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Programas – de 2 a 9 de agosto

Programas – de 2 a 9 de agosto

*Grande, ruidosa e justificada a repercussão internacional da morte do líder político do grupo Hamas, Ismail Abdel Salam Haniya, 62 anos. Foi atingido por uma bomba plantada na residência onde se encontrava hospedado, no norte de Teerã, convidado para participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano Masoud Pezeshkian. Preso várias vezes em Israel, Haniya nasceu em um campo de refugiados, onde viveu com a família expulsa das suas terras, na Palestina, durante a Primeira Intifada, em 1987/1993. Três filhos e quatro netos de Haniya morreram em recentes bombardeios do estado de Israel sobre a Faixa de Gaza.

*“Não adianta. Nos momentos decisivos, entre fazer jornalismo ou fazer política, a mídia não vacila: e vê-se novamente o estupro do jornalismo pela política”, escreve o jornalista Luis Nassif a propósito da despropositada cobertura da mídia nacional sobre o processo de eleições na Venezuela.

*Este lembrete está em uma página do Wikileaks: “O principal instituto de pesquisas utilizado no relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA), para deslegitimar os resultados eleitorais, é o grupo Edison Research, que segundo diferentes fontes mantém ligação com a CIA, atuou na Ucrânia, Geórgia e Iraque e defende interesses dos EUA ao redor do mundo. A oposição de direita venezuelana e os meios de comunicação estadunidenses alegam que houve fraude na eleição de 28 de julho com base em uma pesquisa de boca de urna feita por essa empresa”.

*Virginia Woolf, a vaidade e o anonimato. São dois temas da escritora em seu livro Anon, publicado pouco antes de sua morte, em 1941. Nos dias de hoje são assuntos em foco, em um mundo obcecado pela vaidade, narcisismo e pela necessidade de visibilidade e exposição. O livro é relembrado no catálogo da sua editora, é organizado e traduzido por Tomaz Tadeu e se completa com o texto O leitor, esboçado junto com o primeiro. “Num mundo e numa época em que reinam a necessidade de visibilidade e exposição, essas reflexões ainda têm sua importância”, anota a sua apresentação (Editora Autêntica).

*Programa que vem do Peru enquanto ainda não temos a tradução do trabalho do reconhecido acadêmico e professor da Universidade Católica de Lima, Farid Kahhat, que acaba de lançar o livro Contra a ameaça fantasma – A direita radical latinoamericana e a reinvenção de um inimigo comum. É um exame minucioso da direita radical da América Latina, e na sua apresentação observa: “A mesma direita foi capaz de eleger alguém como Milei, na Argentina” (Editora Critica).

*O programa é resistir: mesmo após a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, o 17º Festival Santa Maria Vídeo e Cinema, tradicional evento da cidade de Santa Maria, anuncia que este ano o evento Diálogo será nos dias 16 e 17 de novembro. As inscrições de filmes, curtas, longas e vídeos realizados em todas as partes do Brasil e, em outra categoria, aqueles produzidos na região, estão abertas até 15 de agosto. O site é smvc.com.br.

*Atenção para esse cartaz cinematográfico que está chegando, dia 29 de agosto. , o novo longa-metragem do diretor mineiro Rafael Conde, é uma adaptação da história verídica de José Carlos Novais da Mata Machado, jovem líder do movimento estudantil que lutou contra a ditadura civil-militar no Brasil. Perseguido pelo regime, José Carlos precisou entrar na clandestinidade e abriu mão de uma vida confortável para se dedicar à alfabetização e à conscientização política dos mais pobres no Nordeste.

*O ponto de partida do filme de Conde é o livro , de Samarone Lima, escritor cearense que investigou a vida do militante em arquivos da repressão e em entrevistas com militantes, familiares e amigos do rapaz que participou da Ação Popular Marxista-Leninista, a APML. José Carlos foi assassinado em outubro de 1973. Tinha 27 anos.

*O jornalista Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, está lançando, no próximo dia 16, a partir das 18h, na Livraria Travessa do Leblon, Rio de Janeiro, os seus livros Memórias quase tardias e Napoleão nu no playground e outras histórias hilárias. O primeiro é o relato da trajetória de um garoto nascido em Mococa, interior de São Paulo, que se tornou jornalista, trabalhou nos principais órgãos de imprensa, assessorou políticos e foi presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre 2019 e 2022. O prefácio é do publicitário Lula Vieira e a contracapa é do jornalista e escritor Cid Benjamin, ex-vice-presidente da ABI. O prefácio de Napoleão nu no playground e outras histórias hilárias é do jornalista Paulo Totti.

