Lula: “Na cúpula da Amazônia, vamos ter política comum para preservação, segurança e fronteiras”

Lula: “Na cúpula da Amazônia, vamos ter política comum para preservação, segurança e fronteiras”

O presidente Lula disse nesta quarta-feira que a cúpula da próxima semana das nações da região amazônica buscará elaborar uma política comum pela primeira vez para proteger a floresta tropical. “Tenho grandes expectativas para esta cúpula. Pela primeira vez, vamos ter uma política comum para a Amazônia, para preservação, segurança, fronteiras”, disse Lula. Os oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) se reunirão nos dias 7 e 8 de agosto na cidade de Belém, na foz do rio Amazonas, informa a Reuters.

O desmatamento na Amazônia brasileira caiu pelo menos 60% em julho em comparação com o mesmo mês do ano passado, disse ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao Guardian. A boa notícia vem antes de uma cúpula regional que tem como objetivo evitar que o maior bioma da América do Sul atinja um ponto de inflexão calamitoso. O número exato, que se baseia no sistema de alerta por satélite Deter, será divulgado nos próximos dias, mas analistas independentes descreveram os dados preliminares como “incríveis” e disseram que a melhora em relação ao mesmo mês do ano passado poderia ser a melhor desde 2005. O rápido progresso destaca a importância da mudança política. Há um ano, sob o comando do então presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, a Amazônia estava sofrendo uma das piores temporadas de corte e queima da história recente. Porém, desde que uma nova administração liderada por Lula assumiu o poder no início do ano, o governo penalizou os grileiros de terras, montou operações paramilitares para expulsar garimpeiros ilegais, demarcou mais terras indígenas e criou mais áreas de conservação.

Seis meses depois que o governo brasileiro lançou uma operação para expulsar garimpeiros ilegais da maior reserva indígena do país, a população Yanomami continua a viver com medo, lutando contra um legado de violência, destruição e doenças. Um novo relatório divulgado por três organizações indígenas na quarta-feira, aplaude o sucesso da repressão do governo, mas destaca os desafios que ainda estão por vir para lidar plenamente com a crise humanitária causada pela invasão de garimpeiros selvagens durante os anos de Jair Bolsonaro, diz o Guardian.

As Forças Aéreas da Colômbia, Brasil e Peru lançaram um exercício combinado na região amazônica com o objetivo de “controlar o espaço aéreo dos três países” para combater organizações criminosas transnacionais e proteger os recursos naturais. O Exercício Operacional Combinado de Interdição Aérea Amazonas II está sendo realizado de 1º a 5 de agosto de 2023 com missões nas cidades fronteiriças de Tabatinga (Brasil), Iquitos (Peru) e Letícia (Colômbia), onde as tripulações aéreas serão treinadas em operações simuladas de detecção, identificação, interceptação e transferência de tráfego aéreo irregular, informa o jornal equatoriano El Mercurio .

Corte no juro

Equipe do Copom que decide a taxa de juros / divulgação

O Banco Central deu início ao ciclo de corte de taxas de juros de forma mais agressiva do que o esperado nesta quarta-feira, reduzindo a taxa de juros básica em 50 pontos-base (0,5) e sinalizando mais do mesmo nível nos próximos meses devido a uma perspectiva de melhora da inflação. A taxa passou para 13,25%, como apenas 10 dos 46 economistas pesquisados pela Reuters haviam previsto. Os outros 36 entrevistados esperavam uma redução mais conservadora de 25 pontos-base. Embora a decisão desta quarta-feira tenha sido bastante dividida, a declaração do Copom sinalizou uma perspectiva compartilhada para manter o ritmo de cortes nas taxas nos próximos meses. “Se o cenário evoluir conforme o esperado, os membros do Comitê preveem unanimemente novas reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões”, informou o Copom em nota, considerando esse ritmo adequado para manter a inflação em queda.

Economist

A revista britânica The Economist publicou reportagem apontando a melhora das perspectivas econômicas do Brasil no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula do ponto de vista dos investidores internacionais. “Quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil no ano passado, os investidores tremeram. Muitos temiam um retorno à libertinagem fiscal que caracterizou o governo anterior de seu Partido dos Trabalhadores, que terminou em 2016 em uma profunda recessão. No entanto, seis meses após sua posse, os mercados estão se aquecendo para a administração de Lula. Em uma pesquisa recente com 94 gestores de fundos e analistas brasileiros, apenas 44% tinham uma visão desfavorável do governo, em comparação com 90% em março. Em 26 de julho, a Fitch, uma agência de classificação de risco, elevou a dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil pela primeira vez desde que foi rebaixada em 2018.”

