Lula quer estratégia internacional contra extrema-direita

Lula quer estratégia internacional contra extrema-direita

O presidente Lula conclamou os setores de esquerda, progressistas e democráticos a se organizarem em escala internacional para enfrentar o crescimento da extrema-direita. O texto analítico foi publicado pelo Centro Latino-Americano de Análise Estratégica a partir das declarações de Lula dadas na terça-feira em café da manhã com jornalistas.

Lula também reafirmou seu compromisso com a integração sul-americana e expressou sua intenção de organizar uma reunião com chefes de governo democráticos para definir uma estratégia coordenada diante do avanço dessa tendência política antissocial. Anunciou que viajará ao Chile em maio e que espera que seu colega Gabriel Boric convoque uma reunião daqueles que participaram no ano passado de uma cúpula em Brasília, na qual o Brasil procurou recuperar seu papel ativo nos assuntos regionais. “Precisamos discutir como a América do Sul atua como um bloco”, disse Lula. “Se fizermos política de alianças, vamos respeitar as diferenças, mas vamos fazer a economia da região crescer. Lula também disse que espera que “as coisas voltem ao normal” na Venezuela após as eleições de julho. O apelo de Lula ocorre em um momento em que os políticos de extrema direita estão ganhando cada vez mais espaço.

O latino Nodal também publicou declarações de Lula sobre ação contra a extrema-direita. “Lula pede união entre governos democráticos e anuncia viagem ao Chile”. O presidente Lula disse na terça-feira que pretende organizar uma reunião com chefes de governo “democráticos” para definir uma estratégia coordenada diante do avanço do que ele chamou de “extrema direita”. Em outro texto, Lula afirma que não leu a carta que Javier Milei lhe enviou querendo agendar um encontro.

VENEZUELA

O diplomata Edmundo González Urrutia, novo candidato único da principal coalizão de oposição venezuelana à Presidência da Venezuela, recebeu o apoio dos partidos (UNT e MPV) que apoiaram o governador Manuel Rosales ao final da prorrogação de 72 horas que o órgão eleitoral havia estendido até terça-feira para processar todas as modificações de candidatos na cédula eleitoral para a eleição presidencial de 28 de julho. O ex-embaixador na Argentina e na Argélia, de 74 anos, não teve vida fácil desde que foi designado na sexta-feira como o candidato único e definitivo da Plataforma Democrática Unitária (PUD), formada por 10 partidos, dadas as intenções do regime chavista de eliminar qualquer pessoa que pudesse fazer com que ele fosse derrotado nas eleições, imitando o russo Putin. O presidente Lula considera “extraordinário” o fato de a oposição venezuelana estar se unindo em torno da candidatura única de Edmundo González. Na terça-feira, o presidente do Brasil descreveu como “extraordinário” o fato de a oposição venezuelana estar unida em torno de um único candidato e reiterou seu desejo de que todos os setores respeitem o resultado das eleições de 28 de julho. A reportagem é do argentino Clarín.

O espanhol El Mundo é mais pessimista sobre a eleição presidencial na Venezuela e traz o título: “O rolo compressor chavista ameaça o candidato da oposição Edmundo Gonzalez, apesar do apoio do presidente brasileiro Lula”. O novo candidato da oposição sofre o mesmo ataque com o qual a filósofa Corina Yoris, que substituiu María Corina Machado, foi desqualificada.

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25 DE ABRIL

O presidente Lula deve participar de um jantar comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril na residência oficial da Embaixada de Portugal em Brasília, segundo fonte oficial do Planalto brasileiro. Lula não irá a Portugal para as comemorações e será representado pelo ministro das Relações Exteriores. O Expresso informa também sobre uma polêmica da presença de Lula em 2023.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa disse na terça-feira que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu a necessidade de reparações. Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por longas distâncias, principalmente por navios e comerciantes europeus, e vendidos como escravos. Aqueles que sobreviveram à viagem acabaram trabalhando em plantações nas Américas, principalmente no Brasil e no Caribe, enquanto outros lucraram com seu trabalho. “Temos de arcar com os custos”, disse. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos consertar isso.” Reuters

DENÚNCIA

A BBC traz uma denúncia ao publicar em seu portal em inglês uma reportagem sobre os estragos originados da mina da empresa Brazil Iron na Bahia.  “Iniciado processo judicial no Reino Unido sobre projeto de mineração na Bahia”. “Depois que a mina começou a extrair lá, os resíduos desceram. Eles caíram na nascente. Ele enterrou todo esse lago. Três metros de lodo e lama de minério,” disse Catarina. Agora, sua luta contra uma empresa de mineração de propriedade do Reino Unido está prestes a ser levada a um tribunal superior em Londres. A Brazil Iron, empresa de mineração que se autodenomina “sustentável”, é acusada de prejudicar o meio ambiente, a saúde, as colheitas e o abastecimento de água das comunidades locais próximas à sua mina no Brasil. A empresa refuta as reclamações.

INFLAÇÃO

O diretor do Banco Central do Brasil, Gabriel Galipolo, disse na quarta-feira que a autoridade monetária não deve se assustar com as flutuações de “curto prazo” do mercado e que precisará de tempo para entender como os movimentos recentes afetam seus mandatos, noticia a Reuters. As moedas dos mercados emergentes, incluindo o real do Brasil, caíram nos últimos dias com a alta do dólar devido ao aumento das tensões geopolíticas e ao enfraquecimento das esperanças de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve dos EUA, informa a Reuters. Galipolo reconheceu que os países que começaram a reduzir as taxas mais cedo com a queda da inflação, como o Brasil, estavam entre os mais afetados pela recente reprecificação da curva de rendimentos dos EUA e pelo fortalecimento do dólar.

Na imagem, Lula reunido com jornalistas no Palácio do Planalto para café da manhã na terça-feira / Ricardo Stuckert

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