BAHIA: Governo presente cuida da gente

Dino condena “ingerência indevida” de Israel. Brasileiros são autorizados a deixar a Faixa de Gaza

Dino condena “ingerência indevida” de Israel. Brasileiros são autorizados a deixar a Faixa de Gaza

Ministro brasileiro repreende mensagem do Mossad que afirmou, antes das conclusões da própria PF, ter ajudado a combater ataque do Hezbollah contra alvos judeus no Brasil. Grupo de brasileiros poderá sair de Gaza até o próximo sábado (11).

POR TATIANA CARLOTTI

Ainda não chegou nas manchetes internacionais, mas a coluna de Mônica Bérgamo, na Folha de S. Paulo, noticia e o Itamaraty já endossou a informação de que o grupo de 34 brasileiros na cidade fronteiriça de Rafah, a poucos metros do Egito e em Khan Yunis, poderá deixar o país nesta sexta-feira (10) ou no sábado (11). A confirmação vem de Israel, do Egito e das autoridades palestinas.

Nesta quinta-feira (9), o ministro Flávio Dino (Justiça) repreendeu o governo de Israel, após sua agência de inteligência nacional, o Mossad, afirmou ter ajudado a frustrar um ataque do Hezbollah contra alvos judeus no Brasil”, destaca o argentino La Nación. Tema também é notícia na Reuters, que destaca “Laços Brasil-Israel ficam tensos enquanto Mossad alardeia queda do Hezbollah”.

“As forças de segurança brasileiras, junto do Mossad e seus parceiros na comunidade de segurança israelense, bem como agências de segurança internacional, desmontaram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã (…) O Mossad agradece os serviços de segurança brasileiros pela prisão de uma célula terrorista operada pelo Hezbollah para atacar alvos israelenses e judeus no Brasil”, afirmava a mensagem postada nesta quarta-feira (8).

No mesmo dia, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, compareceu em um evento com a presença de Jair Bolsonaro e de deputados da extrema-direita, onde afirmou que “o interesse do Hezbollah em qualquer lugar do mundo é matar os judeus. Se escolheram o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”.

Diante das duas manifestações, a resposta da Justiça brasileira foi categórica. Em oito pontos, o ministro Dino exaltou a soberania brasileira, agradeceu a cooperação da agência internacional, mas deixou claro: “a PF brasileira não tem lado”. “Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos”, afirmou.

Em entrevista à imprensa, Dino reiterou:

“Dizer que uma investigação brasileira já concluiu pela responsabilidade de um grupo de pessoas ou de países é uma ingerência indevida”. Ele explicou que sua resposta teve como objetivo “deixar claro, como ministro da Justiça, que a Polícia Federal não tem lado e, assim como o Ministério da Justiça, não admite qualquer tipo de antecipação e veredito sobre aquilo que ainda está investigando. É uma atitude de proteção da isenção da Polícia Federal”.

A investigação ainda em curso busca saber se os brasileiros detidos nesta quarta-feira foram recrutados e/ou financiados pela organização islâmica para planejar ataques em sinagogas e outros prédios da comunidade judaica no Brasil. Para tal, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.

Leia íntegra do twitter aqui.

GUERRA DE ISRAEL EM GAZA

A prisão dos dois suspeitos foi notícia nos principais jornais nesta quarta e quinta-feira sobre o Brasil. Ontem, o Finacial Times já destacava que “as autoridades brasileiras recusaram-se a comentar a suposta ligação com o Hezbollah ou os alvos pretendidos”, lembrando que “as agências de segurança e de inteligência de vários países têm estado em alerta para a ameaça de potenciais ataques terroristas após a eclosão da guerra no mês passado entre Israel e militantes do Hamas baseados na Faixa de Gaza”. Nesta quinta-feira, porém, Le Parisien ecoava a colaboração do Mossad junto “a autoridades brasileiras para ´frustar um ataque no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano´”, assim como a russa Sputink e a londrina BBC.

No portal Nodal, por sua vez, o destaque é para a reportagem de Camila Araújo, publicada originalmente no Brasil de Fato, sobre a Carta dos 61 deputados brasileiros que pediram cessar-fogo na Faixa de Gaza, durante um ato no Congresso nesta quarta-feira. Eles também solicitam que o presidente Lula convoque o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, a exemplo do que fizeram recentemente os governos do Chile e da Colômbia.

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O TUDO OU NADA DE MILEI

A poucos dias das urnas, o candidato da extrema-direita na Argentina, Javier Milei, começa a apelar: em entrevista ao jornalista Jaime Bayly, ele xingou o presidente Lula e disse que romperá relações com a China e o Brasil caso seja eleito no próximo dia 19 de novembro. Milei concorre com o atual ministro da Economia do país, Sergio Massa.

Nesta quinta-feira, suas declarações foram respondidas pelo ministro argentino das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, que ganhou manchete no La Nacion. Cafiero contabilizou o custo do “capricho ideológico” de Milei aos cofres argentinos. Se rompesse relações com o Brasil e a China, a Argentina perderia 22% de suas exportações, um total de 22 bilhões de dólares.

“Insisto: parece-me que o principal para avançar agora é que militamos com alegria e clareza. A eleição não está ganha, temos que sair e vencê-la. Para fazer isso você tem que explicar. Para quem diz que é uma campanha de medo: não, o que estamos dizendo são coisas claras (…) A Argentina com a China precisa exportar mais, é o que diz Massa, a solução é duplicar as exportações”, afirmou.

“É ultrajante, mas não vamos responder porque somos respeitosos”, responderam fontes do governo brasileiro ao La Politica sobre as declarações de Milei. O tema também ganhou atenção na Página 12 e da Reuters que traz uma extensa reportagem sobre os presidenciáveis argentinos, destacando que os dois terão uma competição acirrada no próximo dia 19, “com eleitores furiosos profundamente divididos em meio à inflação de quase 140%, dois quintos da população na pobreza, juros altíssimos taxas e controles de capital prejudicando a economia”.

“A votação poderá impactar o posicionamento global da Argentina, a segunda maior economia da América do Sul, que é um grande exportador de grãos, bem como um produtor de lítio existo”, afirma a reportagem, que destaca a postura de ambos os candidatos em relação ao Mercosul e aos BRICS.

LIVRE

Nesta quarta-feira, a cubana Prensa Latina destacou os quatro anos completados nesta quarta-feira, da saída do presidente Lula da prisão, onde permaneceu por 580 dias após o crime de lawfare perpetrado pelo então juiz Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça do governo fascista de Jair Bolsonaro e atualmente senador da República. A sua liberdade “foi a resposta à maior perseguição alguma vez vista contra um líder político”, afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na rede social X. “Agradecemos a todos que se comprometeram com a luta por Lula Libre. Foi a resposta à maior perseguição já vista contra um líder político, uma farsa judicial e midiática que abriu caminho para um governo de fascistas que tentou reimplantar uma ditadura no Brasil”, complementou.

HABEMUS PAPA

Em junho deste ano, o bispo José Negri de Santo Amaro enviou para o Papa Francisco seis perguntas sobre as pessoas LGBT e os sacramentos do batismo e do matrimônio. Nesta quarta-feira, chegou a resposta do sumo pontífice abrindo as portas da Igreja à participação das pessoas transgêneros como madrinhas e padrinhos em batismos, testemunhas em casamentos e também para receberem o batismo, informa a Reuters.


FOTO DESTACADA: Rio de Janeiro (RJ), 08/11/2023 – O ministro da Justiça, Flávio Dino durante evento de entrega de novas viaturas à Polícia Militar, no Palácio Guanabara, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

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