Argentina

O presidente Lula comentou às eleições argentinas, que se realizam em outubro deste ano, durante café da manhã com correspondentes estrangeiro. “Peço a Deus que a democracia prevaleça e que a democracia vença. Que seja eleito um candidato com uma perspectiva maior de inclusão social e de desenvolvimento, e não um candidato que acredite que toda política pública é um gasto ou que resolver o problema da Argentina é privatizar”, disse Lula ao ser consultado pela Agência Télam. A notícia é do argentino Ámbito. Falou também sobre e voltou a defender uma moeda própria do Brics para desmonetizar o dólar.

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La Nación também noticiou as declarações de Lula no café da manhã. O presidente expressou sua preocupação com a crise econômica da Argentina, que ele atribuiu à dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), contraída pela administração do ex-presidente Mauricio Macri.

Também sobre o encontro com correspondentes, a Prensa Latina informa que Lula disse que o papel do Brasil no conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia é buscar uma proposta de paz, um denominador comum, junto com outros países.

Brics

O Brasil tem resistido ao ímpeto do grupo Brics, formado pelas principais economias emergentes, de adicionar mais países membros, mas o debate sobre os critérios de admissão parece inevitável na cúpula deste mês, disseram três autoridades do governo brasileiro à Reuters. O grupo, que inclui ainda Rússia, Índia, China e África do Sul, tem sido saudado por alguns como um contrapeso aos fóruns diplomáticos tradicionais, como o G7. O Brics toma decisões por consenso, portanto, o consentimento do Brasil será fundamental para qualquer expansão. Brasília teme que o grupo perca sua importância se outras nações forem incluídas. Cerca de 30 países disseram que estão interessados e 22 deles se candidataram formalmente, como a Argélia no mês passado.

Daily News publicou esta reportagem da Reuters sobre o Brics.

Consultores de segurança nacional dos países do Brics se reuniram em Joanesburgo recentemente. Mas os participantes não se limitaram à liderança de segurança das cinco nações que compõem o grupo. Incluíram especialistas em segurança do Irã, Burundi, Egito, Cuba, Arábia Saudita, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos e Belarus. Em todas as reuniões do Brics desde 2021, a ênfase na necessidade de contribuir para uma arquitetura global equitativa está se tornando evidente tanto na expansão do grupo quanto nas discussões em torno das questões do “Sul Global”, informa o Japan Times.

Mortos pela polícia

Pelo menos 45 pessoas foram mortas em uma série de operações policiais em três estados brasileiros, em uma semana particularmente sangrenta até mesmo para o Brasil – um país notório por sua violência policial. Dez pessoas foram mortas durante uma operação das polícias civil e militar contra traficantes de drogas na favela do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, na manhã de quarta-feira, onde moradores afirmaram que o tiroteio começou às 3h. Dezenove pessoas teriam morrido no estado da Bahia, enquanto o número de mortos subiu para 16 na região de São Paulo, diz o Guardian.

Também a BBC noticiou as mortes. Incursões policiais contra quadrilhas de traficantes em três estados brasileiros deixaram pelo menos 43 pessoas mortas. Na última operação no Rio de Janeiro, a polícia disse que revidou os disparos em um tiroteio na área do Complexo da Penha, matando pelo menos 10 pessoas. Antes, 14 pessoas morreram em confrontos durante uma operação policial de cinco dias no estado de São Paulo, batizada de Operação Escudo. E no estado da Bahia, no nordeste do país, as autoridades dizem que 19 suspeitos foram mortos desde sexta-feira. Cinquenta e oito pessoas foram presas durante a operação no estado de São Paulo, que começou depois que um policial das forças especiais foi morto na quinta-feira na cidade litorânea de Guarujá. A polícia apreendeu 385 kg de narcóticos, além de armas, de acordo com a mídia local. A operação no Guarujá foi criticada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, que disse que a reação da polícia não foi proporcional ao crime cometido.

O El Mondo, noticiário em espanhol, publicou reportagem sobre as 43 mortes pela polícia ocorridas no Brasil, replicando a agência France Press.

Análise

Trump poderia transformar sua política de reclamação em um cartão de saída da cadeia? Nem a acusação nem a prisão impediram que ex-líderes em Israel, no Brasil e no Quênia voltassem à ativa. Trump enfrenta um total de três acusações, após o anúncio do advogado especial Jack Smith em 1º de agosto de 2023 de que Trump havia sido acusado de quatro acusações em seu esforço para anular a eleição presidencial de 2020 – as acusações mais graves até agora. É provável que haja uma acusação adicional do promotor Fani Willis, do condado de Fulton, Geórgia. Exemplos de outros países mostram que a acusação ou até mesmo a prisão não impedem que ex-líderes voltem ao poder. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito novamente em 2022 após sua condenação e prisão. Ele argumentou que um juiz que estava em conluio com os promotores e que se tornou ministro da Justiça do antecessor de Lula revelou a natureza politizada do sistema judiciário do Brasil e venceu as eleições. A análise é assinada por pelos professores de ciência política James D. Long e Victor Menaldo na publicação “The Conversation

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