Lula encontra 1ª ministra da Dinamarca, que quer contribuir com Fundo Amazônia
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse ao presidente Lula que seu país quer contribuir com o Fundo Amazônia, uma iniciativa liderada pelo Brasil que visa combater o desmatamento, noticia a Reuters. As observações de Frederiksen foram feitas em uma reunião entre os dois líderes à margem da cúpula UE-CELAC em Bruxelas, de acordo com o governo brasileiro, que não detalhou quanto a Dinamarca tentaria contribuir. “Conheci hoje a primeira-ministra do reino da Dinamarca, Mette Frederiksen, e conversamos sobre meio ambiente e a importância do combate às desigualdades. Ela me contou da intenção do país em aprovar, no orçamento dinamarquês, uma contribuição ao Fundo Amazônia, e a convidei para visitar o Brasil em breve. Fiquei feliz de conhecê-la e vamos trabalhar para melhorar a relação dos nossos países”, postou Lula em sua página no Twitter.
Durante a Cúpula União Europeia-Celac, que termina nesta terça-feira em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores dos países do Mercosul se reuniram com o comissário europeu para o Comércio, Valdis Dombrovskis, para avaliar a negociação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Depois de um acordo político alcançado em 2019, as negociações foram suspensas por quatro anos devido a dificuldades internas do bloco europeu e retomadas em março deste ano, impulsionadas pela posse de Lula no Brasil. A UE então enviou ao Mercosul um instrumento adicional sobre desmatamento. O Brasil, o país mais afetado pelo desmatamento, reagiu a esse documento. Segundo o Estadão, o texto brasileiro, que não foi divulgado, propõe tratar a questão ambiental “de forma construtiva e não punitiva”. Em segundo lugar, propõe a revisão do acordo de 2019 sobre compras públicas, informa o uruguaio La Diaria.
No português Expresso, o primeiro-ministro de Portugal defendeu nesta terça-feira a importância de Portugal e do Brasil aproximarem a União Europeia (UE) dos países do Mercosul e considerou que Lula é “o campeão da luta contra as alterações climáticas”. “Falei várias vezes, ao longo destas intensas horas, com o presidente do Brasil sobre o Mercosul […] e a forma como quer Portugal, quer o Brasil podem ajudar a que o Mercosul e a UE se aproximem”, considerou António Costa, antes do final dos trabalhos da cúpula entre a UE e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Bruxelas. Questionado sobre o acordo comercial com o Mercosul, que falhou em 2019, o primeiro-ministro recordou que o quadro político do Brasil era diferente e que o então presidente Jair Bolsonaro “não tinha nenhum compromisso com as alterações climáticas, cuja existência negava”.
El Mercurio, do Equador, noticia que o presidente Lula disse nesta terça que a Amazônia não pode ser um santuário da humanidade, mas um lugar onde a pesquisa científica é promovida para o benefício dos povos indígenas e das comunidades que a habitam. De Bruxelas, onde participa da Terceira Cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente brasileiro lembrou que 50 milhões de pessoas vivem na maior floresta tropical do planeta, 28 milhões delas no Brasil. “Não queremos transformar a Amazônia em um santuário para a humanidade. Temos poder soberano e podemos promover pesquisas científicas para melhorar a vida das pessoas que vivem lá: os indígenas, os pescadores, os ribeirinhos”, disse no programa que transmite ao vivo semanalmente nas redes sociais.
No colombiano El Tiempo, os líderes da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) demonstraram na terça-feira sua “profunda preocupação” com “a guerra na Ucrânia” na declaração final da cúpula realizada em Bruxelas, sem o apoio da Nicarágua. “Expressamos nossa profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e está exacerbando as fragilidades existentes na economia global, restringindo o crescimento, aumentando a inflação, interrompendo a cadeia de suprimentos, aumentando a insegurança energética e alimentar e elevando os riscos para a estabilidade financeira”, diz a declaração. Com exceção da Nicarágua, os estados também se manifestaram a favor do fim do embargo econômico, comercial e financeiro dos EUA a Cuba e apontaram que a inclusão do país em uma lista de patrocinadores estatais do terrorismo dificulta as transações financeiras internacionais para a ilha caribenha.
O presidente Lula assinou uma declaração conjunta com outros líderes latino-americanos e seu colega francês, Emmanuel Macron, na qual defende o fim das sanções contra a Venezuela. O comunicado desta terça-feira indica que os signatários “pediram uma negociação política que leve à organização de eleições justas, transparentes e inclusivas para todos”. O comunicado acrescenta que essas eleições “devem permitir a participação de todos aqueles que desejam participar, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor, com monitoramento internacional”. Evento ocorreu na paralelamente à cúpula UE-AL, informa a Prensa Latina.
A União Europeia (UE) citou a necessidade de reparação para o passado escravagista da Europa, que infligiu “sofrimento incalculável” a milhões. Descreveu como um “crime contra a humanidade”. Do século XV ao século XIX, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados e transportados à força, em sua maioria por navios europeus, e vendidos como escravos. Quase a metade foi levada por Portugal para o Brasil. A ideia de pagar reparações pela escravidão tem uma longa história, mas o movimento está ganhando impulso em todo o mundo. Líderes da UE e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) se reuniram em Bruxelas nesta semana para uma cúpula de dois dias.
A Reuters traz reportagem informando que um sistema de investimento alternativo controlado pela seguradora francesa AXA informou nesta terça-feira que injetará US$ 49 milhões em projetos de reflorestamento no Brasil liderados pela startup local Mombak. A AXA IM Alts, que tem mais de 185 bilhões de euros (US$ 208 bilhões) sob gestão, assumirá uma participação minoritária na startup para ajudar a ampliar as operações e a tecnologia. A Mombak, que também conta com o apoio da Bain Capital, liderará projetos de reflorestamento de mais de 10.000 hectares de pastagens degradadas, gerando até 6 milhões de créditos de carbono.
A ex-primeira-dama do Brasil Michelle Bolsonaro disse que quer “virar presidente” do país depois que seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi cassado politicamente até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Pude ver com meus próprios olhos a realidade das pessoas que mais precisam. Deus me forjou naquele momento para poder cuidar dessas pessoas. E eu tenho o desejo em meu coração de ser presidente”, disse. A reportagem informa que ela pediu a prótese ocular de uma deputada, que lhe entregou. O texto do argentino La Nación de segunda-feira (17), com agências Ansa e AFP, traz fotos de Michelle e postagem em redes sociais.
O Clarín também publicou texto similar ao do La Nación.
Na ilustração, presidente Lula e a 1a. ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, em encontro em Bruxelas hoje / Ricardo Stuckert
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.