Na ONU, Brasil e China lideram iniciativa para cessar-fogo na Ucrânia

Na ONU, Brasil e China lideram iniciativa para cessar-fogo na Ucrânia

Durante a Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, Brasil e China se reuniram com cerca de 20 países para lançar a plataforma ‘Amigos da Paz’, visando promover o diálogo e negociar um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, em busca de soluções diplomáticas para o conflito

AMIGOS DA PAZ

O Brasil e a China organizaram, nesta sexta-feira (27), uma reunião na ONU com cerca de vinte países para apresentar a plataforma “Amigos da Paz “, com o objetivo de instaurar um cessar-fogo na Ucrânia. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, que destacou a importância de criar um ambiente favorável ao diálogo entre as partes envolvidas, considerando o prolongamento da crise, os riscos de escalada e suas repercussões globais.

Lin descreveu a iniciativa como uma plataforma aberta, que visa reunir vozes objetivas e racionais em busca de uma solução pacífica, e reforçou que este esforço conjunto entre China, Brasil e outros países não representa uma coalizão fechada, mas sim uma tentativa de contribuir de maneira construtiva para a resolução do conflito por meio de meios políticos e diplomáticos.

Paralelamente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky segue com seus esforços para reforçar o apoio militar ocidental. Após se encontrar com a vice-presidente e candidata à Casa Branca Kamala Harris, ele se reuniu nesta quinta (26) com o presidente dos EUA Joe Biden. Embora poucos detalhes tenham sido divulgados, surgiram críticas dentro da administração estadunidense sobre a falta de uma estratégia clara por parte de Kiev. Segundo o Wall Street Journal, as demandas ucranianas se resumem a um pedido renovado por mais armas, especialmente mísseis de longo alcance.

Mas, apesar das críticas, Biden anunciou uma nova ajuda militar de 8 bilhões de dólares à Ucrânia, dos quais 5,5 bilhões devem ser liberados até o final do ano fiscal dos EUA, nesta segunda-feira (30). Os 2,4 bilhões restantes dependerão da compra de munições, que não serão retiradas dos estoques atuais dos EUA.

Zelensky tem rejeitado as propostas de mediação dos BRICS, em favor de sua própria “fórmula para a paz”, destacando as crescentes divergências nos esforços diplomáticos em torno do conflito. Recentemente, o chanceler chinês Wang Yi denunciou na ONU a continuação do conflito e o aumento das baixas civis, destacando o impacto que a guerra está tendo além das fronteiras da Ucrânia, e fez um apelo ao Conselho de Segurança para que cumpra seu papel de mediador e defensor da segurança internacional, lembrando que a solução política é uma responsabilidade compartilhada por toda a comunidade global (Prensa Latina, L’Humanité).

NÚMEROS DA CRISE AMBIENTAL

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informou, em 26 de setembro, que os incêndios florestais ocorridos entre junho e agosto causaram prejuízos estimados em R$ 14,7 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões). Aproximadamente 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais foram afetados, com as maiores perdas em áreas de pastagens e de cultivo de cana-de-açúcar. Os estados mais atingidos foram São Paulo, Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul.

Segundo a CNA, os danos incluem perda de matéria orgânica, redução da produtividade, além de prejuízos relacionados a cercas e à degradação dos nutrientes do solo, como potássio e fósforo. A grave seca que o Brasil enfrenta, considerada a pior desde 1950, contribuiu para o aumento dos focos de incêndio. No entanto, autoridades acreditam que a maioria das queimadas, especialmente na região amazônica, tem origem humana.

Em resposta à situação, o governo federal publicou um decreto em 20 de setembro que endurece as punições para crimes relacionados a incêndios florestais. A nova legislação prevê multas de R$ 10 mil por hectare para incêndios em áreas de vegetação nativa e R$ 5 mil por hectare em áreas de florestas cultivadas. O objetivo das medidas é desencorajar e combater as queimadas, que têm se intensificado nos últimos (Sputnik).

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AMAZÔNIA REVELADA

Lançado em 2023 pelo arqueólogo Eduardo Goes Neves, o projeto “Amazônia Revelada” utiliza uma aeronave equipada com tecnologia Lidar, que emite lasers capazes de penetrar a vegetação para revelar estruturas ocultas sob a floresta, tendo mapeado até o momento cerca de 1.600 km² e identificado aproximadamente 30 sítios arqueológicos.

Entre as descobertas estão estruturas geométricas e um vilarejo português do século XVIII, localizado na fronteira com a Bolívia. Neves, professor da Universidade de São Paulo, destaca que a Amazônia é um patrimônio biocultural moldado por comunidades indígenas ao longo do tempo.

O projeto também responde a preocupações sobre a destruição da Amazônia, aplicando o Lidar em áreas afetadas pelo desmatamento, onde mais de 100 mil incêndios foram registrados em 2024, o dobro do número do ano anterior. Com a intenção de proteger os sítios arqueológicos descobertos e criar uma camada adicional de preservação cultural na região, o “Amazônia Revelada” não apenas documenta a história da floresta, mas também contribui para sua conservação (Le Monde).

ATAQUE A CANDIDATA LGBTQIA+

A violência na atual campanha eleitoral para prefeitos e vereadores no Brasil tem aumentado com a proximidade das eleições, que ocorrerão no próximo dia 6 de outubro. Nesse preocupante cenário, a ativista LGBTQIA+ e candidata à vereadora em São Paulo, Léo Áquilla, foi alvo de um ataque a tiros na noite de quinta-feira, na zona norte da capital.

Léo Áquilla, nome social de Leonora Mendes de Lima, de 54 anos, estava em seu carro com um assessor na Rodovia Presidente Dutra, quando um motociclista simulou um acidente e disparou contra o veículo. Apesar dos tiros, a candidata não foi atingida. A polícia investiga o caso como tentativa de homicídio e procura o suspeito, que fugiu após o ataque.

A ativista acredita que o atentado esteja relacionado ao seu trabalho em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e afirmou que já havia recebido ameaças anteriormente, lamentando a falta de proteção das autoridades, apesar de suas solicitações.

O episódio se soma a uma série de casos de violência política em meio ao clima tenso das eleições de 2024. Um estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Unirio) registrou 455 casos de violência política apenas neste ano, incluindo agressões físicas, ameaças, pressões econômicas e homicídios. Até agora, foram contabilizados pelo menos 15 assassinatos, com São Paulo liderando as ocorrências, seguido pelo Rio de Janeiro. Em setembro, outra ativista LGBTQIA+ também denunciou ter sido vítima de transfobia durante um evento de campanha na zona sul da capital paulista (Continental, Clarín).

MENOR DESEMPREGO DESDE 2012

A taxa de desemprego no Brasil fechou em 6,6% no trimestre encerrado em agosto, representando uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao período de março a maio de 2024, marcando a menor taxa de desemprego para o mês de agosto em toda a série histórica da PNAD, iniciada em 2012.

Entre junho e agosto, houve um aumento de 1,2% na população ocupada, totalizando 102,5 milhões de pessoas empregadas, um novo recorde histórico. No acumulado do ano, o crescimento foi de 2,9%, com mais 2,9 milhões de pessoas ocupadas. Os setores que mais geraram empregos no período foram informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas (Prensa Latina).

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