Na mira: Petrobras pedirá revisão para explorar na foz do Amazonas
Por Carmen Munari
A Reuters noticia a atual questão ambiental que vem opondo dois lados do governo Lula. Segundo a agência, a Petrobras vai entrar com um recurso nesta semana contra o Ibama que decidiu impedi-la de perfurar um poço na foz do rio Amazonas. A empresa disse que está pronta para atender a quaisquer exigências adicionais do Ibama, apesar de considerar que até agora cumpriu “todas as necessidades técnicas” para que o projeto fosse aprovado. A decisão do Ibama, dada na semana passada, de bloquear a perfuração causou uma divisão no governo Lula entre aqueles que querem priorizar a proteção do meio ambiente e aqueles que querem usar a Petrobras para impulsionar o crescimento. O próprio Lula disse que achava “difícil” acreditar que a exploração de petróleo em alto-mar na bacia amazônica causaria danos ao meio ambiente, pois ocorreria a quilômetros de distância da floresta tropical, mas acrescentou que, se a perfuração representasse um problema para a Amazônia, certamente não aconteceria. A decisão da Petrobras de recorrer foi tomada após uma reunião na terça-feira entre o presidente-executivo da empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o diretor da agência ambiental, Rodrigo Agostinho. Marina disse, após a reunião, que a pressão política não levaria o Ibama a reverter sua decisão, que foi baseada em “critérios técnicos”, mas Agostinho deixou a porta aberta para que a Petrobras apresentasse novos pedidos.
A publicação Brazilian Report também noticiou que a Petrobras vai recorrer da decisão do Ibama. A empresa argumenta que foi além dos requisitos estabelecidos no processo de licitação do bloco FZA-M-059 e que também atendeu a todos os requisitos técnicos exigidos pelo Ibama. Um grupo de 80 organizações da sociedade civil expressaram oposição ao projeto.
A Grã-Bretanha anunciou um novo financiamento para um experimento científico de referência nas profundezas da floresta amazônica brasileira que medirá o impacto do aumento dos níveis de dióxido de carbono nas árvores, informou a embaixada britânica. O ministro das Relações Exteriores, James Cleverley, visitou o projeto ao norte da cidade de Manaus, onde os cientistas estão erguendo dezenas de torres que injetarão dióxido de carbono no dossel da floresta e monitorarão como as plantas o absorvem, informa a Reuters.
A Associated Press (AP) noticia que nas profundezas da Amazônia, o Brasil está construindo um complexo de torres dispostas em seis anéis, prontas para pulverizar dióxido de carbono na floresta tropical. O objetivo é entender como a maior floresta tropical do mundo responde às mudanças climáticas.
Reportagem do Brazilian Report mostra a aproximação da direita brasileira com o governo de El Salvador. Parlamentares de direita do Brasil tiveram uma audiência pública com o ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Villatoro. O objetivo é importar para o Brasil o estado de emergência daquele país, que suspende liberdades civis em nome do combate da violência de gangs. Em muitos aspectos, o presidente salvadorenho Nayib Bukele é o líder que teve sucesso onde Jair Bolsonaro fracassou. Desde que tomou posse em 2019, ele declarou guerra ao crime organizado.
O correspondente do Financial Times Michael Pooler relata a situação da cracolândia em São Paulo em reportagem e em postagem no Twitter em que diz que adora morar na cidade. “No entanto, desde que me mudei para cá há 2 anos e meio, parece que a decadência de seu centro só piorou. Os crimes de rua, a falta de moradia e o vício parecem cada vez mais frequentes no coração da maior cidade do hemisfério sul.”
A reportagem leva o título “Os níveis de miséria urbana de São Paulo estão mais altos do que nunca”. O texto afirma que um sintoma do mal-estar da cidade é a tomada de ruas e praças por viciados e traficantes de drogas. Assim como as fachadas desbotadas de sua imponente arquitetura do século XX, o centro de São Paulo é um local de declínio prolongado. Debaixo de palmeiras e em frente a igrejas, os onipresentes cobertores grosseiros distribuídos aos sem-teto são um lembrete constante da miséria urbana.
Jornalista, ex-Folha, Reuters e Valor Econômico. Participei da cobertura de posses presidenciais, votações no Congresso, reuniões ministeriais, além da cobertura de greves de trabalhadores e de pacotes econômicos. A maior parte do trabalho foi no noticiário em tempo real. No Fórum 21, produzo o Focus 21, escrevo e edito os textos dos analistas.