Milei, ultradireitista vitorioso na Argentina, ‘compartilha forma e substância com Trump e Bolsonaro’

Milei, ultradireitista vitorioso na Argentina, ‘compartilha forma e substância com Trump e Bolsonaro’

Em reportagem extensa sobre as primárias para a Presidência realizadas no domingo na Argentina, com a vitória surpreendente do ultradireitista Javier Milei, o La Nación, reproduz o The New York Times, que entrevista Pablo Touzon, consultor político argentino. “Até agora, tem sido um fenômeno de protesto e Milei teria menos apoio institucional do que os candidatos de extrema direita que chegaram ao poder nos últimos anos, incluindo Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro”. “Bolsonaro contou com os militares. Trump tinha o Partido Republicano. Milei não tem nada”, disse. O jornal trata “Milei como libertário de ultradireita”. Ele venceu em 16 dos 24 principais distritos.

Outro texto do La Nación, afirma que Milei compartilha características de forma e substância com Donald Trump e Jair Bolsonaro. É mais outsider do que os ex-presidentes do Brasil e dos Estados Unidos. Bolsonaro fazia parte da classe política que ele dizia querer mudar; ele foi congressista por mais de 20 anos. E Trump, apesar de não ter experiência política, tinha por trás de si toda a estrutura do Partido Republicano, o mais antigo dos Estados Unidos. Essa característica de outsider, disposta a destruir “a casta”, o torna, de qualquer forma, comparável a outros políticos menos conhecidos, como Jimmy Morales, um comediante que se tornou presidente da Guatemala, mas que realizou pouco da mudança prometida; ou o atual chefe de estado de El Salvador, Nayib Bukele.

Após as primárias na Argentina que deixaram Javier Milei como o candidato mais votado com 30%, o bolsonarismo comemorou: “Excelente começo para o que pode ser a mudança que a Argentina precisa”, disse Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, de extrema-direita. “Há um ano era um sonho, agora é uma realidade”. O texto do argentino Ámbito também cita a investigação sobre as joias recebidas e vendidas por Bolsonaro.

Lula

O presidente Lula disse nesta segunda-feira que espera que os Estados Unidos queiram investir no Brasil para que os dois países possam trabalhar para “impulsionar a transição energética”. Lula já havia dito na semana passada que pediria aos líderes globais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chinês Xi Jinping, que aumentassem os investimentos no Brasil, à medida que seu governo lança um novo plano de transição ecológica, informa a Reuters em curta nota de dois parágrafos.

O Nodal recupera nesta segunda-feira o lançamento do PAC pelo presidente Lula na sexta-feira. Diz que Lula criticou as políticas de austeridade e lançou um mega plano de obras de US$ 356 bilhões. Lula defendeu a reindustrialização do país e a distribuição de renda, ao apresentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um grande plano de obras de infraestrutura com investimento público e privado de US$ 356 bilhões até 2026, que deve gerar quatro milhões de empregos. “Este é o início do meu governo. Até agora restabelecemos mais de 40 políticas públicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas agora o que está no papel tem que ser implementado”, disse Lula.

Joias vendidas

O jornal Página 12 reporta em longo texto o escândalo das joias da família Bolsonaro. Informa que a Polícia Federal (PF) pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na investigação sobre o suposto desvio de presentes de luxo dados por autoridades estrangeiras ao então presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente também é alvo do pedido enviado pela PF ao juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável por decidir se autoriza a aplicação da medida. Bolsonaro vendeu pelo menos quatro lotes de joias nos Estados Unidos que recebeu como presentes de Estado durante suas visitas a países árabes.

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Sobre o assunto, a Prensa Latina acrescenta que, para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “há determinação” por parte do ex-capitão do Exército para o esquema.

Grupos neonazistas crescem no sul do Brasil

O jornal uruguaio Observador reproduz ampla reportagem do Financial Times sobre o crescimento de grupos neonazistas no sul do Brasil. Incidentes reacenderam os temores sobre o crescimento do extremismo de extrema direita no Brasil, especialmente no sul do país. Historicamente lar de imigrantes alemães e italianos, os estados do sul, como Paraná e Santa Catarina, há muito tempo são redutos conservadores. Eles continuam sendo um bastião de apoio político para Bolsonaro, o populista ex-capitão do exército. Nos últimos meses, o sul do Brasil tem sido o foco de várias investigações policiais sobre células neonazistas. Mais de uma dúzia de batidas foram realizadas em uma semana somente em julho, com a polícia apreendendo “grandes quantidades de material nazista e extremista”, além de quatro armas de fogo e dezenas de facas e outras armas. Treze dos 15 locais dos mandados de busca foram em estados do sul, enquanto os outros dois foram no estado de São Paulo. Nos primeiros seis meses deste ano, houve mais de 20 investigações policiais sobre grupos neonazistas no Brasil, em comparação com nove em todo o ano passado e apenas uma em 2018, de acordo com dados policiais relatados pela Reuters.

Economia

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,63% em junho, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado – com pesquisas do Valor Data e do Projeções Broadcast apontando para uma mediana de 0,65%. Ao mesmo tempo, a queda do indicador em maio foi revisada de 2 para 2,05%, elevando a taxa de 12 meses para 3,35%. É a visão de longo prazo do IBC-Br que mais interessa aos economistas, pois ela tende a refletir mais fielmente o verdadeiro desempenho econômico do país. O IBC-Br inclui proxies vinculadas ao monitoramento do volume de produção agrícola, industrial e de serviços, além de um índice que monitora o volume de impostos arrecadados, informa o Brazilian Report.

Odebrecht

A Procuradoria Geral da República (FGE) defendeu a sentença obtida no caso Odebrecht pela justiça equatoriana, depois que o Supremo Tribunal Federal do Brasil anulou as provas usadas contra Jorge Glas, ex-vice-presidente do país durante o mandato presidencial de Rafael Correa. Em um comunicado, o Ministério Público disse que há uma “intenção de desacreditar a sentença obtida no caso Odebrecht, como foi tentado sem sucesso em outros casos já condenados”. O mesmo Ministério Público disse que essa suposta tentativa, “liderada por várias vozes que buscam a impunidade, procura apontar que a sentença neste caso foi imposta com base em um único testemunho (do ex-funcionário da empresa que entregou os subornos) e em uma decisão judicial tomada no Brasil”, informa El Mercurio.

Clandestinos

Quatro nigerianos clandestinos partiram com a intenção de chegar à Europa no leme de um navio petroleiro. Eles não sabiam que estavam indo para o Brasil e não tinham ideia da viagem oceânica de duas semanas que quase lhes custou a vida. O El Tiempo detalha dia a dia a viagem e seus integrantes.

Ilustração: Javier Milei, candidato que venceu as eleições primárias na Argentina no domingo / Luis Robayo/AFP/Getty Images

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