Lula duvida que exploração de petróleo na Amazônia prejudique meio ambiente
A Reuters noticia que o presidente Lula disse que acha “difícil” acreditar que a exploração de petróleo na bacia amazônica causaria danos ambientais à floresta tropical da região, a maior do mundo. O Ibama, órgão de proteção ambiental do Brasil, bloqueou na semana passada um pedido da Petrobras para perfurar na foz do Amazonas, perto do Amapá, em uma decisão muito aguardada, vista como uma decisão mais ampla da gigante estatal do petróleo que poderá explorar a região rica em petróleo e sensível ao meio ambiente. O tema sensível sobre o meio ambiente repercutiu em grande parte da imprensa brasileira.
O presidente Lula planeja comprometer o Brasil com uma meta mais ambiciosa de mudança climática este ano, abortando as críticas à meta anterior estabelecida por seu antecessor de extrema direita Jair Bolsonaro, disseram duas fontes à Reuters. Em 2021, em meio à crescente indignação global com a administração superficial de Bolsonaro sobre a floresta amazônica, seu governo se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030, em comparação com um compromisso anterior de 43%. O governo de esquerda de Lula pretende manter a redução de 50%, mas corrigir o problema com a linha de base, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto. Ambas falaram sob anonimato, pois a medida ainda não é pública.
Reuters noticia que o Brasil não é a favor da vacinação como forma de controlar a gripe aviária porque isso inevitavelmente levaria a barreiras comerciais, disse uma de suas principais autoridades na segunda-feira.
Juro alto
Os economistas de instituições privadas do Brasil reduziram suas expectativas para o índice de inflação do país neste ano, mas a medida não impressionou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pois ele continua a ver as expectativas bem acima das metas oficiais. “As expectativas de inflação ainda são muito altas”, disse Campos Neto em um seminário nesta segunda-feira, segundo a Reuters.
Ucrânia
“Não estou decepcionado, estou irritado”: a raiva de Lula com o não comparecimento de Zelensky à reunião que haviam combinado no Japão, noticia o argentino Clarín. O presidente brasileiro confirmou que a reunião estava agendada, mas seu colega ucraniano não compareceu.
No português Expresso, “Desencontro entre Ucrânia e Brasil no Japão gera troca de acusações: Zelensky ficou “desapontado”, Lula “aborrecido”. Zelensky diz que não se reuniu com Lula “porque não houve diligências”, Lula diz estar “chateado” porque Zelensky “não apareceu” no encontro marcado.
A Dinamarca pode sediar uma cúpula em julho com o objetivo de encontrar a paz entre a Ucrânia e a Rússia, mas tal reunião precisaria do envolvimento da Índia, China e Brasil, disse o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, nesta segunda-feira. No domingo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy buscou apoio global na reunião do G7 no Japão para o plano de Kiev de acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia e propôs a realização de uma cúpula global em julho, informa a Reuters.
Argentina
La Nación: O presidente Lula revelou no domingo que no sábado pediu à chefe do FMI, Kristalina Georgieva, que “desse tempo” à Argentina para se recuperar economicamente, a fim de honrar a dívida contraída com a organização financeira. “Pedi a ela que entendesse que a Argentina teve uma seca após a pandemia que destruiu 25% de sua produção agrícola e isso pesa muito. Eu lhe disse que se a Argentina não tivesse as condições atuais, não haveria necessidade de pressioná-la. Vamos dar à Argentina um pouco de tempo para se recuperar”, disse Lula em uma coletiva de imprensa após a reunião do G7 em Hiroshima. “Espero que vocês tenham entendido isso”, acrescentou. A reunião com Georgieva ocorreu no Japão, onde o Brasil participou da cúpula do G-7 como convidado. Ele também buscou um encontro com o presidente ucraniano Volodmir Zelensky, mas acabou não tendo sucesso.
Vini: insultos racistas
Grande parte da imprensa internacional noticiou os desdobramentos dos insultos racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Junior, Vini, do Real Madrid , em um estádio na Espanha no domingo. Seguem algumas notícias. Foram gritos de ‘macaco’ vindos das arquibancadas.
No Guardian, a informação de que promotores espanhóis abriram uma investigação sobre cânticos racistas lançados contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante uma partida no fim de semana, enquanto o chefe da federação de futebol da Espanha admitia que o país tinha um “problema” com o racismo. A promotoria da cidade de Valência, no leste do país, onde o jogo foi realizado, está investigando o incidente como um possível “crime de ódio”, disseram fontes judiciais, depois que Luis Rubiales, da Real Federação Espanhola de Futebol, pediu tolerância zero.
Após cânticos racistas e xenófobos contra o brasileiro Vinicius Jr. na derrota do Real Madrid para o Valencia no Campeonato Espanhol no domingo, o jogador recebeu o apoio do presidente Lula, do presidente da Fifa, Gianni Infantino, e do técnico do Madrid, Carlo Ancelotti, segundo o argentino Pagina12.
* A agência Reuters faz ampla cobertura do Brasil e distribui as notícias a clientes de mídia e financeiros em mais de cem países
Foto do presidente Lula em entrevista coletiva de imprensa em Hiroshima, no Japão, após o G7, na noite de domingo, 21/5 / Ricardo Stuckert
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.