Programas – de 2 a 10 de maio
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*”Não insulte a inteligência do povo americano tentando distrair-nos das políticas imorais e ilegais do seu governo extremista e racista. Não é anti-semita responsabilizá-lo pelas suas ações”, respondeu o senador Bernie Sanders a Benjamin Netanyahu depois da alegação do primeiro-ministro de Israel de uma invasão do anti-semitismo numa escala comparável à ascensão do nazismo na Alemanha nas universidades dos EUA.
*O senador de Vermont, de origem judia, acusou Netanyahu de “insultar a inteligência do povo americano” ao usar o anti-semitismo para desviar a atenção das políticas do seu governo na ofensiva militar em Gaza. “Não, sr. Netanyahu, não é ser anti-semita ou pró-Hamas apontar que, em pouco mais de seis meses, o seu governo extremista matou mais de 34 mil palestinos e feriu mais de 78 mil, 70% dos quais são mulheres e crianças”.
*Lembrar para não esquecer: o administrador do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Achim Steiner, declarou esta semana: “A reconstrução de casas na Faixa de Gaza pode se arrastar até quase o próximo século se o ritmo dos bombardeios israelenses continuar. Segundo a agência Reuters, quase sete meses de bombardeios israelenses causaram bilhões de dólares em danos. Muitos dos prédios altos de concreto da região estão reduzidos a ruínas. É uma “paisagem lunar de destruição”, diz Steiner. Gaza precisa de “aproximadamente 80 anos para restaurar todas as suas unidades habitacionais”.
* Em um cenário de guerra de nove meses, a pobreza deve aumentar de 38,8% da população de Gaza, no final de 2023, para 60,7%, arrastando grande parte da classe média para abaixo da linha da pobreza, segundo o relatório do PNUD.
*Sugestão de leitura: Clarice na Memória dos Outros, volume recém lançado e organizado por Nádia Battella Gotlib. São depoimentos de 65 colaboradores com o objetivo de construir o perfil da escritora, impressões de filho, primos, sobrinha-neta, concunhada, amigos, colegas e conhecidos, resultado do trabalho da professora da USP que durante quatro décadas pesquisou a obra de Clarice (Editora Autêntica).
*O excelente diretor Paul Schrader, depois de anos de silêncio, realizou o filme Jardim dos Desejos, que deve chegar aos cinemas brasileiros dia 6 de junho próximo. Schrader é um dos realizadores americanos que personificam a chamada “nova Hollywood” a partir dos clássicos Gigolô Americano, A Marca da Pantera e Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos. A estreia no Brasil será pouco tempo depois de o cineasta mostrar, agora em maio, em Cannes, o seu mais recente trabalho, competindo pela Palma de Ouro. Título, Oh, Canadá. Com Richard Gere, o filme também deve estrear no Brasil em 2024. O filme é baseado no livro Foregone, de Russel Banks, amigo pessoal de Schrader, que faleceu em 2023. A história acompanha os últimos dias de vida do documentarista Leonard Fife (Gere), aclamado diretor americano que se muda para o Canadá durante a Guerra do Vietnã para evitar o serviço militar. O personagem está morrendo, mas antes quer entregar todos os segredos que guarda em uma última entrevista.
*Dirigido e protagonizado por Helena Ignez, o filme A Alegria é a Prova dos Nove estreia este mês nas telonas marcando os 85 anos de idade da atriz baiana. O filme já esteve em festivais de Munique e de Portugal, e recebeu o prêmio do júri no Festival Internacional Femina. Nele, Helena interpreta uma roqueira octogenária, e ao seu lado, Ney Matogrosso faz um defensor dos direitos humanos, seu amigo e amante de longa data.
*Foi apresentado nesta sexta-feira, 2 de maio, em sessão especial, o filme Nascer do Sol da Aurora, de Inna Sahakyan, a história real de um sobrevivente do genocídio armênio iniciado em 24 de abril de 1915 pelo império Turco-Otomano. No Institut Français Saint-Louis, no Largo Toniolo, em Roma, sessão organizada pela Embaixada da República da Armênia na Itália.
