermercados Zona Sul, com  40 lojas, já devolveu todo seu estoque de mercadorias da vinícola Aurora. O Zona Sul, que fatura cerca de 2 bilhões de reais por ano com sua clientela classes A e B, marcou posição contra a exploração de trabalhadores em situação análoga à escravidão. Grande exemplo.

* Filmado pela primeira equipe de cinema a entrar no Doi-Codi de São Paulo, o documentário Memória Sufocada registra a história da ditadura civil-militar e a tortura no Brasil a partir da perspectiva do presente. Montado com material existente na internet, o filme de Gabriel Di Giacomo chega aos cinemas dia 30 de março. O diretor faz paralelos entre 1964 e a eleição de 2018 e anota que ”o passado do Brasil vai sendo reconstruído e esbarra no presente”.

* Uma das coisas que mais o surpreendeu no decorrer do trabalho foram as propagandas do governo da época,  ”mistura de inocência com perversidade e recheadas de mentiras.  Uma delas, a tentativa de responsabilizar a população pelo aumento da inflação e dizer que a solução depende de todos, e que basta pechinchar para os preços caírem. O regime tentava terceirizar a culpa do fracasso econômico para o povo; uma covardia muito grande.”

* Di Giacomo usou leituras de livros e textos sobre a ditadura, acesso aos documentos da Comissão da Verdade e apreciação de filmes. Acabou se deparando com um acervo ”incrível” de imagens da Comissão Nacional da Verdade e do Arquivo Nacional. 

* Um dos principais profissionais do fotojornalismo brasileiro, Evandro Teixeira, de 87 anos, atuou na imprensa por quase seis décadas; 47 anos no Jornal do Brasil. Registrou os bastidores do poder no país, em especial as manifestações contrárias ao regime militar, além de temas associados ao esporte, à moda e à cultura. Participou de  importante cobertura, do golpe militar no Chile, em 1973. Lá, produziu imagens de impacto do Palácio De La Moneda bombardeado pelos militares, dos prisioneiros políticos no Estádio Nacional, em Santiago, e do enterro do poeta Pablo Neruda.

* A mostra Evandro Teixeira, Chile, 1973 entra em cartaz a partir de 21 de março, na sede de São Paulo do Instituto Moreira Salles. Paralela, também a partir de 21 desse mês, a exposição Papel, tinta e chumbo, com foto-livros da Biblioteca de Fotografia do IMS Paulista.

* Sugestão de leitura/ou releitura: da Cia. das Letras, o volume A retórica da Intransigência, do economista e cientista político e social Albert Hirshchman, falecido em 2012. ”Em A retórica da Intransigênciaa: Perversidade, futilidade, ameaça, ele demonstra ”a existência de três teses que há 200 anos se repetem  compulsivamente na retórica de conservadores e reacionários, todas elas destinadas a provar que qualquer tentativa de mudar a sociedade é desastrada, tola ou prejudicial”, registra o pesquisador do IPEA e professor da Universidade de Brasília, Antonio Lassance em comentário sobre o livro de Hirshchman.

* Ainda no campo econômico, é do economista, jornalista e professor J. Carlos Assis, autor de cerca de 20 livros sobre economia política, o volume A Economia Brasileira como ela é onde ele observa: ”A política agrícola é o principal sustentáculo de uma política social que não se apóie apenas na oferta de dinheiro para os miseráveis”. Foi lançado antes das eleições de 2022 pela Amazon.

Veja Também:  Nesta terça (21), em Brasília: lançamento do livro 'Eu só disse meu nome', de Camilo Vannuchi

* De olho no filme alagoano Infantaria, de Laís Santos Araújo, produzido por Pedro Krull e financiado pela Lei Aldir Blanc, vencedor do Prêmio Especial de Melhor Curta-Metragem da Mostra Geração 14plus, no Festival de Berlim/2023, na semana que passou.

