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Por maioria, TSE torna Bolsonaro inelegível por 8 anos

Por maioria, TSE torna Bolsonaro inelegível por 8 anos

Ex-presidente fica impossibilitado de concorrer a cargos públicos até 2030; Lula no Fórum de São Paulo, encontro ‘Caminho para a Cúpula Amazônica’ na Colômbia, países interessados em fazer parte do BRICs e outras notícias da mídia mundial sobre o Brasil nesta edição

O grande assunto da mídia internacional sobre o Brasil nesta sexta-feira (30) é a inegibilidade de Bolsonaro.

“O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi condenado […] a oito anos de inelegibilidade por ‘abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação’, por ter criticado sem provas a confiabilidade das urnas eletrônicas, poucos meses antes das eleições […]. O julgamento […], decidido por cinco votos a dois, priva Bolsonaro, de 68 anos, da candidatura presidencial em 2026 e abre a batalha por sua sucessão dentro da direita e da extrema direita”, destaca o francês Le Monde.

“O caso se concentrou em uma reunião de 18 de julho de 2022”, informa o South China Morning Post, “na qual Bolsonaro usou funcionários do governo, o canal de televisão estatal e o palácio presidencial em Brasília para dizer a embaixadores estrangeiros que o sistema de votação eletrônica do país era fraudado”.

“Naquele dia, durante mais de uma hora, os diplomatas  presenciaram uma cena inusitada: o Presidente da República pronunciando um extenso monólogo em que autoelogiou a si e às Forças Armadas e desacreditou o sistema eleitoral, levantando dúvidas sobre a lisura do processo e afirmando que em 2018 já havia ocorrido uma enorme fraude, sem a qual ele teria sido eleito no primeiro turno”, detalha o português Esquerda.net.

No La Nación, da Argentina, uma publicação reproduz algumas frases proferidas durante a fatídica reunião de julho do ano passado. Em uma delas, Bolsonaro diz: “Temos quase cem vídeos de pessoas reclamando que foram votar em mim e, na verdade, o voto foi para outra pessoa. Nenhum vídeo de alguém que foi votar no outro candidato e porventura apareceu meu nome”. E no El Tiempo, da Colômbia, a reação do ex-presidente à decisão do Tribunal Superior Eleitoral: “tentaram me matar em Juiz de Fora há pouco tempo com uma facada na barriga. E hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político”, lamentou.

O Independent lembra que, embora não corra o risco de ser preso por esta condenação do TSE, Bolsonaro ainda enfrenta outros processos criminais, um deles envolvendo acusações de que ele teria deliberadamente incitado os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. O jornal britânico ainda ressalta que o julgamento reavivou a base online de Bolsonaro, com seus apoiadores alegando que ele é vítima de um sistema judicial injusto e comparando sua situação à do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e frisa que na semana passada seus seguidores demonstraram seu apoio por meio de contribuições para ajudá-lo a pagar as multas de 1,1 milhão de reais impostas pelo governo do estado de São Paulo devido às repetidas violações dos protocolos de saúde durante a pandemia de COVID-19.

Como o Le Monde, a agência de notícias Reuters também se antecipa ao pleito de 2026, e escreve que, agora que seu marido sofreu um “revés devastador”, “todos os olhos estão voltados para Michelle Bolsonaro“. O texto ainda relata que, ao falar com a imprensa nesta quinta-feira, logo após sua chegada ao Rio de Janeiro, onde foi recebido com gritos de “criminoso” e “golpista”, Bolsonaro manifestou seu apoio à possível candidatura de sua esposa às próximas eleições presidenciais. “É claro que eu apoiaria a candidatura de Michelle”, disse. Após a decisão do TSE, Michelle compartilhou uma postagem no Instagram, escrevendo: “‘Nosso sonho está mais vivo do que nunca’. Estou à sua disposição, meu CAPITÃO”.

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O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura do XXVI Encontro do Fórum de São Paulo, em Brasília, nesta quinta-feira (29), ganhou destaque no jornal colombiano El Tiempo. Lula fez uma defesa firme da democracia e da alternância de poder, destacando a importância da diversidade, enfatizando os perigos representados pela ascensão da extrema direita fascista e a necessidade de enfrentá-la.

O presidente explicou que o Fórum de São Paulo foi fundado em 1990 como uma plataforma para promover a busca pelo poder por meio do voto popular entre os partidos de esquerda, pedindo que as forças progressistas latino-americanas sejam sensíveis às críticas e exerçam a democracia ao máximo, e mencionou a importância de aprender com derrotas eleitorais, destacando a necessidade de combater a fome e a miséria como objetivo central dos líderes progressistas.

Lula enfatizou que é melhor ter um companheiro que cometa erros do que ter um fascista no poder, e alertou que a extrema direita continuará contando mentiras e ameaçando a civilidade para retornar ao poder, destacando os últimos quatro anos no Brasil como exemplo.

