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Brasil articula com Colômbia e México solução negociada para Venezuela

Brasil articula com Colômbia e México solução negociada para Venezuela

O Focus21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

O Brasil, especificamente a posição do presidente Lula, continua no foco de reportagens da mídia externa sobre a eleição da Venezuela ocorrida em 28 de julho, cujo órgão eleitoral aponta vitória do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato. Há expectativa de uma articulação Brasil, Colômbia e México para solução negociada da crise entre Maduro e a oposição, que advoga vitória.

A diplomacia brasileira articula com os governos de outros dois países da América Latina, Colômbia e México, um telefonema comum entre os respetivos presidentes com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para tentar uma solução negociada e pacífica para a gravíssima crise política e social que resultou das tumultuadas eleições presidenciais venezuelanas do passado dia 28 de julho. Tanto Maduro, candidato à reeleição, quanto o candidato oposicionista, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, declararam vitória, e protestos populares contra uma alegada fraude eleitoral para manter o atual governo já resultaram em 24 pessoas mortas e 2200 detidas. Foi o próprio Maduro, cuja suposta reeleição é contestada internacionalmente, quem pediu no final da semana passada para falar ao telefone com o presidente Lula sobre a crise. Mas Lula, aliado e amigo de Maduro mas fortemente pressionado pelas desconfianças da maioria dos governos da região em relação às presidenciais venezuelanas, preferiu alargar a conversa a outros dois países moderados que, tal como o Brasil, não endossaram as denúncias da oposição venezuelana de que as eleições foram fraudadas para manter o ditador no poder por um terceiro mandato, mas também não reconheceram a reeleição apregoada por ele.

Os três países têm pressionado, até agora em vão, para que o CNE, Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado por Maduro, divulgue as atas das secções eleitorais em que o órgão se fundamentou para confirmar a reeleição do presidente. Até agora essas atas não apareceram, o que tem levantado suspeitas de que não possam ser divulgadas por revelarem a derrota de Maduro, ou que o governo do ditador venezuelano, supostamente apanhado de surpresa pela vitória do candidato da oposição, esteja a tentar ganhar tempo para fabricar atas favoráveis ao atual presidente.

Depois de reconhecer Edmundo González Urrutia como o vencedor das eleições na Venezuela, o governo dos EUA garantiu que apoiará a mediação liderada pela Colômbia, Brasil e México para resolver a crise política no país após as eleições que proclamaram Nicolás Maduro como presidente reeleito, em meio a fortes alegações de fraude. (Correio da Manhã, português / Associated Press/ Sinembargo / Ámbito)

Dez dias após a eleição presidencial na Venezuela, as tensões ainda não diminuíram. Há relatos de que quase trinta pessoas foram mortas nos protestos, enquanto a oposição continua a reivindicar a vitória. Liderada pela conservadora Maria Corina Machado e pelo candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia, a direita está acusando o governo de fraude e o presidente Nicolas Maduro de não ter sido reeleito, sem apresentar nenhuma prova. Convocado na quarta-feira para comparecer ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) para uma audiência sobre a eleição, Edmundo Gonzalez Urrutia se recusou a comparecer. O ex-embaixador explicou: “Eu estaria colocando em risco não apenas a minha liberdade, mas também, e mais importante, a vontade do povo venezuelano, expressa em 28 de julho.” Desde 28 de julho, estima-se que cerca de trinta pessoas tenham sido mortas. A polarização continua a crescer. Uma solução pacífica poderia vir da mediação do Brasil, da Colômbia e do México. (L´Humanité)

O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou na quarta-feira que não reconhece a “autoproclamada” vitória do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, nas eleições disputadíssimas do país no final do mês passado. A rejeição da alegação de Maduro de que ele venceu a eleição de 28 de julho pelo centro-esquerdista Boric ecoa posições semelhantes adotadas por seus colegas em toda a América Latina, inclusive na Guatemala, Argentina e Peru. Outros governos, incluindo os pesos pesados da região, Brasil e México, optaram por pressionar o governo de Maduro a divulgar a contagem completa dos votos, mas até agora não o fizeram. “Não tenho dúvidas de que o governo de Maduro tentou cometer fraude nas eleições da Venezuela”, disse Boric aos repórteres, acrescentando que o governo teria divulgado resultados eleitorais detalhados se sua vitória fosse clara. (Reuters)

