Haddad no G20: Bilionários devem pagar sua parcela justa de impostos

Haddad no G20: Bilionários devem pagar sua parcela justa de impostos

O Brasil propôs na reunião do G20 de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais a criação de um imposto mínimo global sobre os super-ricos para ajudar a reduzir a desigualdade. A iniciativa foi anunciada nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o discurso de abertura da reunião que está sendo realizada em São Paulo. O ministro do país anfitrião está buscando construir um consenso entre as maiores economias do mundo e levar a visão do presidente Lula sobre a necessidade de os super-ricos aumentarem a tributação de forma coordenada sobre seus bens e heranças. “Reconhecendo o progresso feito na última década, precisamos reconhecer que precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem sua parcela justa de impostos”, disse Haddad ao abrir as sessões de trabalho de maneira remota porque testou positivo para Covid no domingo, informou o argentino Ámbito.

O mesmo jornal publicou outro texto sobre o encontro do G20 em que noticia que o Brasil conclamou o grupo a “redefinir a globalização” com uma agenda para combater a desigualdade, as mudanças climáticas, além da tributação justa dos super-ricos e a luta contra a pobreza e o endividamento crônico dos países, já que na atual ordem mundial “não há vencedores”, segundo Haddad. “É hora de redefinir a globalização. Precisamos criar incentivos para que os fluxos internacionais de capital sejam direcionados de forma eficiente para as melhores oportunidades, não mais definidas em termos de lucratividade imediata, mas de acordo com critérios sociais e ambientais”, disse o ministro. “A presidência brasileira assumiu o desafio de tornar o G20 inclusivo, onde temos a oportunidade de avançar em uma série de questões que nos preocupam, como o combate à pobreza e à desigualdade, o financiamento efetivo para o desenvolvimento sustentável, a reforma da governança global, a tributação justa, a cooperação global e o problema do endividamento crônico de vários países”, disse Haddad.

Também o equatoriano El Mercúrio noticiou o encontro dos ministros das Finanças do G20 e informou que neste primeiro dia houve uma análise das desigualdades e das perspectivas de crescimento global em meio às tensões geopolíticas decorrentes das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi o encarregado de abrir o encontro, que se estenderá até quinta-feira no Pavilhão da Bienal, na cidade de São Paulo. “A presidência brasileira assumiu o desafio de tornar o G20 inclusivo, no qual temos a opção de avançar em questões que nos interessam, como a luta contra a pobreza e a desigualdade”, disse Haddad.

LULA

O site latino Nodal informa que os líderes da Comunidade do Caribe (Caricom) encerrarão nesta quarta-feira a 46ª conferência na Guiana, após três dias de intensas discussões sobre os principais problemas da região, a fim de traçar estratégias para superá-los. Além dos chefes de governo da região, o conclave contou com a presença de representantes de países da África, Oriente Médio, Europa e América do Norte para ampliar os contatos com os países caribenhos e explorar o potencial de cooperação. O presidente Lula participará da sessão de encerramento e manterá reuniões de trabalho com seu colega guianense, Irfaan Ali, e seu colega surinamês, Chan Santokhi, para discutir assuntos de interesse bilateral e trilateral, Prensa Latina.

O presidente Lula espera que Joe Biden vença a sua candidatura à reeleição à Presidência dos EUA em novembro, disse numa entrevista transmitida na noite de terça-feira. “Embora eu não seja um eleitor americano, acho que é óbvio que Biden é a maior garantia para a sobrevivência da democracia no mundo e nos Estados Unidos”, disse Lula ao canal RedeTV na terça-feira à noite. O democrata Biden provavelmente enfrentará o ex-presidente republicano Donald Trump em novembro, em uma revanche da disputa de 2020. Dois anos depois, o esquerdista Lula derrotou o atual presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, muitas vezes comparado a Trump, para ganhar o seu terceiro mandato não consecutivo no Brasil.  Mas há divergências, que incluem a guerra em Gaza, com Lula afirmando que Israel é responsável por um “genocídio” contra os palestinos. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ao líder brasileiro em uma reunião na semana passada que Washington discordava das observações de Lula. (Reuters).