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O Fórum de São Paulo reúne forças políticas de esquerda e progressistas de vários países e a edição atual tem como lema a integração regional para avançar na soberania latino-americana e caribenha.

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Os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, participarão do encontro “Caminho para a Cúpula Amazônica”, que ocorrerá em Leticia, na Colômbia, na próxima quinta-feira. O encontro tem como objetivo assumir compromissos políticos para reverter o desmatamento da Amazônia e trabalhar em sua restauração até 2030. Ministros do Meio Ambiente de vários países amazônicos, como Colômbia, Bolívia, Brasil, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, também estarão presentes.

O evento, liderado pelo Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia e pelo Ministério das Relações Exteriores, fornecerá as bases para a Cúpula Amazônica, que ocorrerá no Brasil em agosto. Serão discutidos temas como desmatamento, crimes ambientais transnacionais, conservação, restauração ecológica, bioeconomia, direitos indígenas, saúde, educação, gestão da informação, ciência e tecnologia indígenas, entre outros.

O encontro também contará com eventos de entidades internacionais e culminará na definição de uma agenda comum para a região amazônica, que será apresentada aos presidentes para uma declaração final. Segundo a agência cubana Prensa Latina, a defesa e proteção do meio ambiente e o combate às mudanças climáticas são bandeiras importantes do governo de Gustavo Petro, o primeiro presidente progressista e de esquerda da Colômbia.

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Vários países têm demonstrado interesse em se juntar ao BRICS, o bloco econômico de economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Muitas nações se identificam com as questões defendidas pelo grupo para criar um mundo mais inclusivo”, disse o diplomata representante da África do Sul no BRICS Anil Sooklal, em entrevista para a agência russa RT News.

Sooklal disse que o BRICS se tornou uma importante voz do Sul Global ao lutar por uma reforma completa da estrutura de governança global dominada pelo Ocidente, revelando que mais de uma dúzia de países, incluindo Etiópia, Irã, Egito, Bangladesh, Argélia, Argentina e Arábia Saudita, manifestaram formalmente interesse em se juntar ao bloco, além de cerca e outros 30 países que demonstraram informalmente o desejo de fazer parte do grupo. 

Os países do BRICS representam mais de 40% da população e aproximadamente 26% da economia globais, e está buscando expandir sua composição. A África do Sul sediará a 15ª cúpula do bloco em Joanesburgo em agosto, e Sooklal descreveu o evento como significativo para o país, ressaltando que Pretória tem utilizado sua participação no BRICS para promover os interesses do continente africano.

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A região das Serras da Babilônia, no Nordeste do Brasil, está se tornando um centro de energia renovável e impulsionando a economia de hidrogênio verde do país. A empresa de energia eólica Casa dos Ventos instalou 80 turbinas eólicas, cuja energia será utilizada para a produção de hidrogênio verde pela empresa química Unigel.

O hidrogênio será transformado em amônia verde, tornando o Brasil o primeiro exportador do produto. A energia renovável está crescendo rapidamente no país, impulsionada por projetos como esse. A demanda global por hidrogênio verde pode impulsionar ainda mais esse crescimento, e o Brasil tem vantagens competitivas, como energia eólica barata e localização estratégica para exportar para a Europa. Para isso, o país precisa estabelecer políticas e incentivos para impulsionar o setor, além de superar desafios como a competição com produtores de hidrogênio dos EUA e a falta de infraestrutura regulatória.

Se agir rapidamente, o Brasil poderá se tornar um líder na produção de hidrogênio verde e aproveitar os benefícios econômicos e ambientais dessa transição energética, sugere publicação do Japan Times.

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A criação de empregos no Brasil desacelerou pelo terceiro mês consecutivo, com cerca de 155.300 empregos formais adicionados em maio, de acordo com o Ministério do Trabalho. Esse é o menor número desde janeiro e também está abaixo das expectativas do mercado, que, de acordo com uma pesquisa da Reuters, esperava que o número ultrapassasse a marca de 194.000 empregos.

Segundo o Brazilian Report, o Brasil registrou a criação de 865.360 empregos formais até o momento neste ano. O número é inferior às mais de 1,1 milhão de novas posições abertas no mesmo período do ano passado. Após um bom desempenho em 2022, é esperado que o mercado de trabalho diminua o ritmo de crescimento este ano, afetado pela desaceleração econômica e pelos custos de empréstimos mais altos. As estatísticas de maio sugerem que isso pode ter começado a acontecer, argumenta o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Todos os cinco principais grupos de atividades econômicas registraram números positivos na criação de empregos em maio. O setor de serviços criou a maioria dos empregos (83.915), seguido pela construção (27.958), agricultura (19.559), comércio (15.412) e setor industrial (8.429 posições formais).

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