* Em vitrinas de livrarias do Rio de Janeiro, o livro-reportagem com primeira edição lançada em 2014, A Casa da Vovó – uma biografia do DOI-Codi, do jornalista Marcelo Godoy. Revela detalhes do funcionamento do principal centro de repressão, tortura e assassinato do regime civil-militar.


* Durante anos Godoy esteve convencendo policiais e militares a contarem sua experiência e suas ações no DOI-Codi, entre 1969 e 1991, e o seu trabalho foi Livro do Ano do Premio Jabuti e Melhor Ensaio Social da Fundação Biblioteca Nacional. Agora, em mês de passar a limpo o semi enterrado período da ditadura de 64, volta às listas de mais vendidos. (Ed. Alameda)

* Especial, a oportunidade de rever o último filme de Glauber Rocha, de 1970, O Leão de Sete Cabeças, na série Redescobertas da plataforma Mubi. (Glauber morreu em 1981 no Rio de Janeiro, aos 42 anos). Filmado no então recém-independente Congo, quando Glauber estava exilado, é um libelo contundente da opressão colonial. O filme foi lançado na França com Jean-Pierre Léaud como protagonista e a resistência está presente em cada cena e em fascinantes elementos visuais da cinematografia do cineasta baiano.

*  Filmes sobre transcendência no Rio de Janeiro, a partir de hoje, 03 de março, até o dia 19, no 10o. Festival Internacional Cinema e Transcendência que chega ao Centro Cultural Banco do Brasil. Trata-se do único festival de cinema no Brasil a investigar a subjetividade dos caminhos da consciência e do auto-desenvolvimento através da arte cinematográfica. Reapresenta documentários que se destacaram no passado e uma seleção de filmes da Mostra Brasil Profundo trazendo um país desconhecido por muitos moradores urbanos: o sertão mitológico, poético, indígena, africano, suas lendas, festejos e cordéis. Hoje, dia 03/03, é a vez de  Orin – Música para os Orixás, de Henrique Duarte.

* Cartilha de Finanças Pessoais – planejamento da vida financeira é o sugestivo título da nova edição do livro do professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa que alerta: ”Educação financeira é uma necessidade para todos”.

* Após o sucesso na estréia, a produção de A Baleia realimentou sua campanha promocional e dobrou o número de cinemas brasileiros que exibem o filme, em cartaz atualmente em quase todo o país. A preocupação com o crescente número de grandes obesos na população é prioridade sanitária atual nos Estados Unidos. Vem daí o sucesso de bilheteria de A Baleia e sua notória candidatura ao Oscar deste ano.

 
* A Universidade de São Paulo, a USP, em parceria com  universidades brasileiras e estrangeiras, inclusive universidades palestinas, e com o apoio da Editora Tabla, está organizando o curso Brasil e Palestina: fontes de identificação (Brazil and Palestine: sources of identification).

* Durante quatro meses o curso reunirá analistas que estudam aspectos chaves da história e da atual conjuntura palestina, e das relações entre a Palestina e o Brasil, pensadas a partir da sociedade e de questões sociais. Aulas
 ministradas juntamente com professores de universidades palestinas, com início dia 09/03, às quintas-feiras em formato online. Inscrições abertas até o próximo dia 8.

* Nós, sobreviventes do ódio, da jornalista Cristina Serra com apresentação de Janio de Freitas e texto da contracapa de Juca Kfoury, é uma reflexão sobre os anos mais tenebrosos do Brasil contemporâneo. O livro está sendo lançado este mês e reúne 224 crônicas publicadas entre 2020 e o começo de 2023, período do neofascismo na presidência da República, do ultraliberalismo de Paulo Guedes e da pandemia do coronavírus. (Ed. Máquina de Livros).

* Um volume que retorna às principais prateleiras das livrarias é O segredo da flor de ouro, (Ed. Vozes) de Carl G. Jung, onde ele compara a filosofia taoísta com os fundamentos da sua Psicologia Analítica – conceitos de anima e animus, movimento circular, mandala e desintegração da consciência.

(L.M.A.R.) As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

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