O governo de Javier Milei reconheceu oficialmente Edmundo González como o vencedor das eleições de 28 de julho na Venezuela. Após o tweet embaraçoso de Diana Mondino contra o comunicado formal do Ministério das Relações Exteriores, o Ministério das Relações Exteriores confirmou formalmente a posição do governo.  O comunicado diz: “A República Argentina, como já havia adiantado no comunicado oficial emitido em 2 de agosto, conclui inequivocamente que o vencedor incontestável da eleição presidencial realizada na Venezuela em 28 de julho é Edmundo González Urrutia”. A linha da Argentina coincide com a dos Estados Unidos, que reconhecem a vitória de González Urrutia, mas não como presidente eleito. No caso do Departamento de Estado, eles enfatizam que apoiam o papel de mediação do Brasil para alcançar uma solução negociada para a crise. A esse respeito Lula está organizando uma ligação telefônica com Maduro para chegar a um acordo sobre os termos de uma viagem do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a Caracas para se reunir com todos os atores políticos da Venezuela. (La Política Online / La Nación)

Veja Também:  Lula convoca reunião para debater novas medidas contra incêndios; no sábado, viaja a NY e participa da assembleia da ONU

MEIO AMBIENTE

O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou em julho, quebrando uma sequência de 15 meses de queda na destruição durante o governo do presidente Lula, segundo dados preliminares do governo, em meio a uma greve de trabalhadores ambientais.

Cerca de 572 km2 de floresta foram desmatados nos primeiros 26 dias de julho, 14% a mais do que os 500 km2 registrados em todo o mês de julho do ano passado, de acordo com dados preliminares do Inpe, órgão governamental de pesquisa espacial, divulgados na sexta-feira. Apesar do aumento, os níveis de desmatamento da Amazônia ainda são muito menores sob Lula do que sob seu antecessor Jair Bolsonaro. (Reuters)

UNIÃO EUROPEIA-MERCOSUL

Os negociadores da União Europeia e da América do Sul se reunirão de 4 a 6 de setembro em Brasília, nas primeiras conversas presenciais desde abril, aumentando as esperanças de que um acordo comercial entre a UE e o Mercosul possa ser concluído este ano, segundo diplomatas.

Em andamento há duas décadas, um acordo foi adiado devido às preocupações europeias sobre as salvaguardas ambientais e às reclamações do bloco comercial do Mercosul de que essas questões são motivadas pelo protecionismo. (Reuters)

BRASIL-CHINA

A China e o Brasil “não devem estar satisfeitos com o status atual da cooperação”, disse o embaixador de Pequim em Brasília ao Post em uma entrevista na segunda-feira, descrevendo a adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) como uma “medida fundamental” para impulsionar as sinergias entre os dois países.

Ao participar de um evento do Conselho Empresarial Brasil-China em São Paulo, dias antes do 50º aniversário dos laços entre os dois países, Zhu Qingqiao fez suas observações em um momento em que Brasília pondera o que poderia ganhar ao aderir ao principal projeto de infraestrutura e comércio de Pequim.  Os comentários de Qingqiao, feitos a líderes empresariais e funcionários do governo, ecoaram os sentimentos compartilhados em julho pelo presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva, cujas palavras marcaram a primeira vez que Brasília discutiu abertamente a possibilidade de aderir ao esquema. (South China Morning Post)

BRASIL-EUA

Em 26 de maio de 2024, completaram-se 200 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, ocorrido a partir do reconhecimento da independência do Brasil pelos Estados Unidos, em 1824, quando o diplomata brasileiro José Silvestre Rebello apresentou suas credenciais ao presidente norte-americano James Monroe. O Brasil foi o primeiro latino-americano a ter um representante nos Estados Unidos.

Até a última década do século XIX as relações entre os dois países não foram constantes, uma vez que o Brasil mantinha ligações mais fortes com a Europa, principalmente com a Grã-Bretanha. Foram os movimentos republicanos no Brasil que utilizaram primeiro a experiência norte-americana como inspiração para aquilo que planejavam fazer aqui. As relações se estreitaram quando os Estados Unidos abriram seu mercado para o café brasileiro e se tornaram seu principal comprador.

De acordo com Monica Hirst (2006), as relações entre os dois países durante boa parte do século XX ocuparam um papel central na política externa brasileira. (Le Monde Diplomatique)

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