*No próximo dia 8, mais uma noite do lançamento de Por trás das Chamas – Mortos e Desaparecidos Políticos – 60 anos do golpe de 1964. É um livro de intervenção. Autores: Nilmário Miranda, Carlos Tibúrcio e Pedro Tierra (Hamilton Pereira). Lançamento em Brasília, no Espaço Cultural do Liberty Mall, às 19h30. Uma leitura necessária (Editora Expressão Popular).
*Consternação no universo literário internacional, o falecimento do escritor Paul Auster, no último dia 30. Ícone e um dos ídolos da geração dos anos 60/70, Auster nasceu em Nova Jersey, e sempre viveu e morou no Brooklyn, em Nova Iorque, onde morreu. Tornou esse bairro uma lenda, e cenário de um romance seu, The Brooklyn Follies, publicado em 2006. Sua obra sempre foi editada no Brasil pela Companhia das Letras, que anuncia para este ano o lançamento do 18º romance do escritor, Baumgartner, com tradução de Jorio Dauster. Segundo a Editora, “uma história sobre amor, memória e luto”. Os títulos Trilogia de Nova Iorque e 4321 estão no catálogo da Editora.
*Sobre a passagem de Marx ao comunismo, do filósofo pela Unicamp, Rafael Padial, é o título de livro no qual o autor examina o pensamento de Marx e o seu percurso ao entrar em contato com a classe operária, “o que contribui para se distanciar ainda mais de suas posições liberais, democráticas e aquelas do chamado socialismo verdadeiro“, como destaca a apresentação da Editora Alameda.
*Já As origens do fascismo – O fascismo italiano sob um olhar latino-americano, de José Carlos Mariátegui, é trabalho organizado pelo historiador Luiz Bernardo Pericás, autor de Che Guevara e a luta revolucionária na Bolívia e de Um andarilho das Américas. Na sua apresentação, “o revolucionário peruano mostra em seus artigos, reunidos neste livro, que o Estado italiano surgido do Risorgimento era politicamente fraco, conservador e burocratizado, e mantinha quase que inalteradas as relações e os compromissos entre a burguesia e os setores latifundiários. Nessa série de ensaios vê-se o fascismo crescer e se tornar a maior força política da Itália. Leitura para se entender uma das maiores ditaduras do nosso tempo” (Também da Editora Alameda).
*Veloz como o vento, do jornalista e escritor italiano Leonardo Guzzo, lembra os 30 anos da morte de Ayrton Senna. Narra sua vida e suas relações com amigos, parentes, seus amores, adversários e com as corridas (Maquinaria Sankto Editora).
*Inaugurada a exposição Eu, Ayrton Senna da Silva – 30 Anos no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. Aberta até o dia 23 de junho, essa mostra ‘imersiva’, high-tech, em 3D, e montada com Inteligência Artificial, promete “um show de tecnologia e nostalgia”.
*Já a cidade de São Paulo aguarda outra exposição ‘imersiva’: Harry Potter: The Exhibition. A partir de 23 deste mês, irá até 22 de agosto.
*Expectativa também para junho, em idioma espanhol, o lançamento da primeira edição sobre a vida revolucionária de Frantz Fanton, de autoria do crítico literário da London Review of Books Adam Shatz. La clínica rebelde é o seu título. Da Editora Debate.
*Sugestão de leitura sobre Frantz Fanon em português: Frantz Fanon: um retrato, de Alice Cherki, conta a história do psiquiatra nascido na Martinica, um autor fundamental para entendermos a psicodinâmica do colonialismo, da violência e do racismo, temas fundamentais do nosso tempo. A tradução é de Rainer Patriota e o prefácio é de Priscilla Santos. Da Editora Perspectiva.
*Em estantes destacadas de livrarias cariocas, o primeiro livro não acadêmico da professora de Berkley, Judith Butler, Quem tem medo do gênero? no qual ela analisa como o “gênero” se tornou central em discursos conservadores e reacionários. “Um fantasma com o objetivo de criar pânico moral e angariar apoio popular a projetos políticos fascistas, autoritários e excludentes”,ela observa. A pesquisa fala sobre o conservadorismo no Brasil, crescente nos últimos anos. Lembrando que em 2017 Butler foi violentamente hostilizada por manifestantes antigênero em um aeroporto paulista quando de sua visita ao Brasil (Editora Boitempo).
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Jornalista.