Programas 10 a 17 de março

* A Mulher continua  em foco durante  todo este mês. Diante do lamentável cenário apontando 699 mulheres vítimas de feminicídio no primeiro semestre do ano passado (dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública) ou seja, uma média de quatro mulheres vitimadas por dia, abaixo, sugestões de leituras importantes sobre o tema que trata do machismo na nossa sociedade e da violência decorrente abaixo:

* Eu disse não, de  Daniela Schanen, criadora do projeto de mesmo nome; Dicionário Feminino da Infâmia,  de Elizabeth Fleury-Teixeira, responsável pela pesquisa em que discute a formação e os valores de homens punidos pela Lei Maria da Penha e Do que estamos falando quando falamos de estupro, de Sohaila Abdulali. (Editoras Fiocruz, Vestígio e Autêntica)

* Comparado a 2019 o aumento da violência contra as mulheres no Brasil, cresceu mais de 10% durante um semestre do ano passado diante do descaso criminoso do então governo federal e dos seus ministérios competentes, quando foram irrisórios os valores destinados ao assunto.

* O grande programa musical até junho próximo continua sendo a temporada de shows de Chico Buarque e Monica Salmaso, Que tal um Samba? nesse fim de verão. Em São Paulo, no Tokio Marine Hall, hoje e amanhã, depois dias 23/25/26/30 e mais duas apresentações extra em começo de abril. Prosseguindo: em Belo Horizonte, 31 de março no Minas Tênis Clube e em Salvador, dia 28 de abril, na Concha Acústica, se estendendo até 30 de abril.

* Essa mega e extraordinária temporada de Chico vai terminar em Portugal, no Porto, em maio, e em Lisboa em junho. Um tour de force iniciado ano passado, em outubro, na Paraíba, João Pessoa.

* Celebrando Que tal um Samba?, um trecho do belo texto do jornalista Luis Nassif que vem sendo reproduzido em vários sites: ”Foi o maior show de Chico Buarque que assisti, com a participação majestosa de Mônica Salmaso. Foi um reencontro amoroso com o Brasil, através da seleção de composições de várias fases de Chico, cada qual impregnando a história de um público sedento de Brasil, que lotou o teatro”.

* ”Eram milhares de pessoas”, anota ainda Nassif, ”órfãs não propriamente de Chico, mas de Brasil, que reagiam entusiasticamente a cada música, como para espantar os demônios que já apossaram do país conspurcando o verde e amarelo com suas caras de zumbis abobados, saindo dos porões do inferno”.

* Outro programa desta semana que eletriza multidões é a cerimônia dos premiados com o Oscar, no próximo domingo, dia 12. Uma maratona de filmes oscarizados no passado está no ar até domingo, dia 12, na plataforma TNT. Rumo ao Oscar vai ao ar  diariamente às 00.30. A cerimônia irá ao ar, ao vivo, domingo, dia 12, a partir das 20 horas no TNT e na Globoplay.

*Baleia, Os Fabelmans, RRR, Tudo ao mesmo tempo agora, Triângulo da Tristeza e, com certeza, Argentina 1985 e o catalão Alcarrás são favoritos que podem levar alguma estatueta. Estão na Prime Video.

* Alcarrás é o celebrado filme de Carla Simón, vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim de 2022, um retrato da
vida agrícola contado de várias perspectivas e trazendo o choque familiar entre tradição e modernidade.

* O mês de março é feminino e História das Mulheres do Norte e Nordeste Brasileiro é o título da coletânea organizada pelo professor da Universidade Federal do Amazonas, Antônio Emilio Morga. O volume apresenta mulheres de etnias e vidas diversas: umas, abastadas e letradas, outras miseráveis e cativas. O que dá unidade à coletânea, além da temática, é o espaço geográfico vivido pelas protagonistas, o norte e o nordeste, áreas quase sempre deixadas à margem pela historiografia de gênero no Brasil. (Ed. Alameda).

* Aproveitando a estréia do novo e elogiado filme de Adirley Queirós, Mato seco em chamas, com co-direção da portuguesa Joana Pimenta, o Instituto Moreira Salles/ Rio e São Paulo apresentam, até o dia 26 deste mês, a mostra Ceilândia mon amour ou Brasília Y love you demais: os filmes de Adirley Queirós. É uma retrospectiva dos trabalhos do cineasta, com filmes longas, médias e curtas além de uma série feita para a televisão.

* Nascido no interior de Goiás, o cineasta mudou-se para Ceilândia, periferia de Brasília, e é nessa cidade-satélite, a mais populosa do Distrito Federal, que se encontram os seus ”viajantes do tempo, jogadores de futebol, guerreiras urbanas, grandes nomes do rap e patrulheiros intergalácticos”, como  realça o texto de apresentação da mostra.

* Beleza de programa: o Museu de Arte Negra, dentro do grande parque do  Inhotim, em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, e que vale ser visitado,  inaugura, na sua Galeria Mata a mostra Terceiro Ato: Sortilégio, apresentando  a trajetória de Abdias Nascimento como artista visual no exterior. Curadoria  com o Ipeafro, reúne mais de 180 obras entre documentos, livros, trabalhos de Abdias e de outros artistas. Terceiro Ato: Sortilégio é também o título da primeira peça teatral escrita por Abdias, a marca do período de exílio do artista, entre 1968 e 1981.

* Em vitrinas de livrarias do Leblon, A morte é um negócio solitário relembra Ray Bradbury, ícone da literatura de ficção científica dos anos 60. O autor de Fahrenheit 451 vasculha, com  tons de nostalgia, os vãos e desvãos das personalidades dos seus personagens desse livro.

* O cineasta Jorge Durán, autor do roteiro de Pixote, a Lei do Mais Fraco, participa de uma série de conversas, Na Fronteira da Imagem, com cineastas latino-americanos da geração com 30/ 45 anos. No Canal Brasil, terças-feiras, às 21h30. A série completa dessas conversas está  na Globoplay.

* Alguns críticos de cinema chamam a atenção para os poucos filmes brasileiros programados pelas plataformas digitais. ”O Brasil é um estranho no streaming”, alerta a  jornalista, pesquisadora e crítica de filmes Maria do Rosário Caetano.  

“Como assistir todos os filmes de Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Rogério Sganzerla, Júlio Bressane”? ela pergunta. E lembra que no México, na Argentina e Rússia há uma boa oferta de filmes nacionais em plataformas mantidas por organismos estatais.

* No ar, nas plataformas Vivo, Microsoft, Youtube, Google, Itunes e Amazon + Claro TV +, o filme Regra 34, Leopardo de Ouro de 2022 no Festival de Locarno da Suíça, Melhor Direção de Ficção na Première Brasil, no Festival do Rio e Prêmio Especial do Júri na 43a edição do Festival do Novo Cinema Latino-Americano de Havana.  É a história de Simone (atriz Sol Miranda), jovem negra recém aprovada na Defensoria pública que pagou os estudos fazendo performance on-line de sexo como camgirl (as jovens que trabalham profissionalmente defronte de uma câmera se mostrando de modo sensual/sexual).

(L.M.A.R.) As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras.

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