Lula nega menção ao Holocausto em comentários sobre Gaza e atribuiu sua referência à ofensiva militar no enclave palestino a uma “interpretação” do primeiro-ministro israelense Netanyahu, que ele descreveu como “genocídio” segundo o uruguaio Observador.

“Não é guerra, é genocídio”, dizem o presidente Lula e o cientista político argentino Atilio Borón, entre outros, denunciando que a chamada “guerra entre o Hamas e Israel” não é mais uma guerra entre duas forças, mas um genocídio do povo palestino, publica o peruano Diario Correo.

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A vitória eleitoral apertada de Luiz Inácio da Silva em outubro de 2022 e a persistência do bolsonarismo social prejudicam o projeto do presidente brasileiro, diz o uruguaio La Diaria.

PT x MILEI

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), questionou o presidente argentino Javier Milei por compartilhar mensagens críticas ao presidente Lula em suas redes sociais. “Javier Milei está fazendo coisas estúpidas nas redes sociais ao espalhar as mentiras de Bolsonaro sobre @Lulaoficial”, disse em suas redes sociais, referindo-se a mensagens de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro que foram compartilhadas pelo argentino.  As mensagens questionadas associam Lula à ala militar do movimento palestino Hamas, exaltam o ato massivo de apoio no domingo a Bolsonaro em São Paulo e se referem a um suposto “autoritarismo” que estaria sendo vivenciado no Brasil e a uma “ditadura”. A extrema-direita brasileira está atualmente promovendo uma campanha para vincular a imagem de Lula ao Hamas em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel provocada por declarações em que o líder progressista brasileiro descreveu a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza como genocídio e a comparou ao Holocausto. “Falar de ditadura no Brasil é totalmente irresponsável e ainda mais grave se for reproduzido pelo presidente de um país vizinho, amigo e parceiro comercial”, disse Gleisi Hoffmann. (Página12)

POPULISMO

O site acadêmico The Conversation traz artigo sobre populismo. Desde a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 até o levante semelhante no Brasil em 2023, os políticos de extrema direita estão infringindo os ideais democráticos em todo o mundo. Se quisermos realmente enfrentar o desafio que eles representam, precisamos parar de tratá-los como atores legítimos e democráticos e, em vez disso, vê-los como a ameaça que realmente são. Uma parte muito importante desse esforço é também uma medida bastante simples. Devemos parar de nos referir à política de extrema direita como “populista”. Nos últimos anos, pesquisas sérias sobre o populismo chegaram a um consenso que deixa claro que ele é secundário, na melhor das hipóteses, na definição de qualquer tipo de política. As duas principais escolas de pensamento discordam amplamente sobre se o populismo é uma ideologia tênue que envolve um elemento moralista (colocando um povo “puro” contra uma elite “corrupta”) ou se é simplesmente um discurso que constrói um povo como sendo contra uma elite, sem qualquer outra especificidade ligada a esses dois grupos.

BOLSONARO

O ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro foi encurralado por várias investigações criminais e já foi considerado inelegível para o cargo pelos tribunais eleitorais do país.  Ainda assim, ninguém à direita do centro provou ser capaz de assumir o manto do movimento conservador brasileiro. No domingo, Bolsonaro atraiu milhares de apoiadores para as ruas de São Paulo, no que foi uma verdadeira demonstração de sua força política. E, o que é crucial, dezenas e dezenas de políticos também compareceram para prestar suas homenagens ao ex-presidente.  Assunto para o podcast do site em inglês feito por brasileiros Brazilian Report.

Bolsonaro está sendo investigado por ter supostamente “molestado” uma baleia jubarte no litoral de São Paulo no ano passado. Bolsonaro compareceu à Polícia Federal em São Paulo na terça-feira para se reunir com policiais, juntamente com seu advogado e ex-assessor, que também estava presente no momento do suposto incidente. (Independent)

Bolsonaro foi hospitalizado nesta quarta-feira para fazer exames. O anúncio foi feito por seu porta-voz, Fabio Wajngarten, por meio de suas redes sociais, onde ele acrescentou que os médicos avaliarão se ele precisa de cirurgia para corrigir uma hérnia abdominal. (Ámbito)

Na foto, a participação remota do ministro Fernando Haddad na reunião do G20 em São Paulo / Kelly Fersan/MF

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