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The Washington Post: “Mais da metade do Brasil é devastada pela seca. Culpe o desmatamento”

The Washington Post: “Mais da metade do Brasil é devastada pela seca. Culpe o desmatamento”

O Focus 21 reúne as citações relevantes sobre o Brasil publicadas pela imprensa internacional. Foto: Mayangdi Insaulgarat/Ibama.

POR TATIANA CARLOTTI

O Brasil passa pela “pior seca já registrada”, pelo menos 59% do país e mais de 1.400 cidades foram atingidos pela estiagem e os incêndios decorrentes, informa a reportagem de Terrence McCoy, chefe do escritório fluminense do The Washington Post, a partir dos dados do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais. “Grande parte da crise, dizem os cientistas, pode ser explicada pela mudança climática, que está elevando as temperaturas e tornando as chuvas mais imprevisíveis. Mas ela foi exacerbada pelo desmatamento da Amazônia, que tem o potencial de interromper os padrões de chuva em grande parte da América do Sul”, aponta a reportagem.

Os incêndios atravessaram as fronteiras e também estão afetando territórios da Argentina e do Uruguai, onde foram emitidos alertas devido à fumaça. Já no Paraguai, mais de 100 mil hectares foram atingidos por um incêndio que dura há uma semana na região do Chaco (oeste), na fronteira com a Bolívia, detalha a cubana Prensa Latina.

Nesta quarta-feira (11), acompanhado da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), o presidente Lula anunciou a criação da Autoridade do Clima, uma entidade visando estabelecer um plano de combate aos riscos climáticos extremos, informa outra reportagem do site cubano. Às nações ricas, o presidente brasileiro pediu que protejam a floresta amazônica. “Debaixo de cada copa de árvore vive uma pessoa e devemos entender a preservação da selva como forma de vida”, afirmou.

Somente neste ano, o INPE registrou mais de 164 mil incêndios, o maior número desde 2010, por conta de fatores climáticos extremos e da ação humana. Desde janeiro, 11,39 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo no Brasil. Desse total, 5,65 milhões de hectares queimaram no mês de agosto. Comparado com agosto de 2023, são 3,3 milhões de hectares a mais, uma alta de 149%, complementa a Agência Brasil.

G20

Em meio aos incêndios no país, os ministros da Agricultura dos países membros do G20 se reúnem entre hoje e amanhã, próximo de Cuiabá–MT, para discutir segurança alimentar global e a produção agrícola a partir do desenvolvimento sustentável. Participam 23 delegações com ministros e representantes do G20, informa a agência de Notícias da América Latina e Caribe (Nodal).

MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA

O francês Le Figaro traz uma reportagem crítica ao acordo Mercosul e União Europeia. Se assinado, o acordo levaria a “um aumento nas importações de carne sul-americana em detrimento dos nossos criadores de gado europeus”, afirmam especialistas ouvidos pelo jornal. Segundo a reportagem, em nova rodada de discussões no início deste mês, “fontes internas da Comissão Europeia previram na imprensa um resultado favorável iminente” e “o acordo poderá ser anunciado já em meados de novembro na reunião do G20 no Rio de Janeiro”.

ELEIÇÕES VENEZUELA

A União Europeia (EU) e mais 49 países assinaram nas Nações Unidas uma declaração conjunta nesta quinta-feira (12/09) apelando pelo “restabelecimento das normas democráticas na Venezuela”. A nota conclama os venezuelanos a iniciarem discussões construtivas e inclusivas para resolver o ‘impasse’ eleitoral” e também pede a publicação das atas para provar a vitória de Nicolás Maduro. No entanto, vários países não assinaram o documento, entre eles: Brasil, México, Colômbia, China e Rússia e, com exceção do Marrocos, nenhum estado africano ou árabe, informa o equatoriano El Mercurio.

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Sobre as eleições na Venezuela, The New Yorker traz um longo artigo do jornalista e escritor Jon Lee Anderson intitulado “Lula, Maduro e uma nova Guerra-Fria na América Latina”. Nele, Lee Anderson afirma que “o pacto que há muito tempo une a esquerda da região parece finalmente estar se rompendo”. E acrescenta: “Em um sinal dos tempos de mudança, os líderes de centro-esquerda das nações latino-americanas que são mais relevantes econômica e politicamente para o resto do mundo — Andrés Manuel López Obrador do México, Gustavo Petro da Colômbia e Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil — moderaram suas declarações, tentando acalmar a crise e criar as condições para um acordo com a oposição. Petro e Lula também pediram que Maduro produzisse as contagens de votos, enquanto López Obrador implorou paciência”.

GUERRA NA UCRÂNIA

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky continua pressionando o Brasil para entrar em guerra contra a Rússia. Nesta quinta-feira, ele disse ser “destrutiva” a iniciativa de paz proposta pelo Brasil e a China para a resolução do conflito e qualificou a postura brasileira de “pró-russa”. “É preciso recordar que o amor da Rússia é temporário e o seu desrespeito pelo Estado de direito é permanente”, afirmou, ao dizer que a iniciativa sino-brasileira não assegura a defesa da integridade territorial da Ucrânia e que as concessões propostas são inaceitáveis, informa o português Público.

A russa RT também traz reportagem sobre as queixas de Zelesky, contrapondo-as à fala do ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, que durante uma reunião com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergey Shoigu, declarou: “A China sempre manteve uma atitude objetiva e imparcial em relação à questão ucraniana e continuará a trabalhar para promover vozes equilibradas, objetivas e racionais na comunidade internacional, de modo a construir mais consenso internacional e acumular as condições necessárias para um cessar-fogo rápido e uma solução política para a crise”.

O tema também foi reportagem no europeu Politico.

COMO DESTRUIR UMA REDE SOCIAL

 “O que ainda estamos fazendo aqui? Depoimentos de X, uma rede social em declínio”, este é o título de reportagem no espanhol El Diario sobre o X, que afirma: “Desde que a plataforma anteriormente conhecida como Twitter foi galvanizada por Elon Musk em 2022, ela perdeu utilizadores. A recente decisão de um juiz brasileiro de eliminar seu uso no país e o conteúdo cada vez mais propagandístico e violento fez com que alguns usuários pensassem se querem (e podem) abandoná-lo”. O texto também traz manifestações de personalidades desencantadas com a rede social. Eis algumas:

“O que ainda estamos fazendo nesta rede social podre?”, escreve a cantora Miren Iza (Tulsa) na plataforma.

“Esta conta é relegada a uma mera ferramenta promocional”, anunciou a escritora Alana Portero há poucos dias em um tweet que postou no topo de seu feed. “Não vou contribuir com nenhum conteúdo ativo para esta rede cujo proprietário a transformou em uma máquina de propaganda e ódio de extrema-direita.”

Jaume Collboni, prefeito de Barcelona, ​​também se manifestou: “Quando entrei, em 2008, o Twitter era um espaço aberto para compartilhar informações e opiniões. Agora, porém, tornou-se um lugar cheio de ódio, intolerância e mentiras.”


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