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Ação de golpistas, Haddad em Davos e corte de imposto na mira da mídia internacional

Ação de golpistas, Haddad em Davos e corte de imposto na mira da mídia internacional

“Financial Times” questiona se Lula pode voltar a unir a democracia brasileira.

A ação de golpistas em Brasília no domingo, 8 de janeiro, provocando destruição nas sedes dos Três Poderes se mantém na mídia internacional. Reportagens sobre a economia brasileira também estiveram no foco, como a presença do Brasil em Davos, Suíça (Fernando Haddad e Marina Silva) e declaração sobre impostos dada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

O Financial Times abordou no sábado (14/1) a questão da democracia brasileira em meio aos distúrbios recentes. “Lula pode voltar a unir a democracia brasileira? Muitas das instituições do país, desde as militares até a Suprema Corte, estão cedendo sob acusações de lealdades divididas.” https://www.ft.com/content/a6143da4-50ae-4a69-ba29-190a8bfa37c1

Reportagem do Washington Post explora informação contundente. O Exército não teria permitido que a polícia prendesse golpistas que estavam acampados em frente ao quartel-general de Brasília após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. O jornal apurou que o comandante do Exército impediu a retirada dos apoiadores de Bolsonaro no domingo após a depredação em Brasília.

“Durante semanas, eles haviam convocado os militares para encenar um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Mas quando altos funcionários da administração Lula chegaram ao quartel general do Exército domingo à noite com o objetivo de garantir a detenção de insurrecionistas, eles foram confrontados com tanques e três linhas de pessoal militar. ‘Você não vai prender pessoas aqui’, disse o comandante sênior do exército brasileiro, general Júlio César de Arruda, ao novo ministro da Justiça, Flávio Dino, de acordo com dois oficiais que estavam presentes”, diz o Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/world/2023/01/14/brazil-riot-investigation-military-collusion/

“Não acabou ainda”, é o título do mais novo editorial do The Guardian sobre o ataque bolsonarista a Brasília.  “O choque com a invasão das instituições democráticas do Brasil por partidários violentos do ex-presidente Jair Bolsonaro, aparentemente buscando derrubar seu sucessor eleito, não passou. Está, no mínimo, se aprofundando com o passar dos dias”. Questiona até que ponto os vândalos foram incentivados. “Quem colocou ônibus para as multidões se deslocarem para a capital? Como os bolsonaristas conseguiram acampar em terras do exército ao redor da capital durante semanas? Dados os avisos de inteligência, por que os prédios não estavam melhor protegidos? O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, chefe da segurança de Brasília na época dos ataques, foi preso em conexão com os eventos. O Supremo Tribunal deve investigar o papel do próprio Bolsonaro em seu inquérito.”   

https://www.theguardian.com/commentisfree/2023/jan/15/the-guardian-view-on-brazil-and-the-bolsonaristas-its-not-over-yet

O argentino Clarín repercutiu pesquisa do Datafolha e diz que Lula saiu fortalecido e Bolsonaro na pior. Segundo levantamento feito pelo instituto, 93% dos brasileiros repudiam os ataques e 55% consideram que Bolsonaro teve algum grau de responsabilidade por eles.

Reportagem longa da agência Reuters destaca o sistema de pagamentos Pix, que será rastreado pelos órgãos policiais para chegar aos financiadores dos atos golpistas realizados em Brasília. “Um sistema de pagamentos administrado pelo governo extremamente bem-sucedido, o Pix, se tornou um pilar financeiro fundamental sustentando o movimento de negação das eleições por Bolsonaro… A mesma ferramenta (Pix) que ajudou a forjar o movimento insurgente será usada pelos investigadores para derrubá-lo”, disseram à Reuters cerca de uma dúzia de policiais e autoridades financeiras.  

https://www.reuters.com/world/americas/brazils-crowdfunded-insurrection-leaves-paper-trail-police-2023-01-16/

A Associated Press (AP) investiu em uma reportagem diferenciada. Foi à frente da casa onde Jair Bolsonaro está hospedado, em Orlando, na Flórida, e informa que “algumas dezenas de fãs receberam autógrafos de Jair Bolsonaro, mas o controverso ex-presidente brasileiro não surgiu para cumprimentá-los… O populista de direita tem permanecido calmamente com um apoiador em um subúrbio de Orlando desde que deixou o Brasil no final de dezembro antes da posse de seu sucessor de esquerda”. Os apoiadores entregaram peças de roupas para um segurança que as levou para Bolsonaro autografar e trouxe de volta.  

Veja Também:  Após reunião com Lula, Silvio Almeida é demitido do governo

https://apnews.com/article/jair-bolsonaro-politics-brazil-government-united-states-florida-state-eb69e62d845b5572a2d2ff7a2bb81ba3

Reuters, Associated Press (AP) e “New York Times” registraram na sexta-feira (13/01) e no sábado (14/01) a decisão do Supremo Tribunal Federal de investigar o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos golpistas em Brasília. “A Suprema Corte brasileira concordou em investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro incitou a multidão de extrema-direita que saqueou o Congresso, o tribunal superior e os escritórios presidenciais do país, uma rápida escalada na onda que mostra que o ex-líder poderia enfrentar conseqüências legais para um movimento extremista que ele ajudou a construir”, publicou a AP.  

https://www.nytimes.com/2023/01/13/world/americas/brazil-bolsonaro-riot-investigation.html

Na BBC, além das invasões: três dores de cabeça do início do governo Lula. “Os primeiros dias do governo foram agitados, com declarações conflitantes entre ministros, dilemas na área econômica, desafios na negociação de cargos com partidos e, até mesmo, com uma ministra – Daniela Coelho, do Turismo – desgastada por suposto elo com milicianos.”  E na Al Jazzera, texto sobre aumento da segurança em Brasília, enquanto as investigações dos atos se desenrolam.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comparece ao tradicional Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, evento que reúne líderes de países, empresários e economistas. No início nesta segunda-feira (16/01), o Brasil foi representado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva. No texto da Reuters, “a delegação brasileira chega ao Fórum Econômico Mundial com o compromisso de defender a democracia e a sustentabilidade tanto de suas contas públicas quanto do meio ambiente”, segundo Haddad. Para o ministro, as instituições brasileiras “deram uma resposta muito imediata” depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram edifícios governamentais em Brasília no dia 8 de janeiro. “O Brasil está comprometido com o resultado eleitoral, com as regras democráticas, as liberdades individuais, respeitando as garantias constitucionais”, disse Marina Silva. Segundo Haddad, o modelo econômico defendido pelo novo governo visa impulsionar o crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental, assim como a justiça social. 

https://www.reuters.com/world/americas/davos-2023-brazil-reinforce-fiscal-democratic-environmental-commitments-says-2023-01-16/

Música para os ouvidos dos empresários da indústria. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que o governo pretende acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O anúncio foi registrado pela Reuters, que completou: “Alckmin reiterou que o governo agora insistirá na reforma tributária na maior economia da América Latina, acrescentando que ela é ´essencial para a indústria´”.

Em uma ampla reportagem, The Guardian traz o drama da doença de Chagas em diversos países, entre eles o Brasil. A doença, diz o texto, transmitida por um parasita, é classificada como “negligenciada”, mas causa 12.000 mortes por ano, a maioria delas na América Latina. “O mundo pode realmente erradicá-la até 2030?”, questiona. Estima-se que até 7 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com a doença.

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