Centro e extrema-direita vencem eleição municipal

Centro e extrema-direita vencem eleição municipal

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional

Derrotada nas urnas há dois anos nas eleições presidenciais, a extrema direita do Brasil recuperou parte de seu brilho no primeiro turno das eleições municipais realizadas no domingo, 6 de outubro. Os candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2023) venceram ou disputarão um segundo turno em quase metade das capitais do país. É um teste de meio de mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à esquerda) e um ensaio antes da próxima eleição presidencial, marcada para 2026. Apesar de um histórico econômico favorável, com o desemprego em queda, a inflação sob controle e a expectativa de crescimento do produto interno bruto de pelo menos 3% este ano, a eleição não foi favorável à esquerda. O Partido dos Trabalhadores (PT) venceu em 238 municípios, em comparação com 182 em 2020. Mas ele só disputará um segundo turno em quatro das 26 capitais regionais, com uma chance muito pequena de vitória em cada caso. (Le Monde)

Partidos de centro e de centro-direita ganharam prefeituras e consolidaram o controle das câmaras municipais em todo o Brasil nas eleições municipais de domingo, destacando uma mudança conservadora no eleitorado do Brasil, à medida que o Partido dos Trabalhadores, no poder, perde terreno. Um empate na disputa para prefeito de São Paulo, a maior cidade da América Latina, levou o conservador Ricardo Nunes a enfrentar o Guilherme Boulos, de esquerda, no segundo turno em 27 de outubro, vencendo por pouco o influenciador digital de extrema-direita Pablo Marçal.

Os candidatos associados ao ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se saíram melhor do que aqueles apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Partido Liberal de Bolsonaro venceu em duas capitais estaduais e foi para o segundo turno em nove cidades. Mas foram os partidos do “Centrão” brasileiro – um grupo de partidos de centro e centro-direita associados a políticos negociadores, como o presidente da Câmara, Arthur Lira – que conquistaram a maioria das cadeiras de prefeito. (Reuters / El Tiempo / Público / La Diaria)

“O novo mapa eleitoral testará o PT e o bolsonarismo” (La Nación)

Um teste eleitoral fraco para Lula e preocupante para o bolsonarismo (La Nación)

“Mesmo dividida, direita ganha municipais no Brasil e dá cartão amarelo a Lula” (Público)

“As eleições municipais do Brasil fraturam o bolsonarismo”. O surgimento do outsider evangélico Pablo Marçal, com 28% dos votos em São Paulo, causou o primeiro grande racha no voto da extrema direita. Apesar de o partido de Bolsonaro ter obtido resultados piores do que o esperado, a direita está fortalecendo sua hegemonia nos governos municipais do Brasil. (El Diario espanhol)

“Eleições municipais no Brasil enfraquecem Lula e aumentam a popularidade de Bolsonaro.” O PL de Bolsonaro obteve o maior número de votos em todo o país, mas ficou em quinto lugar em número de municípios. O PT ficou em nono lugar e disputará as urnas em três capitais. (La Politica Online)

“Eleições municipais no Brasil: a centro-direita ganha força e desafia o PT e a centro-esquerda” (Clarín)

L´ Humanité: “Eleições municipais no Brasil: “Não queremos que São Paulo fique nas mãos da extrema direita e das milícias”, diz Guilherme Boulos. E o texto: Fruto do movimento dos sem-teto, Guilherme Boulos é uma das principais figuras da esquerda brasileira. Candidato do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) – apoiado pelo Partido dos Trabalhadores – nas eleições municipais da maior cidade da América do Sul, São Paulo, ele ficou a um passo de Ricardo Nunes, o atual prefeito da megalópole apoiado pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, no primeiro turno no domingo, 6 de outubro.

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APOSTAS

O presidente Lula da Silva prometeu proibir as apostas esportivas on-line se as regulamentações recentemente introduzidas não conseguirem reduzir o que ele descreveu como o “vício” do país e os problemas associados a ele. O país, amante do futebol, experimentou um aumento nos jogos de azar desde que as apostas esportivas on-line foram legalizadas em 2018. Estudos recentes indicaram que o jogo afeta negativamente a renda familiar, tornando mais provável o endividamento permanente e a falência da família. Lula disse que “não hesitará em acabar (com as apostas) definitivamente” se a regulamentação não funcionar. (RT, rede de TV russa)

ACORDO MERCOSUL / UNIÃO EUROPEIA

Os dias em que Emmanuel Macron podia impedir um acordo comercial com uma mensagem de texto podem ter acabado. Depois de um quarto de século de conversações que não se concretizaram, um acordo entre a União Europeia e o bloco Mercosul da América do Sul está novamente ao alcance. E, desta vez, o presidente francês, seu mais forte oponente, pode ter perdido seu poder de veto de fato sobre o comércio, depois que uma série de reveses políticos e eleitorais corroeu sua influência em Bruxelas. Os principais negociadores de ambos os lados se reunirão novamente de 7 a 9 de outubro em Brasília para tentar chegar a um acordo a tempo da cúpula dos líderes do G20 em meados de novembro no Rio de Janeiro. O anfitrião Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, diz que está pronto para assinar, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem feito um bombardeio de amor aos líderes do Mercosul para conquistá-los. (Politico)

SECA NO AMAZONAS

“A mudança climática está queimando trechos do rio Amazonas no Brasil”.  À medida que uma seca severa seca trechos do rio Amazonas, o Brasil está recorrendo à dragagem para tentar manter o fluxo de alimentos, medicamentos e pessoas ao longo da superestrada aquática. (New York Times, no domingo)

CIAS AÉREAS

O Figaro traz o título “No Brasil, o Estado vem em socorro de suas companhias aéreas superendividadas”. E afirma que em meados de setembro, o presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei sobre turismo, sendo que uma das principais medidas é dar às companhias aéreas acesso a 6 bilhões de reais (€ 1 bilhão) em empréstimos. Essa iniciativa foi recebida com entusiasmo pelas empresas atoladas em uma crise agravada pela pandemia da Covid-19, quando muitos voos foram cancelados. Na época, o governo de Jair Bolsonaro (2019-2023) fez pouco para ajudar o setor de aviação, que é considerado vital nesse país de dimensões continentais, com uma rede ferroviária pouco desenvolvida e estradas muitas vezes em péssimas condições.

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