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*Até setembro desse ano, o jornal Público, de Lisboa, direção de David Pontes, estará na rua com um projeto de informação acessível em celular e dirigido em especial à comunidade imigrante do Brasil que vive em Portugal. O coordenador é o jornalista Vicente Nunes, ex-correspondente do Correio Braziliense na capital portuguesa.

*Quem é ligado em quadrinhos conhece a trajetória do engenheiro francês Fabien Toulmé que morou no Brasil durante dez anos. Em 2014, de volta a Paris, ele fez sua estreia em graphic novels com Não era você que eu esperava e, desde então, escreveu oito histórias e com sucesso. Agora, no volume recém-publicado, Inesquecíveis, com tradução de Fernando Scheibe e Bruno Ferreira, Fabien faz um retrato realista da condição humana com personagens que atravessam a Europa, a América Latina e a África: uma criança engolida por um culto, um resgate em Ruanda, uma relação amorosa complicada e o destino de um jovem de Dunkerque perante a Justiça (Editora Nemo, do grupo Autêntica).

*Sugestão de leitura particularmente atual: *Caminhos Divergentes*, da conhecida autora estadunidense Judith Butler, filósofa e pesquisadora da teoria queer, do movimento feminista e da ética na política. Nesse trabalho, Butler analisa a coexistência entre judeus e árabes, e propõe um modelo pós-nacional inspirado em alguns pensadores como Hannah Arendt e Edward Said. A partir daí, a autora articula uma nova ética política, que deve transcender a judaicidade exclusiva e promover ideais de convivência democrática radical (Editora Boitempo).

*Uma outra autora que se encontra no recente catálogo da Boitempo e em destaque é a filósofa, ativista feminista, escritora e professora italiana Silvia Federici. Seu livro, O Patriarcado do Salário (de 2023), traz uma série de artigos sobre a relação do marxismo e do feminismo do ponto de vista da reprodução social. Retoma também discussões presentes nas obras de Karl Marx e Friedrich Engels e aponta como a exploração do trabalho doméstico e o de cuidados, exercidos pelas mulheres sem remuneração, teve e continua tendo papel central na consolidação e na sustentação do sistema capitalista.

*O festejado ator Koji Yakusho de Dias Perfeitos, recente filme de Wim Wenders que se passa em Tóquio, é protagonista do drama Família que está para entrar no circuito de cinemas a partir do dia 15 deste mês. O assunto é a imigração de brasileiros para o Japão e mostra como laços de afeto podem unir as pessoas e formar ‘famílias’ improváveis. Yakusho recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Cannes deste ano.

*História do socialismo democrático brasileiro: o Rio de Janeiro como centro produtor e difusor é o título do livro do professor da Universidade Mackenzie F. Alexandre Hecker, lançado este ano. Prefácio do professor da UFF, Jorge Ferreira: “Pode provocar desconforto em algum leitor a maneira severa como lida com os comunistas do PCB. Em certos momentos, o autor parece mesmo assumir o ponto de vista dos próprios socialistas. Isto, porém, não retira o brilho e a importância do livro ou eclipsa o talento e a experiência do historiador. Com o livro, ganham os leitores interessados na história política republicana brasileira, como também a historiografia sobre os partidos políticos se enriquece ainda mais” (Editora AnnaBlume).

*Nas estantes de frente das livrarias cariocas: o oitavo livro de autoria de Chico Buarque, Bambino a Roma, memória e impressões da infância do compositor, entre as suas lembranças e a sua imaginação. A relação com pai, a mãe e os irmãos, e um zigue-zague pela capital italiana na sua bicicleta de garoto (Editora Cia. das Letras).

*A Editora Ubu fechou parceria com a plataforma Filmicca. A Ubu publica trabalhos nas áreas de antropologia, filosofia, psicanálise, literatura clássica, design e artes visuais, e atua na formação de fundo de catálogo universitário, participação ativa no debate de temas contemporâneos e na produção de edições de obras clássicas como Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon, Um feminismo decolonial, de Françoise Vergès, Kubrick, de Michel Ciment, Coração  das trevas, de Joseph Conrad, O Que é Cinema?, de André Bazin.

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