Bruno e Dom: PF indicia mandante dos assassinatos

Bruno e Dom: PF indicia mandante dos assassinatos

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

A Polícia Federal acusou formalmente o suposto mandante dos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira na Amazônia, acusando-o de armar e financiar o grupo criminoso responsável pelo crime, além de planejar a ocultação dos corpos das vítimas. Em um comunicado divulgado na manhã desta segunda-feira, a polícia de Manaus anunciou que havia concluído a investigação que levou dois anos sobre os assassinatos do jornalista britânico e do especialista indígena brasileiro ocorrido em junho de 2022. A polícia informou que o relatório final identificou nove pessoas que desempenharam algum papel nos assassinatos que chamaram a atenção para o ataque criminoso na maior floresta tropical do mundo e nas comunidades indígenas que vivem nessa região.

A declaração da PF não menciona o nome do acusado, mas um policial disse à agência Associated Press que se trata de Ruben Dario da Silva Villar e uma segunda fonte com conhecimento direto da acusação confirmou o fato. 

Silva Villar, cujo apelido é Colômbia, está sob custódia após ter sido preso no final de 2022 por um crime diferente. Ele negou envolvimento nos assassinatos.

De acordo com a investigação da PF, da Silva Villar financiou uma operação de pesca ilegal dentro das Terras Indígenas do Vale do Javari, onde vivem milhares de indígenas, incluindo a maior concentração mundial de grupos não contatados.

Os assassinatos foram motivados pelos esforços de Pereira para monitorar e fazer cumprir as leis ambientais na região, segundo a polícia. “A vítima se dedicava à proteção da conservação ambiental e à defesa dos direitos indígenas”, diz o comunicado. Phillips acompanhava Pereira como parte da pesquisa para um livro sobre a Amazônia, que será publicado postumamente.

(Guardian / Independent/ Associated Press)

GARIMPO ILEGAL

As autoridades brasileiras vão retirar garimpeiros ilegais de uma reserva indígena na floresta amazônica que foi atravessada por pistas de pouso informais e contaminada com mercúrio. O território Munduruku abrange cerca de 24.000 km², aproximadamente o tamanho do estado americano de New Hampshire, e abriga 61 aldeias de Munduruku, Apiacas e outros grupos indígenas em uma área conhecida por disputas violentas de terra. A reserva Munduruku tem o segundo maior número de mineração ilegal no Brasil, de acordo com um relatório da agência governamental Censipam, que gerencia operações de proteção da Amazônia. O presidente Lula prometeu combater a mineração ilegal em terras indígenas após um aumento durante o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Garimpeiros ilegais envenenaram rios e provocaram crises de saúde pública em reservas indígenas, que são de responsabilidade do governo federal. (Reuters)

TRUMP/ CHINA / BRASIL

“As tarifas de Trump reordenariam os fluxos comerciais, aumentariam os custos e provocariam retaliações”, diz o título da Reuters. O fazendeiro de Iowa Bob Hemesath teme que a agricultura dos EUA pague caro se Donald Trump vencer a eleição presidencial na terça-feira e cumprir sua promessa de impor uma tarifa de 60% sobre os produtos chineses e pelo menos uma taxa de 10% sobre todas as outras importações. Poderia ser uma repetição muito pior da guerra comercial de 2018-2019 do ex-presidente republicano com a China, que atingiu os produtos agrícolas dos EUA com tarifas retaliatórias e transferiu as compras de Pequim para o Brasil e a Argentina, disse Hemesath, que cultiva milho e soja e cria porcos em 2.800 acres de terra no nordeste de Iowa. As preocupações de Hemesath aparecem em um estudo recente da Associação Nacional de Produtores de Milho e da Associação Americana de Soja, que previu que uma nova guerra comercial com a China poderia provocar perdas mais profundas nas exportações de safras dos EUA, pressionar para baixo os preços internos já deprimidos e consolidar uma mudança das importações da China para o Brasil e a Argentina.

ESQUERDA AL

O site Rebelión traz análise sobre a esquerda na América Latina de Marcelo Colussi, escritor e cientista político argentino que mora na Guatemala. Ele termina seu longo artigo com o texto: “Nós, da esquerda (vamos dizer na primeira pessoa do plural, pois, caso contrário, pareceria que aqueles que colocam na terceira pessoa estão sendo altivamente deixados de fora da autocrítica), NÃO ENCONTRAMOS as maneiras de continuar a luta por enquanto. Isso não significa que a luta tenha terminado. Estamos, de qualquer forma, em um período de resistência e reformulação. As causas que motivaram uma opção de esquerda (ou seja, uma abordagem anticapitalista) não desapareceram. Nesse sentido, não é possível que a esquerda desapareça, mesmo que hoje ela esteja (nós estamos) um pouco desorientada, cooptada pelo discurso “politicamente correto” da chamada cooperação internacional e enredada nessa estranha – e perigosa – monstruosidade que são as ONGs. Não permanecer em uma lamentável queixa, ansiando pelo que não poderia ser, pela revolução que parecia tão próxima anos atrás, mas que não avançou como esperávamos. Em todo caso, estudar a situação com muita consciência, aprender com nossos erros e, basicamente, não perder a esperança, continuar a contribuir com nosso grão de areia na construção de algo novo! O fato de a construção do socialismo ser difícil não significa que seja impossível. Para concluir, as palavras do grafite de rua do maio de 1968 francês são válidas: “Sejamos realistas: peçamos o impossível””.

CORTE NAS CONTAS PÚBLICAS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que as medidas fiscais para apoiar o quadro fiscal do país podem ser anunciadas esta semana, acrescentando que o governo está nos estágios finais de preparação para o anúncio. Falando aos repórteres, ele disse que o presidente Lula deve chamá-lo ainda nesta segunda-feira para uma reunião sobre o assunto. “Após a reunião com ele, falarei com vocês”, afirmou. O assunto recebeu amplo destaque na mídia brasileira. (Reuters)

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